Entenda as diferenças entre ativo e passivo ambiental na contabilidade
Publicado em
22/07/2016
às
11:00
Com as empresas cada
vez mais preocupadas em manter suas atividades de maneira sustentável, os
termos da contabilidade ambiental, como ativo e passivo ambiental, estão mais
presentes no trabalho do contabilista e, por isso, é preciso manter seu
conhecimento atualizado.
O desafio das
empresas de crescer economicamente e compatibilizar isso com a preservação
ambiental faz com que seja cada vez maior a importância de demonstrar os investimentos
feitos para a preservação e/ou recuperação da natureza. Essas informações, além
de enriquecer as demonstrações, permitem aos usuários avaliar melhor a grandeza
dos investimentos em comparação ao patrimônio e aos resultados num determinado
período.
Entenda melhor as
diferenças entre ativo e passivo ambiental e fique preparado para dar todo o
suporte aos seus clientes!
Ativo ambiental
São recursos usados
pela entidade visando a benefícios futuros diretamente ligados à proteção do
meio ambiente ou à recuperação daquele já degradado - isso vale também para a
conservação de áreas nativas. Aqueles recursos usados no processo produtivo e
que agridem em menor grau o meio ambiente, chamados também de tecnologia limpa,
não são considerados ativos ambientais, mas ativos operacionais propriamente
ditos.
O meio ambiente
poluído pode acelerar o desgaste dos ativos operacionais expostos a esse meio e
a redução da vida útil provocada por essa exposição deve ser considerada um
custo ambiental, dado que reflete as perdas decorrentes do meio poluído.
Estão representados
pelos insumos (como peças, acessórios e similares) utilizados nos processos
para reduzir ou eliminar os níveis de poluição; investimentos em aquisição ou
produção de máquinas, equipamentos, instalações, etc., que diminuam os impactos
causados ao meio ambiente; e gastos com pesquisas que visam ao desenvolvimento
de tecnologias modernas que resultem em benefícios ou ações que refletirão nos
exercícios seguintes.
Passivo ambiental
É toda e qualquer
obrigação de curto ou longo prazo - que pode incluir percentual do lucro do
exercício - resultante de impactos causados ao meio ambiente, que é destinada
única e exclusivamente à extinção ou redução desses impactos. Essa obrigação é
contraída perante terceiros e pode se traduzir em recuperação de áreas
degradadas, indenizações, obrigatoriedade de criação de meios para amenizar
danos e multas, e penalidades conforme as leis ambientais, no caso de infração
destas.
Geralmente, os
passivos ambientais são mais conhecidos pela conotação negativa, ou seja,
empresas que agrediram significativamente o meio ambiente e que foram obrigadas
a pagar grandes indenizações, multas ou realizar processos de recuperação de
áreas danificadas.
Vejamos alguns
exemplos:
·
O acidente no Alaska (EUA) com o petroleiro Valdez,
cujos gastos foram assumidos pela Exxon;
·
O caso da Petrobras na década de 80, no qual a
região de Cubatão, no interior de São Paulo, foi seriamente afetada pelo
vazamento de óleo que culminou com a explosão de várias moradias;
·
Em janeiro de 2000, o vazamento nas instalações da
mesma empresa que provocou o derramamento de milhares de litros do óleo no mar
na Baía de Guanabara, causando a morte de várias espécies de aves e peixes,
além de afetar seriamente as populações locais que viviam da atividade
pesqueira.
Mas nem sempre os
passivos ambientais têm origens negativas. Algumas vezes, são originados de
atitudes ambientalmente responsáveis, como a aquisição de máquinas,
equipamentos, instalações para o aprimoramento de um sistema de manutenção
ambiental.
Fonte: Sage