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Aviso prévio trabalhado - baixa na ctps com redução dos 7 dias corridos
Publicado em
27/12/2022
às
10:00
Nas relações de
emprego quando uma das partes deseja rescindir, sem justa causa, o contrato
de trabalho por prazo indeterminado, deverá, antecipadamente, notificar a
outra através do aviso prévio.
O aviso prévio é o
instituto utilizado por uma das partes para comunicar e dar ciência à outra da
sua decisão de rescindir o contrato de trabalho, de forma imediata ou ao final
de determinado período, sendo que, em caso de cumprimento, continuará exercendo
as suas atividades habituais.
A finalidade do
aviso é evitar a surpresa na ruptura do contrato de trabalho, possibilitando ao
empregador o preenchimento do cargo vago, e ao empregado a recolocação no
mercado de trabalho.
Ocorrendo a rescisão
do contrato por iniciativa do empregado, o mesmo cumprirá a jornada de
trabalho integral durante todo o aviso prévio, ou poderá dispensar o seu
cumprimento, caso comprove já ter encontrado outro emprego, não havendo,
portanto, a necessidade de redução da jornada e tampouco a falta ao
trabalho.
Por outro lado, sendo rescindido o contrato
de trabalho por iniciativa do empregador, duas situações podem decorrer neste
caso:
a) A redução da jornada de trabalho do empregado em
2 (duas) horas diárias durante o período do aviso; ou
b) A falta ao trabalho por 7 (sete) dias
corridos, sendo estes, ao final do aviso.
Conforme determina o artigo 488 da CLT, a
redução da jornada de trabalho em 2 (duas) horas, diariamente, não lhe
acarretará qualquer prejuízo salarial, ou seja, ainda que o contrato
estabeleça uma jornada de 8 horas, o empregado poderá trabalhar apenas 6 horas
e receber integralmente o salário estabelecido em contrato.
O parágrafo único do
referido artigo faculta, ao empregado, trabalhar sem a redução das 2 (duas)
horas da jornada diária, substituindo-a pela falta ao serviço durante 7 (sete)
dias corridos ao final.
Por conta da Lei 12.509/2011, a qual
estabeleceu a proporcionalidade no aviso de acordo com o tempo trabalhado
na mesma empresa (acréscimo de 3 dias a cada ano trabalhado), muita controvérsia
tem sido extraída da aplicação desta proporcionalidade, ou seja, se o direito
ao aviso proporcional deve ser aplicado de forma bilateral (para ambas as
partes - empregador e empregado), ou se apenas ao empregado, tendo em vista o
entendimento extraído do caput do art. 1º da Lei
12.506/2011, já que esta estabelece expressamente que o aviso prévio será
concedido de forma proporcional ao
empregado.
Nos julgamentos mais recentes, o TST vem
adotando o entendimento de que não
cabe a via de mão dupla, ou seja, o empregado que pede demissão não pode
ser obrigado a permanecer laborando por mais de 30 dias em regime de aviso
prévio, uma vez que o aviso prévio
é um direito assegurado ao trabalhador, porquanto a proporcionalidade a
que se refere a Lei 12.506/2011, apenas pode ser exigida da empresa.
Assim, se optar pela redução dos 7 (sete)
dias corridos, o empregado irá trabalhar as 8 (oito) horas diárias normalmente
durante 23 dias e descansar os últimos 7 (sete) dias, ficando a cargo do
empregador, o pagamento da indenização dos dias restantes para completar os
dias de aviso a que o empregado tem direito.
Da mesma forma é o
entendimento jurisprudencial em relação a redução de 2 horas diárias, em que o
empregado deverá cumprir uma jornada reduzida durante apenas 30 dias de aviso,
ainda que o mesmo tenha direito a 90 dias pelo tempo trabalhado, ficando o
empregador com o encargo de indenizar o período que superar os 30 dias.
Considerando o entendimento do TST, embora
o empregado possa optar por esta substituição (2 horas diárias ou 7 dias ao
final), a data de desligamento, para fins de baixa na CTPS, é a data
projetada para o término do aviso prévio, ou seja, a opção do empregado por
faltar os últimos 7 dias não implica no término antecipado do aviso prévio ou
do contrato de trabalho.
O mesmo entendimento deve ser atribuído no
caso da contagem do aviso prévio proporcional, quando de período superior a 30
dias.
Isto porque no aviso
prévio dado pelo empregador, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu período
de duração integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive
reajustes salariais, férias, 13º salário e indenizações.
Portanto, os prazos
do aviso e do contrato de trabalho continuam a fluir normalmente até o 30º
(trigésimo) dia do aviso (ou mais), dia este que corresponderá à data da baixa
na CTPS do empregado e o término efetivo do contrato de trabalho.
Nota:
importante destacar que, na página relativa ao contrato de trabalho, deve ser
anotada a data do último dia projetado do aviso, e na página de anotações
gerais, a data do último dia efetivamente trabalhado.
Poderá ser considerado nulo o aviso prévio
com redução de 2 horas quando, em parte dos 30 dias, o empregado seja obrigado
a trabalhar em horas extraordinárias. Assim, ainda que o empregador conceda 4
horas de folga em um dia por conta de 2 horas trabalhadas extraordinariamente
no dia anterior, o aviso prévio não terá validade e o empregador poderá ser
obrigado a indenizar o empregado.
Veja o julgamento em que a
empresa foi condenada a indenizar o aviso depois de ter, arbitrariamente,
alterado as "regras do jogo".
Entretanto, o empregador poderá se eximir
de tal obrigação caso a folga de 4 horas e a compensação em outro dia
seja por solicitação (formal) do empregado, a fim de participar de entrevista
(por exemplo) em outra empresa, o que comprovará um benefício ao empregado.
O legislador, ao elencar esta redução na
CLT, não fez distinção aos empregados com jornada inferior a 8 horas diárias.
Desta forma, aplica-se a redução de 2 horas em qualquer hipótese, salvo
disposição em contrário estabelecido em acordo ou convenção coletiva de
trabalho.
Não obstante, há doutrinadores e decisões
da Justiça do Trabalho que entendem que esta redução deva ser proporcional à
jornada de trabalho.
Fonte: Guia Trabalhista Online
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Auxílio-doença ou Auxílio doença-acidentário no curso do aviso prévio - O que fazer?
Publicado em
22/11/2021
às
14:00
Durante
o per
í
odo em que o
contrato de trabalho
estiver suspenso, o
aviso pr
é
vio
n
ã
o poder
á
ser concedido, assim como em caso de
f
é
rias, estabilidade provis
ó
ria, licen
ç
a paternidade,
sal
á
rio maternidade
ou em qualquer outra situa
çã
o de interrup
çã
o ou suspens
ã
o do contrato de
trabalho.
Ocorrendo o auxílio-doença em
virtude de enfermidade, o empregado é considerado em licença não remunerada, fica
afastado do trabalho e percebe o benefício diretamente da Previdência Social.
Contudo, somente a partir da concessão do benefício previdenciário é que se efetiva a suspensão do contrato de trabalho, isto porque, durante os 15 (quinze)
primeiros dias de afastamento, o período é considerado de interrupção do contrato, sendo do empregador a
responsabilidade pelo pagamento dos salários correspondentes, nos termos do
art. 60, § 3º da Lei 8.213/1991.
Desta forma, ocorrendo afastamento do empregado no curso do aviso
prévio, por motivo de auxílio-doença, os 15 (quinze) primeiros dias são computados normalmente no prazo do aviso, suspendendo-se a
contagem a partir do 16º dia de afastamento e
retomando a contagem no ato do retorno ao trabalho, nos termos da Súmula 371 do TST.
Durante o afastamento por acidente de trabalho, ocorre a interrupção do contrato de trabalho. Sendo assim,
conta-se todo o período de serviço efetivo, uma vez que o contrato de
trabalho não sofre solução de continuidade, permanecendo em pleno
vigor em relação ao tempo de serviço, ou seja, transcorre normalmente a
contagem do aviso prévio, não havendo suspensão da respectiva contagem.
Se o afastamento por acidente for inferior ou até 15 dias, a contagem do período do aviso prévio continua em vigor,
encerrando-se o contrato ao final do período do aviso.
Se o afastamento por acidente for superior a 15 dias, o empregado
terá seu contrato de trabalho
interrompido e durante o afastamento, perceberá o auxílio-doença acidentário.
Neste caso, de acordo com o
disposto o art. 118 da Lei 8.213/91, o empregado passa a ter direito a estabilidade
no emprego, ainda que o afastamento se dê no decorrer do aviso prévio.
Não obstante, a Súmula 378
do TST também assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a
cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado, situação ocorrida se o empregado, mesmo durante o aviso prévio, se afasta por mais de 15 dias por
acidente de trabalho.
Veja julgado abaixo sobre a
demissão do empregado que entrou
em auxílio-doença acidentário durante o aviso prévio.
DEMITIR O EMPREGADO QUE ENTROU EM AUXÍLIO-DOENÇA ACIDENTÁRIO DURANTE O AVISO GERA
INDENIZAÇÃO
Fonte: TST - 07/07/2014 - Adaptado pelo Guia Trabalhista
A Terceira Turma do Tribunal Superior do Trabalho, por
unanimidade, condenou um banco ao pagamento de indenização a um trabalhador que teve sua demissão mantida mesmo tendo entrado em gozo de auxílio-doença acidentário durante o período de aviso prévio.
Em voto
pelo provimento do recurso de revista interposto pelo trabalhador, o ministro
Maurício Godinho Delgado,
relator, ressaltou que, de acordo com a Orientação
Jurisprudencial 82 da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do TST, o período do aviso prévio indenizado integra o contrato de trabalho, e a ocorrência de auxílio-doença faz com que os efeitos
da dispensa apenas se concretizem depois do término do benefício
previdenciário, pois o Contrato de
Trabalho é considerado suspenso até essa data.
De
acordo com os autos, o bancário
estava em período de aviso prévio quando lhe foi concedido auxílio-doença acidentário por LER/DORT
adquirida em decorrência das atividades
exercidas no banco. Embora o laudo pericial do Instituto Nacional do Seguro
Social comprovando a concessão do
benefício acidentário tenha sido anexado ao processo, o
Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) considerou não haver nexo entre a atividade exercida
pelo empregado e a doença laboral.
Para o
Regional, a caracterização do
acidente de trabalho exige "prova robusta" da existência da doença e do nexo de causalidade com a atividade desenvolvida pelo
trabalhador. "Uma vez configurada a doença profissional, para aqueles que se filiam à teoria da responsabilidade subjetiva, há necessidade da prova da culpa do
empregador", afirma o acórdão.
Ao votar
pela reforma da decisão regional, o relator
frisou que o direito à estabilidade acidentária de 12 meses a partir da cessação do benefício está prevista no artigo 118
da Lei
8.213/1991 (Lei de
Benefícios da Previdência Social). Lembrou, ainda, que a Súmula 378 do TST
considera como pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a consequente
percepção do auxílio-doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego.
O
ministro Maurício Godinho esclareceu
que a concessão da estabilidade pressupõe o preenchimento de critério objetivo - o gozo de auxílio-doença acidentário ou a constatação de nexo de causalidade entre a doença e as atividades desenvolvidas durante o
contrato de emprego. "No caso concreto, conclui-se, da leitura do acórdão do TRT, que o empregado, no curso do aviso prévio indenizado, entrou em gozo de auxílio-doença acidentário", sustentou.
O
ministro observou que a declaração da
estabilidade poderia representar a reintegração do trabalhador à
empresa. Mas, como o período de estabilidade já estava exaurido, são devidos apenas os salários do período, não lhe sendo assegurada a reintegração ao emprego, segundo a Súmula 396, inciso I, do TST. (Processo: RR-7-96.2010.5.05.0221).
Fonte: Guia Trabalhista
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Contribuições Previdenciárias sobre Aviso Prévio Indenizado
Publicado em
08/02/2021
às
14:00
PGFN publica entendimentos sobre a incidência de
contribuições previdenciárias
A PGFN - Procuradoria Geral da Fazenda
Nacional publicou no Diário Oficial de 05.02.2021 o seguinte
despacho, para fins de incidência de créditos tributários, aprovando
os entendimentos sobre a não incidência de Contribuições Previdenciárias sobre
algumas verbas da folha de pagamento.
Quanto ao Aviso Prévio Indenizado, não
haverá incidência da contribuição previdenciária e dos adicionais, conforme
Despacho PGFN 42/2021, cujo texto completo está a seguir:
DESPACHO PGFN/ME Nº 42 DE 04 DE FEVEREIRO
DE 2021
DOU 05.02.2021
Aprovo, para os fins
do art. 19-A, caput e inciso III, da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, os
PARECERES PGFN/CRJ/COJUD SEI N° 15147/2020/ME e Nº 1626/2021/ME que consolidam
e respondem a diversos questionamentos sobre incidência de contribuições e
adicionais sobre o aviso prévio indenizado, os quais são enunciados
nos seguintes termos:
a) as contribuições
previdenciárias dos empregados, previstas nos incisos I e II do art. 28,
da Lei nº 8.212, de 1991, não incidem sobre o aviso
prévio indenizado;
b) as contribuições
previdenciárias patronais previstas nos arts. 22, II, e 24, da Lei nº
8.212, de 1991, (SAT/RAT) e 57, §6º, da Lei nº 8.213, de 1991, não incidem
sobre a referida rubrica;
c) as contribuições
previdenciárias destinadas aos terceiros incidentes sobre a folha de
salários não incidem sobre a referida rubrica; e
d) os entendimentos
acima não abrangem o reflexo do aviso prévio indenizado no 13º
Salário (gratificação natalina), por possuir essa verba natureza
remuneratória (isto é, não tem cunho indenizatório), conforme precedentes do
próprio STJ.
Encaminhe-se à
Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, consoante sugerido.
Brasília, 3 de fevereiro
de 2021.
RICARDO SORIANO DE
ALENCAR
Procurador-Geral da
Fazenda Nacional
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No aviso prévio trabalhado o empregador pode obrigar o empregado a cumprir o período integral?
Publicado em
22/01/2021
às
16:00
Muita controvérsia tem sido extraída da
aplicação da proporcionalidade do aviso prévio, ou seja, se o direito ao aviso
proporcional deve ser aplicado de forma bilateral (para ambas as partes -
empregador e empregado), ou se apenas ao empregado, tendo em vista o
entendimento extraído do caput do art. 1º da Lei 12.506/2011, já que esta
estabelece expressamente que o aviso prévio será concedido de forma
proporcional ao empregado, in verbis:
Art. 1º. O aviso prévio, de que trata o
Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção
de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na
mesma empresa.
Pelo o que dispõe o texto da lei, a
proporcionalidade do aviso prévio seria um direito estendido exclusivamente aos
empregados e não ao empregador.
Entretanto, o empregador também se vê no
direito de cobrar do empregado a reciprocidade do aviso proporcional ao tempo
de serviço, pois nos termos do que dispõe o § 2º do art. 487 da CLT, a falta de
aviso por parte do empregado, dá ao empregador o direito de descontar os
salários correspondentes, conforme abaixo.
§ 2º. A falta de aviso por parte do
empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes
ao prazo respectivo.
Esta bilateralidade era aplicada
normalmente antes da lei do aviso prévio, já que tanto o empregador quanto o
empregado, eram obrigados a avisar a outra parte da resilição do contrato pelo
prazo estipulado nos incisos I e II do art. 487 da CLT (30 dias).
Com a lei do aviso, e considerando que o
texto da lei é expresso quanto ao termo "aos empregados" acima citado, essa
bilateralidade teve entendimentos divergentes quando da aplicação da lei na
prática, tendo em vista que alguns entendem que a proporcionalidade do aviso
não deve ser estendida para ambas as partes, mas somente aos empregados.
As dúvidas surgem, por exemplo, quando o
aviso prévio dado pelo empregador é trabalhado, tendo em vista que o texto da
lei não foi regulamentado e sua aplicação na prática, traz entendimentos
conflitantes.
Neste sentido há uma corrente doutrinária e
jurisprudencial que entende pela aplicação da bilateralidade integral, ou seja,
quando o empregador demite o empregado, com aviso prévio trabalhado, este
poderia cumprir o aviso de duas formas:
a) Trabalhando todo o período proporcional
do aviso prévio (não só 30 dias), com redução de 2 horas diárias na jornada;
b) Trabalhando todo o período proporcional
do aviso prévio (não só 30 dias), com jornada integral, podendo faltar 7 dias
ao final do aviso.
Entretanto, há outra corrente que entende
pela aplicação da bilateralidade parcial, ou seja, quando o empregador demite o
empregado, com aviso prévio trabalhado, este poderia cumprir o aviso também de
duas formas:
a) Trabalhando apenas 30 dias do aviso
prévio com redução de 2 horas diárias na jornada, sendo indenizado o restante
dos dias proporcionais;
b) Trabalhando apenas 23 dias do aviso
prévio com jornada integral, podendo faltar 7 dias ao final do aviso, sendo
indenizado o restante dos dias proporcionais.
Esta última corrente é a que está
prevalecendo nos julgamentos do TST, ou seja, o empregado, quando demitido sem
justa causa, com cumprimento do aviso prévio, deve trabalhar apenas 30 dias,
sendo indenizado nos dias restantes a que tem direito, de acordo com o tempo de
serviço na mesma empresa.
Veja jurisprudência recente do TST sobre o
tema:
A) AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE
REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE DA LEI 13.015/2014 E ANTERIOR À LEI 13.467/2017.
PROPORCIONALIDADE DO AVISO PRÉVIO AO TEMPO DE SERVIÇO. VANTAGEM ESTENDIDA
APENAS AOS EMPREGADOS. (...). A Lei nº. 12.506/2011 é clara em considerar a
proporcionalidade uma vantagem estendida aos empregados (caput do art. 1º do
diploma legal), sem a bilateralidade que caracteriza o instituto original,
fixado em 30 dias desde 5.10.1988. A bilateralidade restringe-se ao aviso
prévio de 30 dias, que tem de ser concedido também pelo empregado a seu empregador,
caso queira pedir demissão (caput do art. 487 da CLT), sob pena de poder sofrer
o desconto correspondente ao prazo descumprido (art. 487, § 2º, CLT). Esse
prazo de 30 dias também modula a forma de cumprimento físico do aviso prévio
(aviso trabalhado): redução de duas horas de trabalho ao dia, durante 30 dias
(caput do art. 488, CLT) ou cumprimento do horário normal de trabalho durante o
pré-aviso, salvo os últimos sete dias (parágrafo único do art. 488 da CLT). A
escolha jurídica feita pela Lei n. 12.506/2011, mantendo os trinta dias como
módulo que abrange todos os aspectos do instituto, inclusive os desfavoráveis
ao empregado, ao passo que a proporcionalidade favorece apenas o trabalhador, é
sensata, proporcional e razoável, caso considerados a lógica e o direcionamento
jurídicos da Constituição e de todo o Direito do Trabalho. Trata-se da única
maneira de se evitar que o avanço normativo da proporcionalidade se converta em
uma contrafacção, como seria impor-se ao trabalhador com vários anos de serviço
gravíssima restrição a seu direito de se desvincular do contrato de emprego.
Essa restrição nunca existiu no Direito do Trabalho nem na Constituição, que
jamais exigiram até mesmo do trabalhador estável ou com garantia de emprego
(que tem - ou tinha - vantagem enorme em seu benefício) qualquer óbice ao
exercício de seu pedido de demissão. Ora, o cumprimento de um aviso de 60, 80
ou 90 dias ou o desconto salarial nessa mesma proporção fariam a ordem jurídica
retornar a períodos selvagens da civilização ocidental, antes do advento do
próprio Direito do Trabalho - situação normativa incompatível com o espírito da
Constituição da República e do Direito do Trabalho brasileiros. Recurso de
revista conhecido e parcialmente provido. (RR - 100545-63.2013.5.17.0151 , Relator
Ministro: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 10/04/2019, 3ª Turma,
Data de Publicação: DEJT 12/04/2019).
Fonte:
Sergio Ferreira Pantaleão é Advogado, Administrador, responsável técnico pelo
Guia Trabalhista e autor de obras na área trabalhista e Previdenciária.
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Aviso prévio indenizado não integra o salário de contribuição para o INSS
Publicado em
30/10/2019
às
16:00
O aviso prévio
indenizado, consoante o art. 7º, inciso XXI da Constituição
Federal, é uma indenização de 30 (trinta) dias, no mínimo, paga pelo
empregador quando este decide, unilateralmente, demitir o empregado sem justa
causa e sem o cumprimento do
aviso prévio
.
O prazo de 30 dias
será acrescido de 3 dias de aviso por ano de serviço prestado, até o
máximo de 60 (sessenta) dias, de acordo com o tempo de trabalho na empresa.
A Lei 9.528/97, que
alterou a Lei 8.212/91, dispõe quais são as verbas indenizatórias pagas aos
trabalhadores em que não há incidência do INSS, das quais podemos citar as
férias indenizadas e o 1/3 adicional constitucional, a indenização de que trata
o art. 479 da CLT, o valor correspondente à dobra da
remuneração de férias, entre outras.
No
entanto, dentre as verbas indenizatórias citadas pela lei, não consta o aviso
prévio indenizado como parcela isenta do INSS.
A alínea "f" do § 9º do art. 214 do Decreto 3.048/99 (Regulamento da Previdência Social) estabelecia que o aviso prévio
indenizado não integrasse o salário de contribuição.
O dispositivo citado no
parágrafo anterior foi revogado pelo Decreto
6.727/2009, a partir de quando a Previdência Social passou a exigir a
incidência da contribuição sobre a
referida parcela.
Entretanto, o inciso I do art.
28 da Lei 9.528/97 trouxe novo texto quanto ao conceito de salário de
contribuição,
estabelecendo que este se caracteriza pela retribuição de qualquer trabalho.
Assim, não há que se falar em
incidência de INSS sobre o aviso, já que o pagamento deste decorre da despedida
imediata (indenização) e não pela retribuição do trabalho.
Não obstante, partindo do
princípio de que a lei (quem cria ou exclui a obrigação) não pode ser superada
por um decreto (que apenas regulamenta a lei), deve prevalecer a não
incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio
indenizado, mesmo depois da publicação do Decreto
6.727/2009.
É importante ressaltar que tal
posicionamento vem se consolidando há tempos, tanto que mesmo após a publicação
do decreto de janeiro de 2009, já houve liminar em Mandado de Segurança
Coletivo do TRF/DF, publicada em março de 2009, estabelecendo a não
incidência.
A não incidência de contribuição
previdenciária sobre o aviso prévio já está pacificado pela Solução de Consulta Cosit 99.014/2016, Solução de Consulta Cosit 249/2017 e mais recentemente
a Solução de Consulta Cosit 31/2019.
Este
entendimento está consubstanciado no julgamento recente do TST, que excluiu a
incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado,
conforme abaixo:
TST - AVISO PRÉVIO INDENIZADO NÃO INTEGRA SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO PARA O
INSS
A Terceira Turma do
Tribunal Superior do Trabalho afastou a incidência da contribuição previdenciária sobre o aviso-prévio
indenizado devido por uma empresa multinacional, que atua na fabricação de
gases industriais e medicinais, a um mecânico aposentado.
Segundo a Turma, a
parcela não faz parte do salário de contribuição,
pois não se destina a retribuir qualquer trabalho.
Recolhimento do INSS
A ação foi ajuizada pelo mecânico em 2017,
dispensado após mais de 32 anos de serviços prestados à empresa em
Iguatama (MG).
Ao deferir parte das
parcelas pedidas pelo empregado, o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Formiga (MG)
determinou expressamente o recolhimento previdenciário sobre as que incidiam
sobre o aviso prévio indenizado. O Tribunal Regional do
Trabalho da 3ª Região (MG) manteve a sentença.
Alteração legislativa
O relator do recurso
de revista da empresa, ministro Alberto Bresciani, assinalou que a Lei
9.528/1997 alterou a Lei da Previdência Social (Lei 8.212/1991), excluiu
o aviso-prévio indenizado do rol das parcelas que não integram o salário de contribuição (artigo 28, parágrafo 9º), bem
como também alterou esse conceito.
O inciso I do artigo
28 define como salário de contribuição a
totalidade dos rendimentos pagos durante o mês "destinados a retribuir o
trabalho". O aviso-prévio indenizado, portanto, não se enquadra na definição,
por não retribuir trabalho prestado.
O ministro lembrou
ainda que uma instrução normativa da Secretaria da Receita Previdenciária (IN
MPS/SRP 3/2005) dispõe expressamente que as importâncias recebidas a título de
aviso-prévio indenizado não integram a base de cálculo para
incidência de contribuição previdenciária (artigo
72, inciso VI, alínea "f").
A decisão foi unânime.
Fonte: TST -
Processo: ARR-10889-34.2017.5.03.0058. - Adaptado pelo Guia Trabalhista.
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A projeção do aviso prévio e a contagem dos avos de férias e 13º salário
Publicado em
15/07/2019
às
12:00
Aviso
prévio é a comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes,
empregador ou empregado, que decide extingui-lo, com a antecedência que estiver
obrigada por força de lei.
O aviso prévio, até outubro/2011, era de 30 dias conforme
estabelece o art. 7º, XXI da Constituição Federal.
Com a publicação da Lei 12.506/2011 a duração
do aviso prévio passou a ser contado de acordo com o tempo de serviço do
empregado, sendo de 30 (trinta) dias para aquele que tiver até um ano de vínculo
empregatício na mesma empresa, acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço
prestado até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90
(noventa) dias.
No aviso prévio dado
pelo empregador, tanto trabalhado quanto indenizado, o seu período de duração
integra o tempo de serviço para todos os efeitos legais, inclusive reajustes
salariais, férias, 13º salário e indenizações.
A projeção do aviso na
contagem dos avos de férias e 13º salário é feita de forma contínua, ou seja,
conta-se os avos como se a data do aviso não existisse, apurando-se os avos de
férias e 13º salário a serem pagos na rescisão de contrato
conforme abaixo:
·Para 13º Salário: desde o dia 1º de
janeiro do ano corrente ou da data de admissão, se o empregado foi admitido no
decorrer do ano, até a data do término previsto (projetado) do aviso;
· Para Férias Proporcionais: a
partir do início do último período aquisitivo até a data do término previsto
(projetado) do aviso.
Assim,
não se deve separar a contagem dos avos de férias proporcionais ou de 13º
salário, por exemplo, até a data de demissão, e depois reiniciar nova contagem
dos avos referente aos dias que correspondem ao aviso.
Para melhor elucidar,
vamos considerar que um empregado, com 7 anos de empresa, tenha
sido demitido sem justa causa no dia 17/10, tendo direito a 48 dias de
aviso prévio.
Neste caso,
considerando ainda que o início do último período aquisitivo de férias deste
empregado fosse dia 02/08 do ano corrente, a contagem correta dos avos
seria da seguinte forma:

Observe
que se a contagem for feita de forma separada, o empregador estaria pagando
1/12 avos a mais de férias, quando o correto é fazer a contagem de forma
contínua, gerando o direito aos 04/12 avos.
Fonte:
Blog Trabalhista.
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Projeção do aviso prévio impede indenização por dispensa antes da data-base?
Publicado em
30/06/2019
às
14:00
A
Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho excluiu de condenação a uma
companhia de saneamento do Espírito Santo o pagamento de indenização devida
quando se dispensa empregado sem justa causa nos
30 dias que antecedem a
data-base
de reajuste salarial.
No caso de seis
empregados da empresa, os ministros concluíram que, com o término dos contratos
no último dia do aviso-prévio indenizado, as rescisões foram efetivadas após
a data-base. A circunstância afastou o direito à reparação.
O grupo, composto por
urbanitários, requereu na Justiça a indenização prevista no artigo
9º da Lei 7.238/1984. Eles afirmaram que receberam o aviso-prévio da
demissão, em 30/4/2010, um dia antes da data-base do reajuste, 1º/5.
O aviso ocorreu de
forma indenizada, ou seja, sem a necessidade de continuar a trabalhar.
Apesar do fim da prestação dos serviços, os contratos se encerraram em
30/5/2010, quando acabou o período do aviso-prévio. Com esse argumento, a
defesa da empresa alegou que as rescisões foram efetivadas quase um mês depois
da data-base.
O juízo da 1ª Vara do
Trabalho de Vitória (ES) condenou a Companhia a pagar indenização de um salário
para cada um dos seis urbanitários, com fundamento no artigo 9º da
Lei 7.238/1984.
A decisão foi mantida
pelo Tribunal Regional do Trabalho da 17ª Região. Segundo o TRT, as dispensas
ocorreram em 30/4 dentro do período de 30 dias antes da data-base, "não havendo
falar-se, no caso, em projeção do período do aviso-prévio".
TST
A Primeira Turma, por
unanimidade, deu provimento ao recurso de revista da empresa para
excluir da condenação a indenização.
Os ministros
reforçaram que a jurisprudência do TST é no sentido de que não tem
direito à reparação do artigo 9º da Lei 7.238/1984 quem teve o
contrato efetivamente rescindido após a data-base da categoria
quando considerada a projeção do aviso-prévio indenizado.
Nota M&M: Destacamos que esta decisão foi aplicada neste processo
específico, e pode servir como um norteador para futuras sentenças. Porém,
situações semelhantes poderão ter decisões diferentes, especialmente nas
esferas de primeiro e segundo graus.
Fonte: TST -
Processo: RR-138400-16.2010.5.17.0011. - Adaptado pelo Guia Trabalhista, com "nota" da M&M
Assessoria Contábil
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Aviso Prévio Trabalhado - Baixa na CTPS com redução dos sete dias corridos
Publicado em
09/06/2019
às
16:00
O
aviso prévio é o instituto utilizado por uma das partes para comunicar e dar
ciência à outra da sua decisão de rescindir o contrato de trabalho de forma
imediata ou ao final de determinado período, sendo que, em caso de cumprimento,
continuará exercendo as suas atividades habituais.
Ocorrendo a rescisão do
contrato por iniciativa do empregado, o mesmo cumprirá a jornada de
trabalho integral durante todo o aviso prévio, ou poderá dispensar o seu
cumprimento, caso comprove já ter encontrado outro emprego, não havendo,
portanto, a necessidade de redução da jornada e tampouco a falta ao
trabalho.
Por outro lado, sendo
rescindido o contrato de trabalho por iniciativa do empregador, duas situações
podem decorrer neste caso:
a) A redução da
jornada de trabalho do empregado em 2 (duas) horas diárias durante o período do
aviso; ou
b) A falta ao trabalho
por 7 (sete) dias corridos, sendo estes, ao final do aviso.
Por conta da Lei 12.509/2011, a qual estabeleceu a
proporcionalidade no aviso de acordo com o tempo trabalhado na mesma empresa
(acréscimo de 3 dias a cada ano trabalhado), muita controvérsia tem sido
extraída da aplicação desta proporcionalidade, ou seja, se o direito ao aviso
proporcional deve ser aplicado de forma bilateral (para ambas as partes -
empregador e empregado), ou se apenas ao empregado, tendo em vista o
entendimento extraído do caput do art. 1º da Lei
12.506/2011, já que esta estabelece expressamente que o aviso prévio será
concedido de forma proporcional ao empregado.
Nos julgamentos mais
recentes, o TST vem adotando o entendimento de que não cabe a via de mão dupla, ou seja, o empregado que pede
demissão não pode ser obrigado a permanecer laborando por mais de 30 dias em
regime de aviso prévio, uma vez
que o aviso prévio é um direito assegurado ao trabalhador, porquanto a
proporcionalidade a que se refere a Lei 12.506/2011, apenas pode ser exigida da
empresa.
Considerando o
entendimento do TST, embora o empregado possa optar por esta substituição (2
horas diárias ou 7 dias ao final), a data de desligamento, para fins de baixa
na CTPS, é a data projetada para o término do aviso prévio, ou seja, a
opção do empregado por faltar os últimos 7 dias não implica o término
antecipado do aviso prévio ou do contrato de trabalho.
Fonte:
Blog Trabalhista
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Aviso-prévio indenizado tem incidência de contribuição previdenciária?
Publicado em
20/02/2019
às
10:00
Segundo a jurisprudência do TST, a parcela
não tem natureza salarial.
A Primeira Turma do Tribunal Superior do Trabalho afastou a incidência da
contribuição previdenciária sobre o aviso- prévio indenizado recebido por um
vendedor-propagandista de medicamentos da EMS S.A. De acordo com a decisão, a
parcela não tem natureza salarial, mas indenizatória.
Sem prestação de trabalho
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS), com fundamento na sua
jurisprudência, determinou a inclusão do aviso-prévio indenizado na base de
cálculo das contribuições previdenciárias. No recurso de revista, o vendedor
demonstrou a existência de divergência jurisprudencial ao indicar decisão do
TRT da 12ª Região (SC). Nesse julgado, o entendimento foi o de que, não havendo
prestação de trabalho no curso do aviso-prévio, não há como enquadrá-lo no
conceito de salário de contribuição.
Natureza indenizatória
O relator do recurso, ministro Walmir Oliveira da Costa, destacou que o TST
pacificou o entendimento de que o título relativo ao aviso-prévio indenizado,
por não decorrer de trabalho prestado ou de tempo à disposição do empregador ou
do tomador de serviços, tem natureza estritamente indenizatória. Por isso, não
se insere entre as parcelas que integram o salário de contribuição previsto no
artigo 28, inciso I, da Lei 8212/1991, que trata da organização da Seguridade
Social.
Segundo o relator, esse entendimento prevalece mesmo após a alteração do artigo
28, parágrafo 9º, da lei, uma vez que trata de identificar a natureza jurídica
da rubrica. Como exemplo, citou decisões da Subseção 1 Especializada em
Dissídios Individuais (SDI-1) e de Turmas do TST em que a cobrança de
contribuição social sobre o aviso-prévio indenizado é incabível em razão de sua
natureza jurídica. Num dos precedentes, destaca-se que a parcela visa compensar
o resguardo do prazo garantido por lei para a obtenção de novo emprego.
A decisão foi unânime.
Nota M&M: Como pode ser observado ao longo da matéria acima, as
decisões nas diversas esferas judiciais foram conflitantes. Portanto, pode
ocorrer decisão divergente em processos judiciais em situações semelhantes,
especialmente em primeiro e segundo graus.
Fonte: www.tst.jus.br/,
Processo: ARR-386-92.2013.5.04.0016,
Adaptado pela M&M
Assessoria Contábil
-
É Inválida Renúncia a Aviso-Prévio Estabelecida por Norma Coletiva?
Publicado em
24/01/2019
às
16:00
A Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho restabeleceu a
sentença em que se determinara à uma empresa de vigilância e segurança o
pagamento do aviso-prévio a vigilante, apesar de cláusula de convenção coletiva
de Trabalho (CCT) afastar essa obrigação.
Veja a cláusula prevista na convenção coletiva:
CLÁUSULA TRIGÉSIMA TERCEIRA - CONTINUIDADE DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO.
A empresa prestadora de serviço ficará desobrigada do pagamento do aviso prévio
e indenização adicional (Lei nº 6708/79), na hipótese do término do contrato de
prestação de serviços, pelo atingimento do seu prazo, quando o seu empregado,
ali lotado, for contratado pela nova empresa prestadora de serviço, no mesmo
posto.
Na decisão, a Turma ressaltou ser inválida norma coletiva que exclua
o aviso-prévio, por implicar renúncia a direito trabalhista constitucionalmente
assegurado.
Terceirização
O vigilante foi dispensado sem justa causa, sem a concessão do
aviso-prévio. Ao término do contrato de emprego, ele foi imediatamente admitido
pela nova empresa prestadora de serviço para continuar a exercer a função na
mesma agência do banco onde atuava.
Em processo judicial apresentado pelo empregado, o juízo de primeiro
grau deferiu-lhe o pagamento do aviso-prévio. No entanto, com base na norma
coletiva, o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (PR) excluiu da
condenação o pagamento do valor equivalente a 33 dias de aviso-prévio e
reflexos.
Aviso-prévio: renúncia
No recurso para o TST, o empregado sustentou ser inválida a renúncia
ao aviso-prévio, pois o direito de receber a parcela se mantém apesar de ter
sido imediatamente admitido em outro emprego.
O relator do recurso, ministro Vieira de Mello Filho, entendeu que,
na decisão do TRT, foram violados os artigos 7º, XXI e XXVI, da Constituição da
República e 487, parágrafo 1º, da CLT, pois validou-se norma coletiva que
renuncia ao aviso-prévio sem que o empregado o faça.
O ministro afirmou que a Constituição da República não autoriza a
flexibilização ampla nas relações de trabalho, mas somente nas hipóteses
previstas pelo próprio legislador constituinte.
A renúncia ao aviso-prévio não está entre elas. Após citar diversas
decisões do TST nesse sentido, ele concluiu que, "nos termos da Súmula 276 do
TST, o direito ao aviso-prévio é irrenunciável pelo empregado", destacou.
Súmula 276 do TST. AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO (mantida) -
Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. O direito ao aviso prévioé irrenunciável
pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de
pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços
obtido novo emprego.
Nessa perspectiva, "a circunstância de se ter obtido novo emprego,
após a dispensa, não exonera o empregador do pagamento do aviso-prévio, o que
se admitiria apenas na hipótese de renúncia expressa pelo empregado, premissa
não registrada no acórdão do Tribunal Regional", explicou o ministro.
Com essa fundamentação, a Sétima Turma deu provimento ao recurso e
restabeleceu a sentença em que foi determinado à empresa o pagamento do
aviso-prévio. A decisão foi unânime.
Nota M&M: Destaca-se que esta
decisão foi para este processo especificamente, sendo possível decisões
emitidas por outros juízes/tribunais serem diferentes para situações semelhantes.
Fonte: Blog Guia Trabalhista/Processo: RR -
131-79.2014.5.09.0657, com nota da M&M Assessoria
Contábil
-
Receita Federal altera regras sobre geração e preenchimento de GPS em relação ao aviso prévio indenizado
Publicado em
18/08/2017
às
15:00
Instrução Normativa (IN) RFB nº 1730/2017
esclarece que a contribuição previdenciária não incide sobre o aviso prévio
Foi
publicada no Diário Oficial da União a IN RFB nº 1730/2017, que
altera regras sobre as informações a serem declaradas em Guia de Recolhimento
do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social
(GFIP).
O
Superior Tribunal de Justiça (STJ), no Recurso Especial (REsp) sob nº
1.230.957/RS, entendeu que não é possível a incidência de contribuição
previdenciária sobre o aviso prévio indenizado. Esse posicionamento foi
reconhecido pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) na Nota PGFN/CRJ
nº 485, de 2 de junho de 2016, vinculando o entendimento no âmbito da Receita
Federal.
Assim,
os arts. 6º e 7º da Instrução Normativa RFB nº 925, de 2009, foram alterados
para definir que:
a) até
a competência de maio de 2016, período anterior ao reconhecimento efetuado pela
PGFN, o valor do aviso prévio indenizado deverá ser somado às outras verbas
rescisórias, para fins de cálculo das contribuições previdenciárias; e
b) a
partir da competência de junho de 2016, o valor do aviso prévio indenizado não
deverá ser computado na base de cálculo das contribuições previdenciárias,
exceto seu reflexo no 13º (décimo terceiro) salário.
Apesar
de a alteração envolver período já declarado, as GFIP entregues não precisarão
ser retificadas, pois o inciso I do art. 6º Instrução Normativa RFB nº 925, de
2009, que não está sendo objeto de alteração, previa a dispensa de informar o
valor do aviso prévio indenizado na declaração. Altera-se, no entanto, a forma
de geração e preenchimento da Guia da Previdência Social (GPS) a partir da
competência de junho de 2016, visto que não há necessidade de inclusão do aviso
prévio para cálculo dos valores devidos de contribuições previdenciárias.
Fonte: Receita Federal do Brasil
-
AVISO PRÉVIO PROPORCIONAL TAMBÉM SE APLICA ÀS EMPRESAS
Publicado em
02/12/2016
às
13:00
O aviso
prévio proporcional ao tempo de serviço também pode ser aplicado a favor do
empregador. Essa foi a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que não
considerou a apelação de uma trabalhadora obrigada a cumprir 33 dias de aviso
prévio.
Na ação, a empregada reivindicava que a empresa pagasse aviso prévio indenizado
de forma proporcional e os dias adicionais trabalhados, em dobro ou como extra.
Isso porque a Lei nº 12.506/11 determina o
acréscimo de três dias por ano de trabalho na mesma empresa, até o limite de 60
dias, aos 30 dias de aviso prévio previstos na Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
O pedido, porém foi negado em primeira instância com a justificativa de que a
atitude da profissional que pretendia receber os 33 dias de aviso prévio sem
trabalhar "beirava a má-fé". Confirmando a sentença, o Tribunal Regional do
Trabalho destacou não haver espaço para reconhecer que "o acréscimo do tempo
referente ao aviso prévio apenas é aplicável quando ele é indenizado e nunca
quando é trabalhado".
Ao relatar o recurso ao TST, o ministro João Oreste Dalazen argumentou que o
aviso prévio é obrigação recíproca de empregado e de empregador, conforme fixa
o artigo 487 da CLT. Em seu entendimento, a Lei nº 12.506/11 mudou apenas a
duração do aviso prévio, de acordo com o tempo de serviço. "Assim como é
importante o aviso prévio para o empregado, a fim de buscar recolocação no
mercado de trabalho, igualmente o é para o empregador, que se vê na
contingência de recrutar e capacitar um novo empregado", explicou.
Nota
M&M: Destaca-se que o entendimento acima foi manifestado num processo
judicial. Tem sido observado posicionamentos diferentes nas esferas inferiores.
Fonte: Contas em Revista
-
Falta Grave no Curso do Aviso Prévio
Publicado em
30/10/2016
às
11:00
Ocorrendo do empregador ou do empregado cometer, durante o curso do
aviso prévio, falta grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o
contrato de trabalho.
Ocorrendo do
empregador ou do empregado cometer, durante o curso do aviso prévio, falta
grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o contrato de
trabalho.
No caso do
empregador, fica ele obrigado ao pagamento da remuneraçãocorrespondente a todo
o período de aviso prévio e as demais parcelas de direito.
Sendo a falta grave
cometida pelo empregado, exceto a de abandono de emprego, retira do empregado
qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória, conforme
dispõe o Súmula 73 do TST:
"DESPEDIDA. JUSTA
CAUSA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrência de
justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso
prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas
rescisórias de natureza indenizatória."
Como o abandono do
emprego só se caracteriza pela falta injustificada ao trabalho por mais de 30
(trinta) dias, ainda que as faltas sejam de 5, 10 ou 20 dias no decurso do
aviso prévio, serão insuficientes para a caracterização do abandono, mas
poderão ser descontadas pelo empregador no vencimento do aviso, no ato da
quitação dasverbas rescisórias.
Para obter as
atualizações, exemplos e jurisprudências, acesse Aviso Prévio - Aspectos Gerais
no Guia Trabalhista OnLine.
Fonte: Blog
Guia Trabalhista
-
Novas regras, duração, descumprimento e mais: saiba como funciona o aviso prévio
Publicado em
29/10/2016
às
13:00
Especialistas consultados pelo Brasil Econômico respondem às perguntas
mais comuns sobre o direito de aviso prévio
São muitas as
motivações que levam um funcionário a querer sair do atual emprego. Assim como
há algumas razões para que empresas tenham de dispensar funcionários sem justa
causa. Todo mundo sabe. Esses casos de rescisão do contrato de prazo
indeterminado sem justa causa exigem o cumprimento do chamado aviso prévio -
que nada mais é do que a comunicação antecipada do fim das relações de trabalho
feita por uma das partes.
É importante lembrar
que o aviso prévio é um direito garantido para ambos os lados, prevendo
consequências por seu descumprimento - seja do empregado ou do empregador.
Muitas dúvidas podem
surgir sobre o tema: por exemplo, como deve ser feita a comunicação? Qual o
tempo que deverei cumprir - e sou obrigado a cumprir? -, o que poderá acontecer
caso o aviso prévio seja desobedecido? Para responder estas e outras perguntas,
o Brasil Econômico falou com cinco advogados trabalhistas
sobre as dúvidas principais sobre o tema.
1. Quando ocorre o
aviso prévio?
Ele acontece apenas
para a rescisão sem justa causa do contrato de trabalho com tempo indeterminado.
Assim, não é necessário em casos de contratos de trabalho estabelecidos por
tempo determinado (uma vez que já têm sua data final pré-estipulada), tampouco
para nos casos de rescisão indireta (rescisão do contrato de trabalho por falta
grave do empregador) e empregados demitidos por justa causa.
É preciso atenção em
casos de contrato com limite de tempo estabelecido, pois, nesse contexto,
poderá ser cobrada uma multa. Ademais, é preciso observar se o contrato possui
a chamada cláusula "assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada"
- o que, de maneira simplificada, significa que o aviso prévio será exigido.
2. Quais os tipos de
aviso prévio (e as consequências de descumprimento)?
Há dois tipos de
contrato de trabalho previstos pela lei:
Indenizado:
é
aquele em que o empregador decide pelo desligamento imediato do funcionário.
Nesse caso, a empresa efetua o pagamento da parcela relativa ao respectivo
período, além das verbas rescisórias.
Quando o empregado
pede para sair, a empresa tem direito de descontar o valor respectivo em
rescisão de contrato. É o famoso "salário a menos" que algumas pessoas falam,
sabe?
Trabalhado:
quando
o funcionário é dispensado com aviso prévio, ele tem direito a escolher entre
duas opções: reduzir duas horas de sua jornada diária ou faltar sete dias
corridos mantendo o salário integral (art. 488, da CLT). "O objetivo da lei é
que ele possa procurar novo emprego, fazer entrevistas etc. Por isso, esse
direito não existe quando é ele quem pediu demissão, pois, aí, imagina-se que
já tenha para onde ir, pois a iniciativa do rompimento foi do trabalhador",
explica a advogada trabalhista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
Juliana Bracks.
Para o empregado
mensalista rural, a Legislação específica que trata dessa categoria, estabelece
que o trabalhador tem direito a uma folga semanal.
3. É possível o
empregado perder direito ao pagamento do aviso?
Sim. De acordo com a
Súmula 73 do TST, se durante o período do aviso prévio o empregado cometer
falta grave, como o ato lesivo a honra contra superiores hierárquicos etc,
perderá o direito de receber o salário a título do aviso prévio, além de todas
as verbas indenizatórias pela rescisão contratual.
4. Qual a duração do
aviso prévio?
Com a publicação da
Lei 12.506/2011, a partir de 13 de outubro de 2011, ficou previsto um período
mínimo de 30 dias para todo e qualquer trabalhador + 3 dias por ano completo
trabalhado na empresa, limitado a um máximo de 90 dias. Antes disso, todos os
trabalhadores deveriam cumprir 30 dias.
"Apesar de o aviso
prévio ser proporcional ao tempo de serviço, o Ministério do Trabalho e Emprego
tem entendido que essa proporcionalidade somente se aplica ao empregador, na
dispensa sem justa causa do empregado, e não quando o empregado pede demissão.
Nesse caso, o aviso prévio do empregado será sempre de 30 dias,
independentemente do tempo de serviço para a empresa", destacam Célia Mara
Peres e Luiza Cruz Greiner, advogadas trabalhistas sócias do escritório Lilla,
Huck, Otranto e Camargo Advogados.
A duração de aviso
prévio é prevista pela CLT. Porém, existem convenções coletivas de algumas
categorias que podem alterar esse período, criando algumas regras para casos
específicos (como de funcionários que estão para se aposentar, por exemplo).
"Se existem dúvidas
sobre a convenção coletiva da empresa, o funcionário pode buscar informações
com o RH", explica Roberto Amorim Silveira, advogado titular da Amorim Silveira
Advogados, especialista em Direito Empresarial e pós-graduado em Direito
Trabalhista e Processual Trabalhista.
É importante lembrar
que o tempo de serviço do funcionário demitido refletirá nos reajustes
salariais, férias, 13º salário e indenizações - quando o aviso prévio é dado
pelo empregador (seja indenizado ou trabalhado). "As verbas e direitos
trabalhistas que advém de um contrato de trabalho acabam sendo majorados em
função do aviso prévio", ressalta.
5. Como deve ser
feito o aviso prévio?
Claro que haverá uma
conversa oral entre empregador e funcionário sobre a rescisão do contrato (em
situações normais). Porém, independentemente do relacionamento estabelecido
entre a equipe, é essencial que o aviso prévio seja feito de maneira escrita,
com impressão de três cópias que deverão ser entregues para empresa, empregado
e sindicato.
Sobre a carta de
aviso prévio, muitas pessoas afirmam necessitar ser feita à mão, porém não
existe lei que prevê esta exigência. Por fim, o importante é que haja a
assinatura do empregado nas 3 vias.
6. Estagiários devem
cumprir aviso prévio?
É claro que pode
existir um acordo entre empregador e estagiário sobre a data final de seu papel
na empresa, caso ambas as partes queiram pactuar livremente. Porém, de acordo
com Alexandra Bianchi, advogada do Mascaro Nascimento Advocacia Trabalhista e Líder
de Processsos Especiais do escritório, os estagiários estão isentos do aviso
prévio.
"A Lei 11.788/2008
estendeu alguns direitos aos estagiários como férias remuneradas de 30 dias ou
proporcional (se o contrato de estágio for menor que 1 ano), que ocorrerão
quando do recesso escolar, vale-transporte, jornada de trabalho reduzida,
reserva de percentual para estagiários portadores de deficiência, entre outros,
mas não há deferimento de aviso prévio", afirma.
Fonte: IG
- Economia/Autor:
Ana Lis Soares
-
Falta Grave no Curso do Aviso Prévio
Publicado em
19/07/2016
às
17:00
Ocorrendo do empregador ou do empregado cometer, durante o curso do
aviso prévio, falta grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o
contrato de trabalho.
Ocorrendo do
empregador ou do empregado cometer, durante o curso do aviso prévio, falta
grave, poderá qualquer das partes rescindir imediatamente o contrato de
trabalho.
No caso do
empregador, fica ele obrigado ao pagamento da remuneração correspondente a todo
o período de aviso prévio e as demais parcelas de direito.
Sendo a falta grave
cometida pelo empregado, exceto a de abandono de emprego, retira do empregado
qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória, conforme
dispõe o Súmula 73 do TST:
"DESPEDIDA. JUSTA
CAUSA (nova redação) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003 A ocorrência de
justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do aviso
prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas
rescisórias de natureza indenizatória."
Como o abandono do
emprego só se caracteriza pela falta injustificada ao trabalho por mais de 30
(trinta) dias, ainda que as faltas sejam de 5, 10 ou 20 dias no decurso do
aviso prévio, serão insuficientes para a caracterização do abandono, mas
poderão ser descontadas pelo empregador no vencimento do aviso, no ato da
quitação dasverbas rescisórias.
Para obter as
atualizações, exemplos e jurisprudências, acesse Aviso Prévio - Aspectos Gerais
no Guia Trabalhista OnLine.
Fonte: Blog
Guia Trabalhista
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Aviso Prévio Proporcional Pode Ser Integralmente Trabalhado
Publicado em
04/07/2016
às
15:00
O aviso prévio proporcional, regulamentado pela Lei
12.506/2011, é uma garantia prevista ao empregado, em caso de dispensa sem
justa causa.
O aviso prévio
proporcional, regulamentado pela Lei 12.506/2011, é uma garantia prevista ao
empregado, em caso de dispensa sem justa causa.
Ele deve ser
concedido na proporção de trinta dias aos empregados com até um ano de casa. A
partir daí, serão acrescidos três dias a cada ano de serviço prestado à
empresa, até o máximo de 60 dias, perfazendo um total de até 90 dias.
Mas ele pode ser
integralmente trabalhado?
A possibilidade de o
empregador exigir que o empregado trabalhe por todo o período do aviso prévio
proporcional tem sido alvo de controvérsias.
A discussão é: Será
que o empregador, ao dispensar o empregado, pode exigir dele que cumpra
integralmente o aviso prévio trabalhado, e não somente os primeiros 30 dias,
indenizando os restantes?
Clique aqui
e
leia o julgado na íntegra.
Fonte: Blog
Guia Trabalhista
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O Empregado Pode se Recusar a Assinar o Aviso Prévio?
Publicado em
28/06/2016
às
13:00
A legislação
trabalhista estabelece, por meio do art. 468 da CLT, que só é lícita a
alteração das condições nos contratos individuais de trabalho, por mútuo
consentimento, desde que não resultem direta ou indiretamente em prejuízos ao
empregado, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia.
A referida norma
estabelece ainda que as relações contratuais de trabalho podem ser objeto de
livre negociação entres as partes interessadas, desde que não seja contrária às
disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivos de sua categoria e
às decisões das autoridades competentes, consoante o art. 444 do referido
dispositivo legal.
O aviso prévio é a
comunicação da rescisão do contrato de trabalho por uma das partes, empregador
ou empregado, que decide extingui-lo de imediato ou com a antecedência que
estiver obrigada por força de lei.
Assim, se o
empregador concede o aviso prévio ao empregado e este, por qualquer motivo, se
recusa a assinar por não aceitar o desligamento, estaríamos diante de uma
relação antagônica, não havendo, portanto, o mútuo consentimento entre as
partes interessadas previsto na legislação.
No entanto, o
instituto aviso prévio é, na verdade, uma forma de garantir a liberdade
contratual entre os contratantes, na medida em que nenhuma das partes fique
obrigada a manter o vínculo empregatício contra a sua vontade, ainda que a
outra manifeste a sua oposição.
Trata-se de um
direito potestativo garantido, inclusive, pela Constituição Federal, sendo que
sua concessão deve ser preferencialmente de forma escrita, a fim de permitir a
aposição da assinatura da parte contrária, evidenciando desta forma, a
concordância ou a ciência no rompimento do contrato.
Da mesma forma que
não há uma obrigatoriedade de o empregador contratar um candidato que manifeste
total interesse em ingressar na empresa, também não há a obrigatoriedade de
manter o vínculo empregatício com o empregado, salvo nos casos em que há
previsão legal, como é o caso do empregado deficiente físico, por exemplo, que
dispõe de proteção do emprego e que sua demissão depende da admissão de outro
deficiente para substituí-lo.
Portanto, quando o
empregado, comunicado por meio do aviso prévio pelo empregador, se recusa a
assinar, cabe ao empregador solicitar que, no mínimo, duas testemunhas
presenciem a comunicação da demissão e atestem, por meio de assinatura no
documento, tal procedimento.
Após a comunicação e
colhida as assinaturas, o empregado deixa de fazer parte do quadro da empresa,
sendo obrigado a retirar-se do local de trabalho ou continuar trabalhando até o
seu vencimento, se o aviso for trabalhado.
Qualquer ato
praticado pelo empregado no sentido de tentar prejudicar o empregador,
danificando equipamentos propositadamente ou qualquer ação que cause prejuízos
à empresa, a dispensa arbitrária poderá ser convertida em demissão por justa
causa, ser responsabilizado civil ou criminalmente pelo ato praticado, bem como
arcar com eventuais custos financeiros decorrente de seu ato.
Caso não haja
testemunhas que sejam empregados da empresa o empregador poderá se orientar por
meio de seu departamento jurídico, do sindicato da categoria profissional ou da
Delegacia Regional do Trabalho para que a demissão seja concretizada.
Portanto, mesmo que
o empregado se recuse a assinar o aviso, o empregador ainda poderá concretizar
o desligamento na forma acima explicitada.
Fonte: Blog
Guia Trabalhista/Autor: Sérgio
Ferreira Pantaleão
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Adicional indenizatório por dispensa antes da data-base
Publicado em
17/07/2015
às
15:00
O artigo
9º
da Lei 7.238/84 prevê o
pagamento de uma indenização adicional equivalente a um salário mensal ao
empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 dias que antecede a
data de sua correção salarial. Para tanto, deve-se contar o período do aviso
prévio, já que este integra o contrato de trabalho para todos os efeitos. Mas e
se o aviso prévio for o proporcional ao tempo de serviço, conforme instituído
na Lei 12.506/11? Ainda assim deve ser computado?
Este foi o caso submetido à apreciação da 7ª Turma
do TRT-MG. Para o relator, juiz convocado Antônio Gomes de Vasconcelos, a
resposta é sim. O aviso prévio deve ser computado ao período do contrato de
trabalho em qualquer situação. Apesar de louvar os fundamentos esposados
na sentença, ele lembrou que o aviso prévio, ainda que indenizado, integra o
tempo de serviço do empregado para todos os fins. É o que prevê o artigo 487, parágrafo 1º, da CLT.
Se assim é, não existe razão para entendimento
diferente quanto aos efeitos da Lei 7.238/84. Nesse sentido, estabelecem as Súmulas 182 e 314
do TST.
"Se o tempo relativo ao aviso prévio é contado para efeito da
indenização adicional em comento, não há razão para que o aviso prévio
proporcional ao tempo de serviço instituído pela Lei
12.506
/11 não seja igualmente computado para fins de incidência da
cominação a que alude o art.
9º
da Lei
7.238
/84, já que o objetivo da penalidade continua resguardado, qual
seja, o de evitar que a dispensa seja ocasionada por melhor perspectiva de
salário ao empregado"
, destacou no voto.
No caso, o julgador constatou que a rescisão do
contrato de trabalho da professora ocorreu em 01.03.2012, sendo a comunicação
da dispensa em 01.12.2011, em razão do aviso prévio de 90 dias. Por sua vez, as
Convenções Coletivas de Trabalho evidenciaram que a data-base da categoria
corresponde a 1º de fevereiro, verificando-se, pois, 30 dias após a data da
extinção do contrato de trabalho. Diante desse contexto, o julgador concluiu
que a indenização prevista no artigo
9º
da Lei 7.238/84 é devida,
modificando a sentença para acrescentar a parcela à condenação. Os julgadores
acompanharam o entendimento. (Publicado por Tribunal Regional do
Fonte: http://trt3.jusbrasil.com.br
/ Pontual - Amarildo
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CLT: Empregador pode exigir cumprimento total de aviso prévio proporcional
Publicado em
04/03/2015
às
13:00
O empregador pode exigir que o empregado trabalhe no período total do
aviso prévio proporcional, ainda que por mais de 30 dias, desde que observe as regras da Consolidação das Leis do Trabalho.
Seguindo esse entendimento, a Justiça do Trabalho julgou improcedente a
pretensão de um porteiro que trabalhou durante dois anos em um condomínio de
tornar nulo o aviso-prévio proporcional de 36 dias, após dispensa imotivada.
Admitido em 2011, o trabalhador foi demitido em agosto de 2013. Na ação
trabalhista, alegou irregularidade no cumprimento do aviso-prévio, afirmando
ter sido obrigado a trabalhar seis dias além dos 30 dias exigidos pelo artigo
487, inciso II, da CLT. No seu entendimento, a Lei 12.5006/11, que prevê o
acréscimo de três dias no aviso-prévio para cada ano de serviço prestado na
mesma empresa, não teria o objetivo de prejudicar o empregado, e os dias
acrescidos em função do tempo de serviço deviam ser indenizados, e não
trabalhados.
O pedido foi julgado improcedente em primeiro e segundo graus. O Tribunal
Regional do Trabalho da 17ª Região (ES) aplicou o entendimento de que a nova
legislação sobre proporcionalidade se aplica tanto para o aviso-prévio
indenizado como para o cumprimento da jornada de trabalho reduzida, prevista no
artigo 488 da CLT.
"O aviso prévio proporcional é de no mínimo 30 dias, sendo certo que
nos termos do artigo 1º, da Lei 12.506/11, deverão ser acrescidos três dias por
ano completo de trabalho, respeitado o limite de 90 dias. Assim, o empregador
tem direito a que o empregado trabalhe durante o
prazo total do aviso prévio proporcional, devendo, apenas, observar o disposto
no artigo 488 da CLT", diz o acórdão do TRT-17.
O trabalhador recorreu ao TST, mas o recurso não foi conhecido pela 8ª
Turma. A relatora, ministra Dora Maria da Costa, afastou a alegação de violação
direta e literal do artigo 7º da Constituição. "O inciso XXI do artigo 7º
assegura o direito ao aviso-prévio proporcional ao tempo de serviço, porém não
veda que o empregador possa exigir o cumprimento de todo o período",
esclareceu.
Na última decisão no processo, o ministro Márcio Eurico Vitral Amaro, do
Tribunal Superior do Trabalho, negou seguimento a recurso de embargos pelo qual
o porteiro buscava levar o caso à Subseção 1 Especializada em Dissídios
Individuais (SDI-1). Ele observou que, nas causas sujeitas ao procedimento
sumaríssimo, os embargos só são cabíveis quando demonstrada divergência
jurisprudencial entre turmas do TST, e esse pressuposto não foi cumprido, pois
as decisões divergentes eram oriundas de TRT, "hipótese não prevista no artigo
894, inciso II, da CLT". Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.
Fonte: Jornal Contábil.
Processo RR-108500-74.2013.5.17.0013 (Revista Conjur)
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Não se aplica no pedido de demissão o aviso-prévio superior a 30 dias
Publicado em
18/11/2012
às
17:00
AVISO-PRÉVIO PROPORCIONAL - PEDIDO DE DEMISSÃO - INAPLICABILIDADE DA REGRA EM FAVOR DO EMPREGADOR
A Lei 12.506/2011, ao instituir no ordenamento jurídico o regramento do aviso-prévio proporcional, o fez apenas em favor do trabalhador, por ser direito deste, a teor do art. 7º, caput e inciso XXI, da Constituição Federal. Correta a sentença que condenou a ré a devolver o valor que excede o correspondente a trinta dias de salário da empresa.
Fonte: TRT - 3ª Região - Recurso Ordinário 00647-2012-03-00-0 - Relator Desembargador Jorge Berg de Mendonça - DeJT de 1-10-2012).
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Aviso prévio cumprido em casa equivale a aviso prévio indenizado
Publicado em
16/10/2012
às
17:00
Nesse caso, conforme ponderou o magistrado, não houve real cumprimento do aviso.
Se o aviso prévio é cumprido em casa, o prazo para pagamento das verbas rescisórias é até o décimo dia da notificação de despedida. Este é o entendimento contido na Orientação Jurisprudencial 14 da SBDI-I do TST, aplicada pelo juiz Marcelo Alves Marcondes Pedrosa, em atuação na Vara do Trabalho de Congonhas, para condenar uma empreiteira que não observou essa regra a pagar a multa prevista no artigo 477, parágrafo 8º, da CLT, por atraso no acerto rescisório.
Na comunicação de dispensa do auxiliar de mecânico constava que o aviso prévio seria trabalhado. Mas a empresa não apresentou no processo o controle de jornada correspondente ao período. Como consequência, o julgador reconheceu como verdadeira a versão do trabalhador de que ele havia cumprido o aviso prévio em casa. Nesse caso, conforme ponderou o magistrado, não houve real cumprimento do aviso. Para tanto, seria necessário que o empregado trabalhasse durante o período de aviso, exatamente como previsto na lei.
Para o juiz sentenciante, a determinação para que o empregado cumprisse o aviso em casa constitui clara tentativa de burlar a legislação pertinente. Isto porque, quando o aviso prévio é trabalhado, o pagamento pode ser feito até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato. Esta é a regra prevista no artigo 477, parágrafo 6º, letra "a", da qual a empreiteira quis se aproveitar, para adiar ao máximo o pagamento das verbas rescisórias. Mas ao mandar que o empregado ficasse em casa, acabou demonstrando que não precisava mais de seu trabalho. Nesta circunstância, a regra aplicável é a prevista para o aviso prévio indenizado. Ou seja, o pagamento das verbas rescisórias deve ocorrer até o décimo dia contado da notificação da dispensa, conforme previsto no item "b" do mesmo dispositivo legal.
Esse foi o raciocínio que balizou a edição da OJ 14. O ordenamento jurídico vigente prevê apenas duas possibilidades de aviso prévio: trabalhado e indenizado. O cumprimento em casa não encontra previsão na legislação, equivalendo à dispensa pura e simples do aviso prévio. Por isso, se o empregador determina que o empregado cumpra o aviso prévio em casa, deve pagar as verbas rescisórias dentro do prazo fixado para o caso do aviso prévio indenizado.
Exatamente o que decidiu o julgador, ao determinar que a empreiteira pague a multa prevista no parágrafo 8º do artigo 477 da CLT ao reclamante. "Comungando com o entendimento em processo de sedimentação na mais alta Corte Trabalhista, e tendo em vista que a ré não observou o prazo de 10 dias para pagamento das verbas rescisórias, procede o pedido de recebimento da multa prevista no § 8º do referido dispositivo celetista (alínea N), no valor do último salário percebido pelo reclamante", decidiu o juiz. O entendimento foi mantido pelo Tribunal de Minas.
Fonte: TRT-MG, Processo: (0000047-17.2011.5.03.0054 RO).
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É inválido aviso prévio cumprido em casa apenas para postergar prazo do acerto rescisório
Publicado em
26/06/2012
às
17:00
Apesar de prevista na norma coletiva da categoria a possibilidade de cumprimento do aviso prévio em domicílio, com a quitação das parcelas rescisórias primeiro dia útil seguinte ao término do aviso domiciliar, a Justiça do Trabalho considerou inválida essa disposição, que acabou apenas alargando o prazo de pagamento da rescisão contratual, sem oferecer qualquer benefício aos trabalhadores. Por esse motivo, o juiz de 1º Grau condenou a empregadora ao pagamento da multa do artigo 477, parágrafo 8º da CLT. A ré apresentou recurso, mas a 4ª Turma do TRT-MG acompanhou a sentença.
A empregadora insistia na tese de que as parcelas rescisórias foram pagas corretamente ao empregado, no primeiro dia útil seguinte ao término do aviso cumprido em casa, na forma prevista no instrumento coletivo. No entanto, o desembargador Júlio Bernardo do Carmo não lhe deu razão. Segundo esclareceu o relator, a teoria do conglobamento, adotada no Brasil, permite que, por meio de negociação coletiva, sejam flexibilizados alguns direitos legalmente previstos ao empregado, desde que ocorra a compensação com vantagens para o trabalhador. Esse é o sentido da transação, que é bem diferente da renúncia de direitos, não permitida no direito do trabalho. Então, a princípio, a flexibilização relativa ao cumprimento do aviso prévio e prazo de quitação das verbas rescisória poderia ser válida, desde que houvesse benefícios para o empregado, visando a se alcançar o equilíbrio na negociação.
"No caso em exame, como bem se fundamentou em primeiro grau, a cláusula normativa que estipula a possibilidade de cumprimento do aviso prévio domiciliar não permite concluir por verdadeira negociação, em interesse de ambas as partes convenentes", ponderou o relator. Na verdade, o que ocorreu foi uma tentativa de se ampliar o prazo de quitação das parcelas rescisórias na dispensa imediata, possibilitando ao empregador tempo maior do que o previsto na alínea b do parágrafo 6º do artigo 477 da CLT, para o devido pagamento. Pelo teor do dispositivo em questão, o patrão tem até o décimo dia, contado da notificação da dispensa, para fazer o acerto rescisório, quando da ausência do aviso prévio, indenização do período ou dispensa de cumprimento.
Não houve benefício recíproco ou interesse do trabalhador na cláusula da norma coletiva que previu o aviso domiciliar, pois o pagamento dos salários e demais parcelas decorrentes do término do contrato são direitos do empregado, que teriam que ser pagos de qualquer forma. Portanto, a Turma entendeu
devida a multa por atraso na quitação das parcelas rescisórias.
(0000131-88.2011.5.03.0160 ED)
Fonte: TRT-MG.
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Deve ser recolhido INSS sobre aviso prévio indenizado
Publicado em
16/06/2012
às
17:00
A União não concordou com a sentença, pedindo a aplicação ao processo do Decreto nº 6.727/2009.
O aviso prévio, mesmo indenizado, faz parte do tempo de serviço do trabalhador para todos os efeitos legais, como estabelecido pela parte final do parágrafo 1º do artigo 487 da CLT. É mera consequência lógica, portanto, a incidência de contribuição previdenciária sobre essa parcela. Tanto que foi editado decreto específico invalidando a norma que excluía o aviso prévio do salário de contribuição para o INSS.
Foi esse o entendimento manifestado pela 2ª Turma do TRT-MG, ao julgar recurso da União Federal contra a decisão de 1º Grau que isentou a empresa do recolhimento de contribuição previdenciária sobre o aviso prévio indenizado, no acordo homologado. No caso, empregado e empregador ajustaram o pagamento de R$1.500,00 e declararam que esse valor incluiu o aviso prévio não trabalhado, no montante de R$700,00, cuja natureza é indenizatória, não incidindo, portanto, contribuição para a Previdência Social, o que foi convalidado pelo juiz sentenciante.
A União não concordou com a sentença, pedindo a aplicação ao processo do Decreto nº 6.727/2009. E o desembargador Jales Valadão Cardoso deu razão à recorrente. Isso porque o Decreto citado pela União revogou expressamente a alínea f inciso V parágrafo 9º do artigo 214 do Decreto nº 3.048/99, mais conhecido como Regulamento da Previdência Social, que excluía da base de cálculo da contribuição previdenciária o aviso prévio indenizado. Ou seja, essa parcela passou a integrar a base de cálculo da contribuição.
Portanto, não mais existe o fundamento jurídico para afastar a incidência, que era apenas essa disposição do Decreto nº 3.048/99, agora suprimida pelo Decreto nº 6.727/09, destacou o relator, fazendo referência ao artigo 487, parágrafo 1º da CLT, que já determinava que o aviso prévio, ainda que não trabalhado, integra o contrato para todos os efeitos. Nesse contexto, o desembargador deu provimento ao recurso da União Federal, para determinar a incidência da contribuição para o INSS sobre o aviso prévio indenizado.
(0000363-54.2011.5.03.0046 AP )
Fonte: TRT-MG.
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Ministério do Trabalho dá novo entendimento ao aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho
Publicado em
17/05/2012
às
17:40
O Ministério do Trabalho e Emprego emitiu uma Nota Técnica dando novo entendimento a aplicação da Lei 12.506/2011, que dispõe sobre o aviso prévio proporcional ao tempo de trabalho (30 dias, mais três dias por ano completo).
Abaixo o texto completo da Nota Técnica nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE.
NOTA TÉCNICA Nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE
I. Introdução
Com advento da Lei 12.506, de 11 de outubro de 2011, publicada no Diário Oficial da União de 13/10/2011, que trata do aviso prévio proporcional, esta Secretaria, diariamente é demandada a esclarecer quanto aos procedimentos a serem adotados pelos empregadores e empregados nas rescisões de contrato de trabalho.
Em princípio esta Secretária expediu o Memorando Circular n° 10 de 2011, com o fito de orientar as Superintendências quanto aos procedimentos a serem adotados pelos servidores das Relações do Trabalho que exercem atividades relativas à assistência a homologação das rescisões de contrato de trabalho. Entretanto, passados seis meses da publicação da lei, diversos estudos, debates e discussões foram realizados acerca do tema. Dessa forma, a Secretaria observou a necessidade de apresentar a presente nota técnica sobre o tema em questão, com os seguintes posicionamentos:
II. Análise
1. Da aplicação da proporcionalidade do aviso prévio em prol exclusivamente do trabalhador
Com base no art. 7º, XXI da Constituição Federal, entendemos que o aviso proporcional é aplicado somente em benefício do empregado.
O entendimento acima se fundamenta no fato de que durante o trâmite do projeto de lei, fica evidenciado o intuito do poder legiferante em regular o disposto no referido dispositivo. Ora, o dispositivo citado é voltado estritamente em benefício dos trabalhadores, sejam eles urbanos, rurais, avulsos e domésticos.
Ademais, o art. 1º da Lei 12.506/11, é de clareza solar e não permite margem a interpretação adversa, uma vez que diz que será concedida a proporção aos empregados:
Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho -CUT, aprovada pelo Decreto-Lei n° 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empresados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
2. Do lapso temporal do aviso em decorrência da aplicação da regra da proporcionalidade
O aviso prévio proporcional terá uma variação de 30 a 90 dias, conforme o tempo de serviço na empresa. Dessa forma, todos os empregados terão no mínimo 30 dias durante o primeiro ano de trabalho, somando a cada ano mais três dias, devendo ser considerada a projeção do aviso prévio para todos os efeitos. Assim, o acréscimo de que trata o parágrafo único da lei, somente será computado a partir do momento em que se configure uma relação contratual que supere um ano na mesma empresa.
Neste ponto específico, após diversas conversações, esta Secretaria modificou o entendimento anterior oferecido por ocasião da confecção do Memorando Circular n° 10 de 2011 (itens 5 e 6). Por isso, apresenta novo quadro demonstrativo, conforme abaixo:
Tempo de Serviço (anos completos) |
Aviso Prévio Proporcional ao Tempo de Serviço (n° de dias) |
0 |
30 |
1 |
33 |
2 |
36 |
3 |
39 |
4 |
42 |
5 |
45 |
6 |
48 |
7 |
51 |
8 |
54 |
9 |
57 |
10 |
60 |
11 |
63 |
12 |
66 |
13 |
69 |
14 |
72 |
15 |
75 |
16 |
78 |
17 |
81 |
18 |
84 |
19 |
87 |
20 |
90 |
3. Da projeção do aviso prévio para todos os efeitos legais
Ressaltamos que o aviso prévio proporcional será contabilizado no tempo de serviço do trabalhador para todos os efeitos legais.
Nesse sentido, a projeção será devidamente levada em consideração, na conformidade do §1°, do art. 487 e Orientação Jurisprudencial da Seção de Dissídios Individuais - I n° 367, do TST, respectivamente:
"Art. 487................
§1° A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período no seu tempo de serviço. " (grifamos)
"OJ 367. Aviso prévio de 60 dias. Elastecimento por norma coletiva. Projeção. Reflexos nas parcelas trabalhistas. O prazo de aviso prévio de 60 dias, concedido por meio de norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se integralmente como tempo de serviço, nos termos do §1º do art. 487 da CLT, repercutindo nas verbas rescisórias. " (grifamos)
4. Da impossibilidade de acréscimo ao aviso prévio em proporcionalidade inferior a três dias
Oportuno ainda ressaltar, que diante do disposto no parágrafo único do art. 1º da Lei em comento, pode nascer dúvida quanto à possibilidade de o acréscimo ao aviso prévio ser concedido inferior a três dias. Nessa hipótese, entende-se que tal compreensão não deve prosperar, uma vez que o regramento trazido pela lei não possibilitou tal hipótese.
5. Da impossibilidade de aplicação retroativa da Lei 12.506/11 e o Princípio da Segurança Jurídica
Temos no ordenamento jurídico o princípio do ato jurídico perfeito, insculpido no inciso XXXVI, do artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, que consagra: "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada". Portanto, constitui ato jurídico perfeito o aviso prévio concedido na forma da lei aplicável à época da sua comunicação.
Também é princípio constitucional no Direito Brasileiro, o da legalidade, segundo qual, "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei", garantido no inciso II, do artigo 5º da Constituição Federal, motivo pelo qual ao conceder o aviso prévio sob a vigência da lei anterior, o empregador não estava compelido a regramentos futuros ainda não vigentes.
Temos ainda no ordenamento jurídico pátrio, o Princípio tempus regit actum. Segundo este postulado, entende-se que a lei do tempo do ato jurídico é a que deve reger a relação estabelecida. Demais disso, é cediço que a lei não pode modificar uma situação já consolidada por lei anterior, salvo no caso de autorização expressa, o que não ocorre no presente caso.
Ademais, o art. 2° da norma informa que suas disposições entraram em vigor na data de sua publicação, ou seja, a partir de 13 de outubro do corrente ano. Dessa forma, os seus efeitos serão percebidos a partir de tal data, não havendo a possibilidade de se aplicar o conteúdo da norma para avisos prévios já iniciados. Desta feita, segue-se a regra de que é do recebimento da comunicação do aviso que se estabelece os seus efeitos jurídicos.
De mais a mais, não se desconhece o conteúdo do Parecer n° 570/2011/CONJUR-MTE/CGU/AGU, que sustenta ser a proporcionalidade incidente tanto sobre os avisos prévios firmados a partir da data da vigência da Lei n° 12.506/11, quanto em relação aos avisos prévios em curso naquela data. Porém, por se tratar de matéria de alto grau de complexidade, pugna-se pela manutenção do entendimento atual desta Secretaria, enquanto nenhum posicionamento se configure como majoritário.
6. A Lei 12.506/11 e o disposto no art. 488 da CLT
Outra dúvida que se apresenta, é acerca da aplicação da proporcionalidade ao disposto no art. 488 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, in ver bis:
Art. 488 O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas diárias, sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação. (Incluído pela Lei n° 7.093, de 25.4.1983)
O dispositivo acima trata do cumprimento de jornada reduzida ou faculdade de ausência no trabalho durante o aviso prévio. Todavia, a lei n° 12.506/2011 em nada alterou sua aplicabilidade, pois que nenhum critério de proporcionalidade foi expressamente regulado pelo legislador. Assim, continuam em vigência redução de duas horas diárias, bem como a redução de 7 (sete) dias durante todo o aviso prévio.
Mais uma vez, não se desconhece o entendimento do Parecer n° 570/2011/CONJUR-MTE/CGU/AGU na questão, que defende a revogação da aplicação do parágrafo único do art. 488 da CLT, para os empregados com direito ao aviso prévio com duração superior a trinta dias. Entretanto, em que pese o respeito por esse ângulo de visão, tem-se que o melhor posicionamento na questão é exposto pela Nota Técnica n° 35/2012/DMSC/GAB/SIT. Assim, para a Secretaria de Inspeção do Trabalho, tese a qual esta Secretaria já defendia por ocasião da assinatura do Memorando Circular n° 10 de 2011, o trabalhador poderá optar pela hipótese mais favorável entre as oferecidas pelo parágrafo único do art. 488 da CLT quando da hipótese de aviso prévio proporcional.
7. A Lei 12.506/11 e o disposto no art. 9° da Lei 7.238/84
Por derradeiro, no que tange à indenização devida ao trabalhador no caso de dispensa ocorrida nos 30 dias que antecedem a data-base da categoria, prevista no art. 9º da Lei n° 7.238, de 29.10.1984, que assim dispõe:
"Art. 9º O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele optante ou não pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS."
Na hipótese, compreende-se que o aviso prévio proporcional deverá ser observado em sua integralidade para a verificação da hipótese. Desta feita, a lei sob comento, não alterou esse entendimento. Assim, recaindo o término do aviso prévio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus o empregado despedido à indenização prevista na lei 7.238/84.
III. Conclusão
Em síntese, estes são os entendimentos que submete-se à consideração superior para fins de aprovação:
1) a lei não poderá retroagir para alcançar a situação de aviso prévio já iniciado;
2) a proporcionalidade de que trata o parágrafo único do art. 1º da norma sob comento aplica-se, exclusivamente, em benefício do empregado;
3) o acréscimo de 3 (três) dias por ano de serviço prestado ao mesmo empregador, computar-se-á a partir do momento em que a relação contratual supere um ano na mesma empresa;
4) a jornada reduzida ou a faculdade de ausência no trabalho, durante o aviso prévio, previstas no art. 488 da CLT, não foram alterados pela Lei 12.506/11;
5) A projeção do aviso prévio integra o tempo de serviço para todos os fins legais;
6) recaindo o término do aviso prévio proporcional nos trinta dias que antecedem a data base, faz jus o empregado despedido à indenização prevista na lei n° 7.238/84; e
7) as cláusulas pactuadas em acordo ou convenção coletiva que tratam do aviso prévio proporcional deverão ser observadas, desde que respeitada a proporcionalidade mínima prevista na Lei n° 12.506, de 2011.
ÉDER BARBOSA RAMOS
Agente Administrativo
De acordo
Encaminha-se a Senhora Secretaria de Relações do Trabalho, para apreciação.
ANDRE LUIS GRANDIZOLI
Secretário-adjunto da Secretaria das Relações do Trabalho
Aprovo o conteúdo da NOTA TÉCNICA nº 184/2012/CGRT/SRT/MTE. Encaminha-se cópia desta ás Seções de Relações do Trabalho para conhecimento e providências. Dê-se ciência aos integrantes do Conselho de Relações do Trabalho
ZILMARA DAVID DE ALENCAR
Secretária de Relações do Trabalho.
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Cartilha sobre aviso prévio proporcional
Publicado em
23/10/2011
às
10:00
A Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis) disponibilizou a “Cartilha sobre o Aviso Prévio Proporcional ao Tempo de Serviço” para auxiliar os empresários a diminuir suas dúvidas sobre as novas regras.
O material foi produzido pelo advogado e especialista em direito tributário Flávio Obino.
O aviso prévio proporcional, sancionado no dia 11 de outubro deste ano pela Presidente da República Dilma Roussef, prevê 30 dias aos empregados que tenham até um ano de empresa. A cada ano trabalhado, esse período aumenta em três dias, podendo chegar ao máximo de 90 dias.
Para acessar a cartilha basta clicar no link.
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Nova Lei estende aviso-prévio para até 90 dias
Publicado em
13/10/2011
às
10:00
Foi publicada no Diário Oficial do dia 13-10, a Lei 12.506/2011, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, que concede aviso-prévio de até 90 dias, proporcional ao tempo de trabalho.
Antes da nova lei, os trabalhadores tinham direito a, no mínimo, 30 dias de aviso-prévio, conforme preceitos constitucionais.
A Lei 12.506/2011 determina que seja mantido o prazo atual de 30 dias de aviso-prévio, com o acréscimo de 3 dias por ano trabalhado, na mesma empresa, podendo chegar ao limite de 90 dias.
Com a nova norma, o empregado terá direito aos 90 dias de aviso-prévio quando completar 21 anos de trabalho, na mesma empresa.
Fonte: COAD
Abaixo, a íntegra da Lei 12.506/2011:
"LEI Nº 12.506, DE 11 DE OUTUBRO DE 2011
A P R E S I D E N T A D A R E P Ú B L I C A
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa.
Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 11 de outubro de 2011; 190º da Independência e 123º da República.
DILMA ROUSSEFF
José Eduardo Cardozo
Guido Mantega
Carlos Lupi
Fernando Damata Pimentel
Miriam Belchior
Garibaldi Alves Filho
Luis Inácio Lucena Adams"
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Aviso prévio cumprido em casa
Publicado em
05/01/2008
às
13:00
Inexiste a figura jurídica do "aviso prévio cumprido em casa"
O aviso prévio ou é trabalhado ou indenizado. A dispensa do empregado de trabalhar no período de aviso prévio implica a necessidade de quitação das verbas rescisórias até o décimo dia, contado da data da notificação da dispensa , nos termos do § 6º, alínea "b", do art. 477, Da CLT.
Base Legal: Portaria SRT nº1/2006, ementa nº 20; art. 477, § 6º, "b" e art. 487, § 1º, da CLT; Orientação Jurisprudencial nº 14 do TST.
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Aviso prévio e contrato por prazo determinado
Publicado em
17/12/2007
às
13:00
Nos contratos por prazo determinado, só haverá direito a aviso prévio quando existir cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antecipada, uma vez que, neste caso, aplicam-se as regras da rescisão dos contratos por prazo indeterminado.
Base Legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 25; art. 7º, XXI, da CF; arts.477 e 481 da CLT.
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Aviso prévio, dispensa do empregado durante o cumprimento do aviso e prazo para pagamento
Publicado em
24/11/2007
às
09:00
Quando, no curso do aviso prévio, o trabalhador for dispensado pelo empregador do seu cumprimento, o prazo para o pagamento das verbas rescisórias será o que ocorrer primeiro: o décimo dia, a contar da dispensa do cumprimento, ou o primeiro dia útil após o término do cumprimento do aviso prévio.
Base legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 24; art. 477, § 6º, da CLT.
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Indenização adicional e contagem do prazo do aviso prévio
Publicado em
01/11/2007
às
16:00
É devida ao empregado, dispensado sem justa causa no período de 30 dias que antecede a data base de sua categoria, indenização equivalente ao salário mensal.
I - Será devida a indenização em referência se o término do aviso prévio trabalhado ou a projeção do aviso prévio indenizado se verificar em um dos dias do trintídio;
II - O empregado não terá direito à indenização se o término do aviso prévio ocorrer após ou durante a data base e fora do trintídio, no entanto, fará jus aos complementos rescisórios decorrentes da norma coletiva celebrada.
Base legal: Portaria SRT nº1/2006, ementa nº 19; art. 9º, da Lei Nº 7.238/1984, e art. 487, § 1º, da CLT.
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Aviso prévio indenizado e prazo de pagamento
Publicado em
22/09/2007
às
11:00
No aviso prévio indenizado, o prazo para pagamento das verbas rescisórias dever ser contado excluindo-se o dia da notificação e incluindo-se o do vencimento.
Base legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 22; art. 477, § 6º, "b" da CLT; art. 132 do CC; e Orientação Jurisprudencial nº 162 da SBDI-1/TST
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Aviso prévio e dispensa de cumprimento de prazo
Publicado em
24/08/2007
às
18:00
No pedido de demissão, se o empregador aceitar a solicitação do trabalhador de dispensa de cumprimento do aviso prévio, não haverá o dever de indenização pelo empregador, nem de cumprimento pelo trabalhador. A quitação das verbas rescisórias será feita até o décimo dia, contado do pedido de demissão ou do pedido de dispensa do cumprimento do aviso prévio.
Base Legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 23; art. 477, § 6º, "b" da CLT.
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Aviso prévio e contagem do prazo
Publicado em
17/06/2007
às
11:00
O prazo do aviso prévio conta-se excluindo o dia da notificação e incluindo o dia do vencimento. A contagem do período de trinta dias será feita independentemente de o dia seguinte ao da notificação ser útil ou não, bem como do horário em que foi feita a notificação ser útil ou não, bem como do horário em que foi feita a notificação no curso da jornada.
Base Legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 21; art. 487 da CLT; art.132 do CC; e Súmula nº 380 do TST.
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Periodo de aviso prévio
Publicado em
23/05/2007
às
18:00
O período do aviso prévio, mesmo indenizado, é considerado tempo de serviço para todos os efeitos legais. Dessa forma se, quando computado esse período, resultar mais de um ano de serviço do empregado, deverá ser realizada a assistência à rescisão do contrato de trabalho prevista no § 1º, do art. 477, da Consolidação das Leis do Trabalho.
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Base Legal: Portaria SRT nº 1/2006, ementa nº 11; art.477, § 1º, e art. 487, § 1º, da CLT.
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Contagem do prazo do aviso prévio
Publicado em
19/04/2007
às
10:00
Os órgãos do Ministério do Trabalho esclarecem que a contagem do período de 30 dias do aviso prévio independe de o dia seguinte ao da notificação ser útil ou não e do horário em que foi feita a notificação no curso da jornada, devendo a contagem do prazo excluir o dia da notificação e incluir o dia do vencimento.
Base legal: Portaria SRT, de 25/05/2006 - Ementa 21.
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Aviso- Prévio proporcional depende de regulamentação
Publicado em
14/01/2005
às
15:00
O aviso prévio proporcional ao tempo de serviço descrito na Constituição de 1988 (artigo 7º, inciso XXI) como um direitos dos trabalhadores urbanos e rurais depende de legislação regulamentadora para que possa ser concedido em período superior a 30 dias. Enquanto não houver lei regulamentando a proporcionalidade do aviso prévio com base no tempo de serviço, ele deve ser concedido de acordo com o mínimo legal de 30 dias previsto no dispositivo constitucional.
O entendimento consta da Orientação Jurisprudencial (OJ) nº 84 do TST e foi aplicado no julgamento de recurso da Gerdau S/A contra decisão do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (4ª Região), que garantiu a um ex-funcionário da empresa o direito de receber aviso prévio de 30 dias e aviso prévio proporcional ao tempo de serviço de mais 30 dias.
Para conceder o aviso prévio proporcional, o TRT/RS baseou-se em decisão interna que tem orientado suas decisões sobre o tema, que adota uma escala que relaciona o número de anos trabalhados pelo empregado e o número de dias que conterá o benefício. O Precedente nº 13 do TRT/RS assegura ao trabalhador o aviso prévio regulamentar de 30 dias "acrescido de mais cinco dias por ano ou fração igual ou superior a seis meses de serviço na mesma empresa, limitado ao máximo de 60 dias".
A decisão de primeiro grau tinha ido mais longe, concedendo ao ex-funcionário da Gerdau direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço no total de 135 dias. O empregado trabalhou na Gerdau durante 26 anos e oito meses. Houve recurso da empresa ao TRT/RS, mas este apenas enquadrou o direito ao benefício ao limite previsto no Precedente nº 13 ( de 60 dias), reduzindo a condenação imposta pela sentença. Tal fato levou a Gerdau a recorrer ao TST, onde obteve êxito.
De acordo com a relatora do recurso, ministra Maria Cristina Peduzzi, as garantias aos trabalhadores dispostas no artigo 7º da Constituição não são auto-aplicáveis, sendo normas de eficácia contida, que carecem de regulamentação por lei ordinária. Por isso, enquanto não houver previsão legal regulamentando a proporcionalidade do aviso prévio, a decisão que o defere fere o próprio dispositivo constitucional e também o princípio da legalidade, já que a omissão do legislador não pode ser suprida por decisão judicial.
Fonte: TST. Processo (RR 561097/1999.6).
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Aviso Prévio - Contagem
Publicado em
05/09/2003
às
15:00
A aviso prévio é contado à partir do dia seguinte ao da comunicação escrita.
Base Legal: Instruções Normativas MTE nº 3/2002, Art.18 e 4/2002 Art. 2º.