"Pejotização" - Contratação de trabalhadores como pessoas jurídicas
Publicado em
27/08/2025
às
16:00
Prática compromete direitos trabalhistas, reduz a
arrecadação de fundos essenciais e intensifica a precarização das relações de
trabalho no país
"A
pejotização é ainda mais grave que a terceirização, pois prejudica não apenas
os trabalhadores diretamente, mas todo o país, ao fragilizar o sistema de
proteção social", afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho.
O
ministro do Trabalho e Emprego alertou que a pejotização, prática em que
empresas contratam trabalhadores como pessoas jurídicas para exercer funções
típicas de empregados, representa um risco ainda mais grave que a terceirização
para as relações de trabalho no Brasil. Segundo ele, essa modalidade não apenas
prejudica diretamente os trabalhadores, mas compromete todo o sistema de
proteção social. Ao substituir vínculos formais por contratos de prestação de
serviços via CNPJ, há uma queda significativa na arrecadação de fundos
essenciais, como o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço (FGTS), o Sistema S e a Previdência Social, recursos
fundamentais para o pagamento de benefícios como seguro-desemprego,
aposentadorias, auxílios e para o financiamento de programas de qualificação
profissional.
Além
disso, a pejotização fragiliza a rede de direitos trabalhistas construída ao
longo de décadas, retirando garantias como férias remuneradas, 13º salário,
licença-maternidade e estabilidade em situações específicas. Para o ministro,
essa prática integra um processo mais amplo de precarização das relações de
trabalho, com impactos sociais e econômicos severos.
O
tema será debatido em audiência pública no Supremo Tribunal Federal (STF), e o
ministro defende a participação ativa de representantes da sociedade civil
organizada, considerando a relevância estratégica do debate para o futuro do
trabalho e para a preservação das políticas públicas de proteção ao trabalhador
no país.
No
Brasil, segundo a Contar, existem cerca de quatro milhões de trabalhadores e
trabalhadoras assalariados, dos quais aproximadamente 60% atuam na
informalidade. Sem vínculo formal de emprego, esses profissionais ficam
privados de direitos trabalhistas essenciais, como proteção previdenciária,
aposentadoria, auxílio-doença e licença-maternidade. Além disso, muitos
enfrentam condições insalubres que colocam em risco sua saúde e segurança,
incluindo a falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), transporte
inadequado e ambientes de trabalho degradantes.
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego, com edição do
texto pela M&M Assessoria Contábeis
Receita Federal investiga aumento de pejotização no país
Publicado em
08/04/2021
às
12:00
Operação da Receita Federal de pejotização visa garantir a correta
arrecadação de tributos pelos contribuintes
Um levantamento realizado pela Revelo, empresa de tecnologia para
recursos humanos, mostrou um aumento de 36% nas contratações na modalidade PJ
dentro das empresas entre março e maio do último ano.
Na prática, ao invés dos profissionais serem contratados com carteira
assinada (CLT), acabam firmando acordos entre pessoas jurídicas.
A pessoa jurídica, ou PJ, paga cerca de um terço de tributos em
comparação a um empregado com carteira assinada, mesmo exercendo tarefas
idênticas na mesma empresa.
Para a Receita Federal, a prática conhecida como pejotização não passa
de manobra para que as instituições possam reduzir alíquotas e sonegar
impostos.
Pejotização
Entre as estratégias de fiscalização da Receita
Federal está a pejotização. A operação concentra esforços para garantir a
correta arrecadação de tributos pelos contribuintes.
Na última semana, o órgão encontrou irregularidades em contratos da Rede
Globo. A emissora e mais de 20 contratados foram autuados. Entre eles, o
editor-chefe do Jornal Nacional, William Bonner.
Ao invés de descontar 27,5% de seus rendimentos, como ocorre com pessoas
físicas com salários maiores, os "pejotizados" pagam 15% sobre o total mais 10%
sobre o que for maior (salários) de R$ 20 mil mensais.
Em nota oficial, a Globo afirma que "todos os impostos são pagos
regularmente e todas as formas de contratação, na emissora, são feitas
legalmente". A emissora e os contratados recorreram da medida.
Penalidades
É considerada irregularidade nos casos em que a
constituição da personalidade jurídica é simulada apenas para reduzir a carga
tributária.
Além de reconhecer o vínculo empregatício na esfera trabalhista, a
prática também traz consequências tributárias como desconsideração de pessoa
jurídica, cobrança dos valores não recolhidos a título de contribuições
previdenciárias e até créditos da contribuição ao PIS e da Cofins.
Além disso, se a empresa contratante mantiver pejotização de muitos
trabalhadores, a dívida trabalhista pode inclusive superar os limites da
empresa, porque a caracterização de ato ilícito alcança até mesmo o patrimônio
dos sócios e o volume de recursos para cobrir todos os encargos que não foram
pagos por um período longo pode ser grande.
Para evitar estes riscos, o ideal é que o empregador observe em quais
casos é possível a contratação de Pessoa Jurídica de forma que realmente não
caracterize a fraude à legislação.
Fonte: Portal
Contábeis/Fenacon
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