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Função de liderança descaracteriza contrato de trabalho intermitente
Publicado em
04/02/2025
às
10:00
Sentença oriunda da 2ª Vara do Trabalho de São Paulo-SP converteu em
contrato por prazo indeterminado a prestação de serviços admitidos como
trabalho intermitente no caso de trabalhadora que foi promovida para atuar de
forma regular em função de liderança. Com a decisão, foram reconhecidos todos
os direitos decorrentes do vínculo empregatício tradicional.
De acordo com os autos, a profissional exerceu diversas funções durante
a permanência na empresa de embalagens. Quando ingressou na organização,
atuou como auxiliar de embalagem. Em seguida, tornou-se apontadora de produção.
Por fim, assumiu o cargo de auxiliar de departamento pessoal. Encerrado o
pacto, recorreu à Justiça do Trabalho alegando que havia firmado contrato de
trabalho intermitente, mas prestava serviços no modelo tradicional, devendo,
portanto, receber verbas típicas, como aviso-prévio, 13º salário, férias e
FGTS.
Em defesa, a empresa disse que não houve qualquer irregularidade, sendo
que os registros funcionais da autora estavam devidamente documentados e que as
verbas foram pagas regularmente.
Após análise de provas e testemunhas, a juíza Thereza Christina Nahas
não considerou que houve irregularidades no contrato da profissional enquanto
exercia as duas primeiras funções. No entanto, entendeu que, quando a mulher
passou a atuar no escritório como auxiliar de departamento, no gerenciamento de
outros trabalhadores intermitentes, assumiu função de liderança, incompatível
com o modelo em que era registrada.
Para a julgadora, a promoção de um trabalhador intermitente a uma função
regular dentro do escritório é descabida, indo contra o objeto contratual. "No
caso em tela, seria impossível a autora exercer a função de líder de equipe em
atividades intermitentes se ela não trabalhava com a respectiva equipe em campo
e sim dentro do escritório, ativando-se em várias microatividades que não
detinham o selo ou caracterização da intermitência, função esta que desempenhou
no último período antes de pedir demissão, quando o vínculo com a ré deixou de
lhe ser interessante".
Cabe recurso.
Nota M&M: Destacamos que esta decisão foi aplicada neste processo
específico, e pode servir como um norteador para futuras sentenças. Porém,
situações semelhantes poderão ter decisões diferentes, especialmente nas
esferas de primeiro e segundo graus.
Fonte:
Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região, Processo nº 1000910-65.2024.5.02.0332, com "nota" da M&M Assessoria Contábil
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Trabalhador intermitente e seus direitos trabalhistas
Publicado em
26/12/2023
às
16:00
O trabalhador intermitente tem direitos
trabalhistas, mas a sua jornada de trabalho é diferenciada. Entenda
O trabalho intermitente é uma modalidade de contrato de trabalho que se
caracteriza pela prestação de serviços de forma não contínua, ocorrendo de
maneira esporádica de acordo com a demanda do empregador.
Esse tipo de contrato,
devidamente registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do
empregado, traz diversas características específicas.
Sua criação deu-se a partir
da Lei 13.467/2017. Desde então, possui respaldo legal e garante uma série de
direitos e deveres ao trabalhador e empregador sob esse tipo de contrato.
Todavia, este tipo de
contrato de trabalho ainda causa dúvidas tanto para patrões como para
empregados. Quais os direitos do trabalhador, qual é a jornada de trabalho e
quais as suas características?
Para esclarecer todas as perguntas, acompanhe a
leitura a seguir.
O que é o trabalho intermitente?
Trabalho intermitente é um modelo de atuação em que o profissional vai
trabalhar somente em determinados períodos e recebe seu pagamento com base nas
horas destinadas ao serviço.
Para que haja realização de
atividades, deve-se realizar a convocação em até 72 horas anteriores ao início
previsto. O colaborador, por sua vez, tem 24 horas para aceitar ou recusar.
Um detalhe importante é que
a recusa não se caracteriza como insubordinação ou rompimento do contrato de
trabalho, mas sim como um direito do trabalhador.
Uma vez finalizada a
convocação, o trabalhador fica inativo da empresa. Durante este período, que
pode ser de dias, semanas ou até meses, ele não realiza nenhum tipo de
atividade para o empregador. Por isso, não há nenhuma remuneração ou encargos
devidos.
Enquanto está inativo em uma
empresa, ele pode aceitar a convocação de outros contratantes. Ou seja, não há
exclusividade contratual, e o trabalhador intermitente pode manter vínculo
empregatício com quantas e quais empresas quiser.
O trabalho intermitente
prevê a assinatura da Carteira de Trabalho do funcionário, bem como registro no
eSocial e elaboração do contrato de trabalho.
Quais são
as regras do trabalho intermitente?
O trabalho intermitente
possui características e regras próprias bem definidas, que o diferenciam das
demais modalidades e o tornam único. São elas:
· Não continuidade da atividade;
· Períodos de inatividade;
· Registro em carteira de trabalho
e eSocial;
· Contrato intermitente com mais de
um empregador;
· Convocação com, no mínimo, 72
horas de antecedência;
· Possibilidade de recusar as
convocações;
· Confirmação do chamado em, no
máximo, 24 horas;
· Pagamento proporcional ao final
da convocação;
· Aplicação de multa por
desistência após a confirmação da convocação para a parte desistente.
Quantas horas um trabalhador intermitente pode trabalhar?
O trabalhador intermitente
pode trabalhar quantas horas o empregador precisar, desde que a jornada seja
acordada no momento da convocação.
Além disso, deve-se seguir os limites legais
de 8 horas diárias e 220 mensais.
Contrato de trabalho intermitente
Este tipo de contrato deve
ser firmado por escrito e assinado por ambas as partes.
No documento deve-se
registrar o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao salário
mínimo nacional e nem aos demais trabalhadores da empresa com mesmo cargo ou
função. Sejam eles intermitentes ou não.
Quais são
os direitos do trabalhador intermitente?
O trabalhador intermitente
tem direito à maioria dos direitos trabalhistas convencionais. São eles:
· Salário;
· Férias proporcionais e com
acréscimo de 1/3;
· Descanso semanal remunerado;
· 13º salário proporcional;
· Adicionais legais (horas extras,
adicional noturno, etc);
· FGTS;
· Licença-maternidade;
· Seguro-desemprego;
· Seguro contra acidentes de
trabalho.
O INSS é um dever do empregador intermitente. O empregado deve contribuir caso
o valor da remuneração não atinja o mínimo para a contribuição.
Os valores de salário,
férias, 13° salário e Descanso Semanal Remunerado devem ser pagos de forma
proporcional ao final de cada convocação.
Portanto, existe uma espécie
de adiantamento dos encargos anuais, enquanto o salário não é fixo e depende da
quantidade de horas de atividade.
Diferença para o trabalho
temporário
Por fim, não confundir
Intermitente como temporário. No trabalho temporário a contratação não é direta
entre empregador e empregado, mas sim de forma indireta, por intermédio de uma
empresa especializada para este fim (terceirizada).
O contrato de trabalho
temporário também é mais vantajoso quando o empregador precisa substituir um
profissional por um tempo determinado e que retornará em breve.
Outra característica
importante é que o contrato poderá ser firmado pelo período de 180 dias.
Contudo, ele ainda poderá ser prorrogado por mais 90 dias, totalizando 270
dias.
Fonte: Jornal Contábil / Ana
Luzia Rodrigues
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Empregado intermitente não deve ser indenizado por ficar longos períodos sem receber chamados para trabalhar
Publicado em
26/10/2023
às
10:00
Um empregado em contrato intermitente que está há
mais de três anos sem receber chamados para atuar ajuizou ação trabalhista
buscando a anulação do contrato e uma indenização por danos morais, além do
recebimento dos salários do período. Os pedidos foram negados pela 11ª
Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).
Os desembargadores consideraram que é da natureza
dessa modalidade contratual a existência de períodos de inatividade, nos quais
o empregado poderá prestar serviços a outros contratantes. O acórdão confirmou
a sentença da juíza Sheila dos Reis Mondin Engel, da 11ª Vara de Porto Alegre.
De acordo com o processo, o operador de loja está
contratado por um supermercado, de forma intermitente, desde agosto de 2019.
Durante o contrato, prestou serviço em períodos variáveis de, no máximo, quinze
dias por mês. Ele afirma que foi chamado para ocupar vaga destinada a
funcionário efetivo, e que há três anos aguarda ser chamado para trabalhar. Por
não ter sido informado sobre seu futuro dentro da empresa, alega que não
consegue novo emprego. Em razão disso, requer a nulidade do contrato de
trabalho intermitente, com o pagamento de todos os salários do período,
observado o salário base da categoria, além de férias integrais e
proporcionais, acrescidas do terço constitucional, décimos terceiros salários e
FGTS, e uma indenização por danos morais.
A juíza de primeiro grau detalhou que, de acordo
com a CLT, o contrato intermitente é aquele em que a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto
para os aeronautas. No entendimento da magistrada, não houve qualquer
irregularidade na contratação do operador de loja, pois inexiste obrigação de o
empregador chamar o empregado ao serviço, tampouco de o trabalhador aceitar
eventual convocação. "A ausência de convocação do autor por um longo período
não é circunstância que invalide o contrato firmado sob esta modalidade, pelo
contrário, lhe é característica inerente", concluiu a julgadora. Assim, por
considerar preenchidas as exigências legais do contrato de trabalho
intermitente, a julgadora reconheceu sua validade e rejeitou os pedidos do
operador de loja.
Irresignado, o trabalhador apresentou recurso ao
TRT4. A relatora do caso na 11ª Turma, desembargadora Vânia Mattos, manteve a
sentença de primeiro grau. A magistrada fundamentou que a ausência de
convocação por longos períodos é da essência do contrato de trabalho
intermitente, "tanto que a legislação dispõe sobre tais períodos não serem
considerados tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar
serviços a outros contratantes". Além disso, a desembargadora pontuou que foi
comprovado o regular pagamento pelo trabalho prestado, inclusive das horas
extras.
A decisão foi unânime no colegiado. Também
participaram do julgamento o desembargador Manuel Cid Jardon e a desembargadora
Maria Silvana Rotta Tedesco.
Não foi interposto recurso do acórdão.
Nota M&M: Destacamos que esta
decisão foi aplicada neste processo específico, e pode servir como um norteador
para futuras sentenças. Porém, situações semelhantes poderão ter decisões
diferentes, especialmente nas esferas de primeiro e segundo graus.
Fonte: TRT4 / OAB-RS, com "nota" da M&M
Assessoria Contábil.
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Serviço prestado de forma contínua descaracteriza contrato de trabalho intermitente
Publicado em
04/11/2022
às
16:00
A Terceira Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) deferiu a conversão de
um contrato de trabalho intermitente para um contrato padrão por
prazo indeterminado para uma trabalhadora que alegou que seu trabalho era
realizado de forma contínua e habitual. A legislação prevê que, não havendo
descontinuidade no serviço prestado, com períodos de trabalho intercalados por
inatividade, fica descaracterizado o contrato na modalidade intermitente, como
ressaltou em seu voto o relator do caso, desembargador José Leone Cordeiro
Leite.
Na ação, a trabalhadora pediu que fosse
reconhecida a nulidade do contrato de trabalho intermitente, previsto na
Lei 13.467/2017, uma vez que, segundo ela, seu trabalho era realizado de forma
contínua e habitual. A autora afirmou, ainda, que o empregador teria desvirtuado
combinação prévia relacionada à contratação por prazo indeterminado,
suprimindo direitos trabalhistas básicos, dentre eles os depósitos
para o FGTS. Em defesa, a empresa alegou que a trabalhadora foi informada sobre
as condições do trabalho intermitente, previsto em lei.
A juíza de primeiro grau reconheceu a
validade do contrato intermitente. "Sendo constitucional o regime de trabalho
intermitente, e não havendo prova de que a reclamada agira de forma maliciosa
na contratação da autora, não há falar em nulidade do contrato individual de
trabalho". A trabalhadora recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª
Região, reafirmando os argumentos da reclamação.
Desvirtuamento
Mesmo que tenha sido assinado contrato
de trabalho intermitente por prazo indeterminado, o relator considerou que
houve desvirtuamento do contrato ante a continuidade na prestação de serviços,
conforme prova documental juntada aos autos. A Consolidação das Leis
Trabalhistas (CLT) prevê que o labor intermitente é caracterizado por sua forma
de execução. A norma é expressa ao eleger o requisito descontinuidade, com
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, segundo
explicou o relator. Descumprido o tipo, passa a vigorar o contrato
padrão, que é o pacto por prazo indeterminado, além das suas consequências.
Segundo o relator, recibos de pagamento
demonstram que a prestação de serviços da trabalhadora foi contínua durante a
vigência do contrato. Diferenças de dias entre os pagamentos listados não são
efetivamente períodos de interrupção, correspondendo, na verdade, aos finais de
semana ao fim de cada mês. "A continuidade da prestação de serviços
desconfigura o contrato de trabalho intermitente, por ausência de
requisito essencial de validade, na forma do art. 443, §3º, da CLT",
concluiu o acórdão.
Com esse argumento e citando precedentes do
Regional, o relator votou para deferir a conversão do contrato para o tipo
padrão na modalidade por prazo indeterminado - válido durante a vigência do
contrato - com os pagamentos devidos nesse tipo de pacto laboral.
A decisão foi unânime.
Nota M&M: Destacamos que esta
decisão foi aplicada neste processo específico, e pode servir como um norteador
para futuras sentenças. Porém, situações semelhantes poderão ter decisões
diferentes, especialmente nas esferas de primeiro e segundo graus.
Fonte: Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região DF/TO,
Processo n. 0000701-59.2021.5.10.0021, com "nota" da M&M
Assessoria Contábil
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Trabalho intermitente e a estabilidade à gestante
Publicado em
04/10/2022
às
14:00
Decisão
judicial sobre um caso
Uma assistente de loja que prestava serviços
por meio de contrato intermitente e deixou de ser convocada para o trabalho
após informar que estava grávida teve reconhecido o direito à estabilidade provisória.
Com isso, a empresa deverá pagar indenização substitutiva, correspondente ao
período da estabilidade gestacional, entre outras verbas.
O entendimento ocorreu após a Terceira Turma
do Tribunal Superior do Trabalho rejeitar o exame do recurso da empresa contra
a condenação, imposta pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (MG), que
também entendeu que houve rescisão indireta do contrato de trabalho (falta
grave do empregador).
Na reclamação trabalhista, a assistente disse
que começou suas atividades em um estabelecimento comercial em agosto de 2018,
por meio de contrato de trabalho intermitente. Nessa modalidade de contratação,
criada pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017), a pessoa trabalha quando é
convocada pela empresa e, nos demais períodos, fica em inatividade.
Em setembro de 2018, a trabalhadora confirmou
que estava grávida. Após informar o fato à empresa, não foi mais chamada para
prestar serviços. Após o nascimento da criança, também não pôde receber o
auxílio-maternidade do INSS, porque a empregadora não havia assinado
requerimento que permitiria o acesso ao benefício.
Ela, então, ingressou na Justiça do Trabalho
para reivindicar o reconhecimento do direito à estabilidade e o pagamento da
indenização correspondente ao período, entre outras verbas trabalhistas.
A empresa, em sua defesa, alegou que os
períodos de trabalho e de inatividade não foram pré-estipulados. Também
justificou que a trabalhadora havia mudado de cidade e que isso impossibilitou
que fosse novamente chamada.
No processo, constatou-se que, a partir de
outubro de 2018, a assistente deixou de ser chamada pela empresa. Em primeiro
grau, a Justiça do Trabalho entendeu que isso foi consequência da gravidez.
Dessa forma, considerou que houve rescisão indireta do contrato, decorrente de
falta grave da empregadora, e reconheceu o direito à estabilidade, determinando
o pagamento da indenização correspondente.
O argumento da empresa de que a trabalhadora
se mudara de cidade não foi acolhido, já que, segundo a legislação trabalhista,
a pessoa que presta serviços de forma intermitente deve ser chamada com
antecedência de três dias e tem até um dia útil para responder, o que não
ocorreu no caso.
O Tribunal Regional do Trabalho, ao julgar
recurso, destacou que a atitude da empresa violou diretamente a dignidade da
pessoa humana e o princípio de proteção à trabalhadora, uma vez que, ao tomar
ciência da gestação, deixou a empregada ociosa por cerca de um ano.
A empresa tentou novamente alterar a decisão
no Tribunal Superior do Trabalho (TST), mas seu agravo de instrumento não foi
acolhido pela Terceira Turma.
Para o relator do agravo, ministro José
Roberto Pimenta, mesmo nos contratos intermitentes, os trabalhadores não estão
descobertos da proteção constitucional contra atos discriminatórios, como foi
constatado no caso. Ele observou que os fatos que levaram ao reconhecimento da
rescisão indireta se originaram da própria gravidez, e não se pode falar em
inexistência do direito à respectiva estabilidade provisória.
A decisão foi unânime.
Nota
M&M:
Destacamos que esta decisão foi aplicada neste processo específico, e pode
servir como um norteador para futuras sentenças. Porém, situações semelhantes
poderão ter decisões diferentes, especialmente nas esferas de primeiro e
segundo graus.
Fonte:
Convergência Digital, com informações do TST; Edição e "nota" da M&M
Assessoria Contábil
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Como deve ser efetuado o contrato de trabalho intermitente?
Publicado em
12/04/2022
às
16:00
A Lei
13.467/2017 criou, através do § 3º do art. 443 da CLT uma nova
modalidade de contrato de trabalho, o intermitente, no qual a prestação de
serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de
períodos de prestação de serviços e de inatividade.
Considera-se intermitente tudo
aquilo que começa e cessa por intervalos, que ocorre interrupções, que não é
contínuo.
O contrato intermitente pode
ser determinado em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade
do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, que são regidos por
legislação própria, nos termos do § 3º do art. 443 da CLT.
Considera-se
período de inatividade o intervalo temporal em que o empregado intermitente não
tenha sido convocado e não tenha prestado serviços nos termos do § 5º do
art. 452-A da CLT.
FORMALIZAÇÃO CONTRATUAL
De acordo com o art. 452-A
da CLT, o contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e
deve conter especificamente:
I - identificação,
assinatura e domicílio ou sede das partes;
II -
valor da hora ou do dia de trabalho, que não poderá ser inferior ao valor
horário ou diário do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho
noturno superior à do diurno; e
III - O
local e o prazo para o pagamento da remuneração.
Veja o modelo de contrato
de trabalho intermitente.
Nota: A
remuneração a que se refere o item II acima não será inferior àquele devido aos
demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato
intermitente ou não.
PERÍODO DE INATIVIDADE
Durante o período de
inatividade, o empregado poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros
tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica,
utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade de contrato de
trabalho.
O período de inatividade não será
considerado tempo à disposição do empregador e não será remunerado, hipótese em
que restará descaracterizado o contrato de trabalho intermitente caso haja
remuneração por tempo à disposição no período de inatividade.
Fonte: Guia Trabalhista Online.
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Contrato de Trabalho Intermitente
Publicado em
20/01/2021
às
14:00
O
Contrato de Trabalho Intermitente é uma modalidade de contratação do trabalhador,
expressamente prevista na Lei da Reforma Trabalhista.
Considera-se como intermitente
o Contrato de Trabalho no qual a prestação de serviços, com
subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto
para os aeronautas, regidos por legislação própria.
Interessante destacar que o
trabalhador poderá prestar serviços de qualquer natureza a outros
tomadores de serviço, que exerçam ou não a mesma atividade econômica,
utilizando contrato de trabalho intermitente ou outra modalidade
de contrato de trabalho.
A Medida Provisória
808/2017 havia alterado o art. 452-A da CLT, estabelecendo que o contrato
de trabalho intermitente deveria ser celebrado por escrito e registrado na
CTPS, ainda que previsto acordo coletivo de trabalho
ou convenção coletiva, bem como deveria constar:
- identificação, assinatura e
domicílio ou sede das partes;
- valor da hora ou do dia de
trabalho, que não poderá ser inferior ao valor horário ou diário
do salário mínimo, assegurada a remuneração do trabalho noturno
superior à do diurno e observado o disposto no § 12; e
- o local e o prazo para o
pagamento da remuneração.
Nota: Ainda
que o texto acima (estabelecido pela MP 808/2017) tenha perdido a validade a
partir de 23/04/2018, a Portaria MTB 349/2018 manteve a exigência de
se fazer constar no contrato intermitente tais informações, uma vez que visa
apenas garantir os direitos e obrigações para ambas as partes.
O empregador deverá convocar o
empregado com pelo menos 3 dias de antecedência, podendo estabelecer em
cronograma, as datas em que o empregado deverá comparecer ao trabalho.
Com a perda da validade
da MP 808/2017, recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia
útil (antes era de 24 horas), para responder ao chamado, presumida, no
silêncio, a recusa.
O período de inatividade não se
considera como tempo de serviço à disposição do empregador.
A contribuição previdenciária e
o FGTS deverão ser recolhidos mensalmente pela empresa nos termos da lei.
Assim como para os demais
empregados, a cada 12 meses trabalhados o empregado tem direito de usufruir,
nos 12 meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser
convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.
Nos termos do art. 444 da CLT e
da Portaria MTB 349/2018, é facultado às partes convencionar
por meio do contrato de trabalho intermitente:
I - locais de prestação de
serviços;
II - turnos para os quais o
empregado será convocado para prestar serviços;
III - formas e instrumentos de
convocação e de resposta para a prestação de serviços;
IV - formato de reparação
recíproca na hipótese de cancelamento de serviços previamente agendados.
Fonte:
Guia Trabalhista
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Contrato Intermitente é válido ainda que não haja contraprestação de serviços e pagamento de salários
Publicado em
03/12/2019
às
10:00
A
nova modalidade de
contrato de trabalho intermitente
,
criada pela Reforma Trabalhista (
Lei 13.467/2017
), trouxe
uma grande flexibilização da jornada de trabalho.
O contrato
intermitente pode ser determinado em horas, dias ou meses, independentemente do
tipo de atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, que
são regidos por legislação própria, nos termos do § 3º do art. 443 da CLT.
Nesta modalidade de
contrato o empregador poderá convocar o trabalhador apenas quando houver
necessidade ou demanda de serviço, por isso o termo "Intermitente".
Ao final de cada mês
o trabalhador será pago somente pelas horas trabalhadas, que não poderá ser
inferior ao valor horário ou diário do salário mínimo. A contribuição
previdenciária e o FGTS serão devidos com base no
salário mensal pago.
Nas relações entre empregador
e empregado intermitente, poderá haver meses em que o salário pago será menor
que o salário mínimo, ou até mesmo não haverá salário devido, simplesmente
porque não houve demanda de trabalho e o trabalhador intermitente não foi
convocado naquele determinado mês.
Por isso, nada
impede que o empregado firme um ou vários contratos intermitentes ao mesmo
tempo com empregadores diferentes, já que, de acordo com o § 1º do art. 452-A
da CLT, o empregador deverá convocar o empregado (por qualquer meio de comunicação)
para prestar os serviços, informando qual será a jornada a ser cumprida com,
pelo menos, 3 dias corridos de antecedência.
O empregado, por sua
vez, terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no
silêncio, a recusa.
Veja julgado do TRT
de Minas Gerais que validou o contrato intermitente, ainda que sem qualquer
contraprestação de serviços ou pagamento de qualquer verba salarial ou
rescisória.
JUSTIÇA DO TRABALHO
VALIDA CONTRATO INTERMITENTE SEM CONTRAPRESTAÇÃO
O juiz David
Rocha Koch Torres, na titularidade da Vara do Trabalho
de Ubá, julgou improcedentes os pedidos de uma
trabalhadora contratada por uma rede varejista de eletrônicos e
móveis para exercer a função de gerente de loja.
As partes
celebraram contrato de trabalho intermitente, novidade
trazida pela Lei nº 13.467/17, conhecida como reforma trabalhista. No
entanto, o julgador não encontrou nada de errado no ajuste feito, concluindo
que a empresa cumpriu todas as formalidades da lei para essa forma de
contratação.
Na reclamação,
a trabalhadora contou que nunca foi chamada
para trabalhar, permanecendo à disposição da
ré. Segundo ela, o contrato de experiência não
foi anotado na carteira, razão pela qual pretendia obter a declaração
da rescisão do contrato de trabalho por
prazo indeterminado, com recolhimento do FGTS e recebimento
da parcela devida. Em defesa, a empresa sustentou que a
contratação intermitente foi devidamente observada.
O magistrado deu
razão à varejista. Ele explicou que o artigo
443, parágrafo 3º , da CLT, incluído pela Lei
nº 13.467/2017, considera como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços,
com subordinação, não é contínua, ocorrendo com alternância de períodos de
prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador. Há
exceção para os aeronautas, regidos por legislação própria.
Sobre o
tema, apontou que o artigo 452-A da CLT determina que o contrato em questão seja celebrado
por escrito e contenha especificamente o valor da hora de trabalho, que não
pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou
àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma
função em contrato intermitente ou não.
Por meio dessa
modalidade contratual, empregado e empregador firmam pacto em que inexiste
garantia de salário ou de número de horas trabalhadas. De acordo
com o magistrado, a relação é marcada pela imprevisibilidade e
incerteza da necessidade do serviço do trabalhador intermitente.
O parágrafo 5º
do artigo 452-A da CLT esclarece que
os períodos intercalares sem atividade são desconsiderados como tempo
à disposição do empregador.
Ou
seja, não têm qualquer correlação com o contrato de trabalho. Ademais,
o próprio dispositivo legal autoriza a mistura contratual. Desse modo,
o trabalhador intermitente pode firmar simultâneos pactos com
outros empregadores, conforme previsão contida no parágrafo 5º.
No caso, o
magistrado verificou que as partes firmaram contrato por escrito, do qual
consta o valor do salário-hora e a advertência de que
o período de inatividade não seria considerado tempo à disposição do
empregador. Foi prevista a possibilidade de a trabalhadora prestar
serviços a outros contratantes.
Diante desse
contexto, o julgador reconheceu que as formalidades
legais foram observadas, nada sendo devido à autora. Chamou
a atenção para o fato de não ter havido impugnação específica ao contrato de trabalho anexado aos autos, tampouco à
assinatura da empregada registrada no documento.
Ele não encontrou
qualquer indício de vício de consentimento na assinatura e aceitação dos
termos contratuais pela empregada. Ao contrário, a própria
trabalhadora admitiu, em audiência, ter assinado o contrato
intermitente e o TRCT anexados aos autos pela ré. Isso
demonstra que ela tinha ciência inequívoca das
especificidades contratuais.
Nesse
contexto, o juiz considerou que o fato de a empregada não ter
sido convocada a trabalhar não é capaz de surtir qualquer
efeito, enquadrando-se a conduta no poder diretivo do empregador.
Como não houve
a prestação de serviços, não havia contraprestação a
ser reconhecida, tampouco FGTS a ser
recolhido. Aqui esclareceu que o FGTS somente seria
devido com base nos valores pagos no período mensal (parágrafo 8º do artigo
452-A, da CLT), o que não existiu no caso.
O mesmo
raciocínio foi adotado com relação ao aviso prévio.
"Se não houve prestação de serviços, inexiste média de valores recebidos,
não se cogitando, pois, em pagamento de indenização do aviso prévio", destacou o juiz, reportando-se à regulamentação
do artigo 5º da Portaria do MTE nº 349/2018 (mesma inteligência que
constava do artigo 452-E, \'a\', da CLT, introduzido pela
Medida Provisória 808/2017, vigente na época da celebração do contrato firmado
entre as partes).
Por
fim, o julgador considerou que o aviso-prévio não seria mesmo devido, uma
vez que, no TRCT apresentado nos
autos, constou que a ex-empregada pediu demissão. Por tudo isso,
julgou improcedentes os pedidos, sendo a decisão posteriormente confirmada pelo
TRT de Minas.
Fonte: PJe: 0010201-41.2019.5.03.0078 / Guia Trabalhista Online.
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Trabalho Intermitente - Nova Modalidade está dando certo
Publicado em
23/10/2019
às
12:00
Área de vendas é a
que mais utiliza o trabalho intermitente
A
nova modalidade - Trabalho Intermitente - introduzida pela Reforma Trabalhista,
no final de 2017, está dando certo. Segundo os dados da RAIS em 2018, havia um
estoque de 61.705 trabalhadores intermitentes. Os quatro estados com maior quantidade
de trabalhadores intermitentes foram São Paulo (18,5 mil, 30%), Minas Gerais
(8,9 mil, 14,5%), Rio de Janeiro (6 mil, 9,7%) e Paraná (4,6 mil, 7,5%).
Do
ponto de vista do gênero, havia 38,4 mil intermitentes do gênero masculino
(62,3%) e 23,2 mil do gênero feminino (37,7%). A ocupação
que mais contratou trabalhadores intermitentes foi Assistente de Vendas (7,3
mil), seguida por Servente de Obras (2,7 mil), Cozinheiro Geral (1,9 mil), Faxineiro
(1,8 mil) e Garçom (1,7 mil).
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Fonte:
ME/RAIS, com adaptações da M&M
Assessoria Contábil
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Como funciona o registro do Contrato de Trabalho Intermitente
Publicado em
18/06/2019
às
16:00
O contrato
de trabalho intermitente possibilitou uma nova forma de contratação para
diferentes tipos de profissionais, que atuam em funções com necessidades
sazonais.
Desde a
promulgação da reforma trabalhista em julho de 2017, que entrou em vigência 120
dias após a promulgação, ou seja, em novembro de 2017, identificamos, mesmo no
melhor de suas intenções, detalhes discutíveis, dúvidas e falta de definições e
amparo legal de algumas novas regras. Uma delas foi com relação ao Contrato de
Trabalho Intermitente.
A definição
da contratação intermitente na reforma possibilitou uma nova forma de
contratação para diferentes tipos de profissionais, que atuam em funções com
necessidades sazonais, por exemplo.
Linhas gerais do Contrato de Trabalho Intermitente
O contrato
de trabalho intermitente veio para cobrir a necessidade de algumas categorias
que antes ficavam com muitos profissionais sem a formalização adequada. Risco
para os funcionários informais, ou, se contratados no formato normal,
extremamente onerosos para os empregadores, pagando salários inteiros para
pessoas sem aproveitamento contínuo e produtivo. Muitas vezes os empregadores
mantêm o empregado celetista sem ter trabalho para ser feito e não podem
demitir diante do rigor da lei e encargos fiscais e previdenciários.
Já um
profissional com registro de trabalho intermitente na Carteira de Trabalho deve
ser chamado pelo empregador para o serviço a ser executado com três dias de
antecedência. O contratado terá de responder ao chamado, concordando ou
recusando em até um dia útil. Se o funcionário não responder fica caracterizado
sua recusa. A recusa por um trabalho, sendo formalizada ou não, não
descaracteriza a subordinação do funcionário.
De outro
lado, se o funcionário responder ao chamado que aceita a convocação ao trabalho
e não cumpri-la, seu descumprimento acarretará em multa de 50% do valor
contratado.
Essa
modalidade também deverá ser celebrada mediante contrato de trabalho por
escrito, e a prestação desse serviço ocorrerá de forma não contínua, podendo
haver alternância de períodos e também, períodos de inatividade.
Obrigações
O salário e
as obrigações trabalhistas devem ser calculados proporcionalmente aos dias
trabalhados, o que pode dificultar o controle e o acompanhamento para o devido
acerto de férias, DSR, FGTS, recolhimentos previdenciários e 13o salário.
No contrato
de trabalho intermitente, deverá constar o valor da hora de trabalho, que não
poderá ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou ao pago aos demais
empregados que exerçam a mesma função.
No momento
da contratação de um funcionário neste formato é importante convencionar o
seguinte:
. local de trabalho;
. turnos aos
quais o empregado poderá ser convocado;
. forma e
instrumento de convocação e de resposta;
. forma de
reparação para ambas as partes em caso de cancelamento de serviços previamente
agendados.
Recolhimentos Previdenciários
Alguns
especialistas entendem que, se o empregado intermitente não atingir o valor
mínimo de contribuição durante o mês, terá que fazer a complementação do
próprio bolso.
No entanto,
segundo as normas previdenciárias, um único dia de trabalho no mês de um empregado
intermitente já seria suficiente para conferir-lhe qualidade de segurado
perante a Previdência Social, garantindo-lhe toda cobertura de eventuais.
O problema é
que, nesse caso, o empregado teria apenas um dia computado para efeito de tempo
de contribuição e aposentadoria.
E se o
empregado optar por fazer a complementação das contribuições, para garantir sua
aposentadoria, irá enfrentar alguns desafios práticos.
A legislação
prevê a obrigatoriedade de complementação das contribuições apenas para os
autônomos, com o recolhimento como contribuinte individual (lei 10.666/03), o
que, a princípio, não poderia ser estendido ao empregado intermitente.
Na mesma
linha, o empregado intermitente também não poderia realizar a complementação
como se fosse facultativo, pois, o enquadramento nesta última categoria
pressupõe justamente a inexistência de vínculo empregatício.
Vê-se,
portanto, que essa complementação do empregado intermitente estaria sem
enquadramento correto para recolhimento complementar.
Sobram ainda
outras dúvidas quanto aos direitos previdenciários do trabalhador intermitente,
como por exemplo, a forma de cômputo dos dias de descanso remunerado para fins
de aposentadoria.
O contrato
de trabalho intermitente veio com excelente intenção de cobrir lacunas de ambas
as partes, empregados e empregadores, gerando maior segurança e oferecendo
novos postos de trabalho. Ainda assim, sofre em função da falta de amparo de
outras esferas além da trabalhista, como a esfera previdenciária.
Fonte: Prosoft Wolters Kluwer
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Contrato de Trabalho para Músicos
Publicado em
14/09/2018
às
16:00
Portaria do Ministério do Trabalho entrou em vigor
no dia 23 de agosto de 2018
Pela portaria do Ministério do Trabalho, os
contratos de trabalho passam a servir como "documento comprobatório de
rendimentos" da categoria. Com isso, o recolhimento de impostos e a comprovação
de renda para abertura de conta em bancos e obtenção de crédito em instituições
financeiras e no comércio tornam-se possíveis.
Como a portaria foi publicada após a modernização
trabalhista, os termos já estão de acordo com a nova legislação. O texto prevê,
por exemplo, o contrato intermitente (com intervalos variados) sem a criação de
vínculo empregatício, permitindo maior negociação entre donos de estabelecimentos,
produtores e artistas.
A portaria também prevê mudanças para contratos
firmados com artistas estrangeiros. Antes, os produtores precisavam de uma
autorização da Imigração para realizar uma atividade artística no Brasil. A
partir de agora, músicos, atores e dançarinos, entre outros, podem entrar no
país para atividade profissional apenas com o visto de visita. Outra diferença
é que o contrato de atividade deve ser apresentado junto ao Ministério do
Trabalho até dez dias antes da apresentação em solo brasileiro.
Fonte: Assessoria
de imprensa do Ministério do Trabalho/Adaptado
pela M&M Assessoria Contábil
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Trabalho Intermitente
Publicado em
18/05/2018
às
16:00
Trabalho
intermitente - se caracteriza por uma maior liberdade na contratação dos trabalhadores
sem que haja perda para eles, pois são mantidos os direitos relativos às
férias, gratificação natalina, entre outros.
É uma modalidade de
trabalho com vínculo empregatício, pela qual os trabalhadores são pagos
exclusivamente por um período trabalhado, por hora ou por jornada, em que
ocorrem interrupções ou que cessa e recomeça por ser uma forma de trabalho
descontínuo, logo, é uma forma de jornada flexível de trabalho que dá segurança
para as duas partes, contrato e contratante, é uma fonte de rendimento lícita e
típica de atividades, como por exemplo: pedreiros, marceneiros, azulejistas,
músicos, garçons, copeira, motoristas, segurança, cozinheiro, entre outras
atividades, em especial, nos setores de entretenimento, turismo, construção
civil e serviços.
É uma maneira moderna
de criação de empregos, que torna os negócios mais competitivos, pois o
contratado, vai laborar de acordo com a necessidade do seu trabalho e os gastos
fixos são substituídos por gastos variáveis, o que permite uma adequação dos
negócios, a real situação econômica e de volatilidade do mercado em que a
organização empregadora está inserida.
Está flexibilizada nas
condições do trabalho somadas à permuta dos gastos fixos por variáveis,
contribui para a manutenção e segurança da continuidade das atividades
econômicas, evitando-se a falência, na medida em que os gastos com pessoal,
acompanham as receitas, obtendo-se o equilíbrio econômico financeiro dos
negócios, pela diminuição, ou pela condição de adequação aos riscos sistemáticos
do negócio.
Este é um conceito
desenvolvido pelo Prof. Me. Wilson Alberto Zappa Hoog.
Fonte:
Zappahoog.com.br