Já estamos no final de
junho, chegando na metade de um ano que mal começou. Parece que o Natal foi
ontem e que o dia não tem mais 24 horas, nem as semanas sete dias. O que
aconteceu? O que fazer? Como viver num mundo em que temos a sensação clara de
que não temos tempo para nada?
O que aconteceu é que, de fato, fazemos hoje num dia o que há anos atrás
demorávamos uma semana para fazer. A informação instantânea via rádio, TV,
internet, WhatsApp, YouTube, Facebook, etc., etc., nos faz saber coisas que
antes se demorava uma vida para conhecer. Os celulares e smartphones nos
tornaram disponíveis 24 horas para quem tenha ou não nossos contatos. Esse
acúmulo de informação gera uma ansiedade de fazer, participar, experimentar que
nossos antepassados não tinham. Nossa cabeça é bombardeada por dados e
informações do mundo inteiro. Ficamos irritados com fatos que não nos dizem
diretamente respeito e que ocorreram do outro lado do mundo. Além disso, a
facilidade de locomoção por terra, mar ou ar nos dá uma sensação de que as
distâncias diminuíram. Uma viagem que antes demorava uma semana a cavalo, hoje
é feita em poucas horas a 100 km por hora. Tudo isso mudou a nossa concepção de
espaço e tempo e nos faz ficar ainda mais irritados com o trânsito parado nas
cidades, o que nos dá a sensação de "perder tempo". E o que fazer?
Para enfrentar esses novos tempos é preciso desenvolver um autocontrole muito
grande e tomar plena consciência daquilo que seja realmente essencial em nossa
vida e priorizar as informações e atividades que nos levem a essas coisas
essenciais. É preciso saber selecionar e sintetizar essa avalanche de
informação disponível para que tenhamos foco, muito foco no que realmente
queremos e devemos fazer. É preciso saber dizer muitos "nãos" às tentações da
tecnologia e mesmo aos amigos, colegas, conhecidos e estranhos que nos enchem
de mensagens, fotos, vídeos, etc. e que ocupam nossa mente com coisas
absolutamente acidentais e desnecessárias, que nos tiram do foco do que
realmente devemos fazer. Tempo é questão de preferência e temos que priorizar o
que nos conduz ao essencial.
Para isso é preciso desenvolver, como nunca, um grande domínio da vontade e não
nos deixar cair nas tentações da mídia, das novelas, dos comerciais que nos
levam ao consumismo desenfreado e a tudo o que é desnecessário e acidental para
a o nosso sucesso e a nossa verdadeira felicidade. Assim, reeducar a vontade e
reaprender a pensar criticamente, me parecem ser os únicos caminhos para vencer
os desafios deste louco tempo de aceleração e viver cada momento e a própria
vida com sabedoria e qualidade.
Pense nisso. Sucesso!
Por Luiz Marins