Apesar de serem mais qualificadas,
mulheres ganham, em média, 72% do salário dos homens
Políticas de proteção
social e igualdade de gênero foi um dos temas abordados durante reunião do Conselho
Nacional de Previdência (CNP), na manhã desta terça-feira (5), em Brasília.
Acesse o estudo Políticas de proteção e inclusão de gênero.
Com base nos dados de
2015, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD/IBGE), os números
mostram que a quantidade de homens ainda é ligeiramente maior que a de mulheres
dentro da população ocupada. Os homens também são maioria no mercado de
trabalho formal e, apesar de serem mais qualificadas, mulheres ganham, em
média, 72% do salário dos homens, mesmo exercendo a mesma função que eles.
Mulheres também têm uma
jornada de trabalho maior que a dos homens. Enquanto elas trabalham cerca de 55
horas por semana, eles trabalham 50. Isso se deve ao fato de as mulheres terem
o dobro da jornada de horas dedicadas ao trabalho doméstico em relação aos
homens: enquanto eles dedicam, em média, 10 horas semanais nos afazeres
domésticos, mulheres gastam 20,5 horas nessas atividades.
A população feminina
ocupada trabalha, principalmente, nas áreas de educação, saúde, serviços
sociais e, majoritariamente, no trabalho doméstico. Já os homens são maioria na
construção e em atividades industriais. Eles também são maioria nos cargos de
chefia, gerência e direção.
O estudo mostrado aos
conselheiros foi elaborado e apresentado pela Analista Técnica de Políticas
Sociais da Secretaria de Previdência, Avelina Alves, durante um curso sobre
Planos de igualdade e oportunidades entre homens e mulheres nas instituições de
Seguridade Social na Iberoamérica, promovido pela Organização Iberoamericana de
Seguridade Social (OISS), no Uruguai.
Avelina ressalta, no
entanto, que houve um grande avanço nos indicadores, ao longo do tempo,
com uma maior inclusão da mulher no mercado de trabalho. "Embora a situação da
mulher brasileira no mercado de trabalho ainda seja desfavorável quando
comparada a dos homens, essa é uma realidade em todo o mundo, mas os dados do
Brasil ainda são melhores do que de muitos países da América Latina, tanto em
relação a mercado de trabalho quanto a políticas de conciliação da vida
familiar e laboral", comentou. Ela citou como exemplo a licença-maternidade.
Enquanto no Brasil esse benefício tem duração de 120 dias, podendo ainda ser
estendido para 180 dias, através do "Programa Empresa Cidadã" a maioria dos
países iberoamericanos têm um tempo máximo de 90 dias.
"Hoje, como exemplos de
boas práticas, temos o Plano Nacional de Políticas para a Mulher, o
Observatório Brasil de Igualdade de Gênero e o Comitê de Gênero da Escola
Nacional de Administração Pública (Enap), dentre outras tantas, então, apesar
dos desafios que ainda temos, o Brasil já avançou bastante no campo de
políticas afirmativas de equidade de gênero" afirmou Avelina.
A Compensação
Previdenciária (Comprev) e o novo site do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) também foram temas da reunião do CNP.
Fonte: ascom.mps