Você é feliz? Sua empresa é feliz?
Felicidade é um diferencial competitivo?
Perguntas como essa poderiam parecer tolas e
utópicas há algum tempo, mas hoje na árdua tarefa de contratar e reter
talentos, as respostas a essas perguntas deixam de ser reflexões meramente
românticas.
Encontrar respostas e soluções para esse tema
será o grande diferencial nos próximos anos, pelo simples fato de que, hoje,
existem empresas cada vez mais enxutas e com maior pressão por resultados. O
enredo dessa história não poderia ser outro: nunca em nenhum outro período
houve tantos casos de afastamento do trabalho por caso de alto stress,
esgotamento nervoso e estafa. Recentes pesquisas indicam que o grau de stress e
infelicidade nas organizações já atinge patamares elevados.
O que fazer para criar um ambiente feliz, leve e
transparente em sua empresa?
Veja alguns pontos que, nesse novo
desafio, não devem ser esquecidos:
O mito da mudança - chamo de mito da mudança o fato de pessoas e
empresas acreditarem que estão mudando tudo o tempo todo, que mudar é a chave
para a sua sobrevivência. Estão certas e erradas ao mesmo tempo. Explico: mudar
não é fácil e a grande maioria das mudanças feitas na empresa são de cunho
organizacional. Nesse caso incluem-se as mudanças relacionadas a processos,
produtos, sistemas, máquinas, instalações e outros. Mas, e as mudanças de cunho
cultural? Essas são muito mais difíceis de implantar. Apesar de serem as que
fazem realmente a diferença, elas são as que mais sofrem retrocessos. Pense em
sua empresa: a cultura, a missão, os valores realmente têm mudado? As pessoas
ainda são consideradas mão-de-obra, recursos humanos, ou são tratadas
efetivamente como talentos a serem desenvolvidos?
Mobilize as pessoas - sabe qual é o sentimento mais mobilizador que
existe? O sentimento de justiça. E justiça tem a ver com integridade e coragem
para fazer o que precisa ser feito, desde que com transparência e ética. A sua
conduta é condizente com o seu discurso? A liderança é baseada no exemplo? A
empresa discute e debate novas idéias ou no primeiro obstáculo impõe soluções
de forma autoritária? Lembro que toda liderança por vezes será autoritária,
isto depende do momento, mas a questão é o quanto autoritário se é e com que
frequência e forma se exerce este poder. O cerne da questão aqui é descobrir o
quanto irreal e distante se encontra a percepção entre o que é falado e
realmente praticado.
Transparência e Respeito. Na minha opinião, o mais importante quesito para
criar e manter uma empresa feliz, na qual as pessoas sintam prazer e queriam
trabalhar, é transparência nas relações e respeito mútuo. Peque pelo excesso de
comunicação não pela falta dela. Esqueça que comunicação é somente boas
notícias. É justamente em momentos de crise que devemos minimizar a geração de
boatos e inverdades. Transparência na gestão do conhecimento, nas relações de
poder, nas diretrizes a serem seguidas com a comunidade, fornecedores,
colaboradores e clientes. A palavra-chave aqui é cumplicidade, pois promessas de
parcerias são o que mais temos por aí. Respeito mútuo é entender que na relação
capital X trabalho todos temos direitos e deveres e não adianta ficar somente
esperando pelos seus direitos. Muitos dizem que a palavra comprometimento está
morta na relação entre empresas e seus colaboradores. Penso que não.
Comprometer-se com os resultados e com o sucesso da empresa é comprometer-se
também com sua própria carreira. Estar em uma empresa já pensando em outra não
é uma boa estratégia de ascensão na carreira, pelo menos a longo prazo. Gestão
de carreira tem a ver com realizações, com feitos que realmente agreguem valor
e isto leva tempo, por isso esteja comprometido com a equipe e com a sua
empresa atual, pois é ela que vai ajudá-lo a dar grandes saltos em sua vida.
E aí sim quem sabe um dia, você vai poder dizer
com toda a certeza do mundo: "eu fui feliz em minha carreira, mas mais do que
isso, ajudei a gerar felicidade com os meus talentos.
Por Paulo Araújo