"A maior habilidade de um líder é desenvolver
qualidades extraordinárias em pessoas comuns."
(Abraham Lincoln)
Há
alguns meses eu retornava de um evento no interior de Minas Gerais, trafegando
pela Rodovia Fernão Dias, quando repentinamente senti uma forte dor na região
lombar.
Imediatamente parei o carro no acostamento, desci para me alongar, mas de nada
adiantou. Pesquisei o hospital privado mais próximo e, com muita dificuldade,
quinze minutos depois estava lá. Entreguei meu documento de identidade na
recepção, pois sequer era possível aguardar qualquer procedimento. Porém, a
partir daí, passei por uma das piores experiências que já tive.
Resumidamente, fiquei naquele hospital por sete horas recebendo um péssimo atendimento.
Para exemplificar, somente cheguei a ser medicado quando literalmente caí no
chão de dor. Após uma série de exames foi identificado que o problema era um
cálculo renal. Mas a mediocridade dos profissionais era tamanha que o médico
que me assistia, ao terminar seu turno de trabalho, sequer teve o mínimo de
respeito em me informar (bem como aos demais pacientes) quem daria continuidade
no atendimento.
Consciente de que aquele local não seria adequado, em hipótese alguma, para uma
eventual cirurgia, consegui ser medicado com uma dose de morfina que me
permitiu pegar a estrada e retornar a São Paulo, onde me dirigi ao Hospital 9
de Julho. Lá, tudo mudou!
A qualidade do atendimento começou já na recepção, com profissionais
respeitosas e sensíveis, que tiveram a preocupação de orientar e agilizar os
procedimentos. Após a liberação do quarto, fui muito bem recebido pela técnica
em enfermagem Nélia e pela enfermeira Priscila. Ao ser transferido para o
centro cirúrgico, fui gentilmente conduzido pelo assistente de transporte
Ednei. E a cirurgia foi conduzida com excelência pelo anestesista Cássio e pelo
Dr. Flávio Areas.
Meu intuito é lhe deixar uma reflexão diante deste relato. O que diferencia de
forma tão contundente o atendimento em ambos os estabelecimentos? Seria a
infraestrutura de cada um dos hospitais? Ou a formação dos profissionais
envolvidos? Não, a resposta é vocação e gestão.
Em um hospital encontrei pessoas que nitidamente vão trabalhar apenas para
garantir seu sustento ao final do mês. Gente preocupada em cumprir apenas o
básico, em fazer o possível, à espera do horário para ir embora quando. No
outro, pessoas que gostam e apreciam o que fazem, interessadas em fazer o seu
melhor, cientes de que um paciente, independentemente de sua condição, está ali
por necessidade, motivo pelo qual procuram transmitir acolhimento e carinho
para amenizar o desconforto. Esta é a diferença entre trabalhar por vocação ou
por mera necessidade financeira.
Mas a gestão também está presente. Afinal, cabe aos líderes criarem um ambiente
favorável para que seus colaboradores possam atuar de maneira assertiva,
cumprindo com seu propósito pessoal. Isso envolve valores corporativos
legítimos capazes de unir e alinhar a equipe, treinamento e capacitação
regulares e autonomia para propor mudanças em busca da melhoria contínua.
Deixo-lhe uma questão final: qual o padrão adotado pela empresa na qual você
trabalha?
Por Tom Coelho