O Ministério
do Trabalho elenca uma série de ações importantes para tornar o ambiente
laboral cada vez mais saudável
Cargas
de trabalho excessivas, exigências contraditórias, falta de clareza na
definição das funções; falta de participação do trabalhador na tomada de
decisões que lhe afetam diretamente e de controle sobre a forma como ele
executa o trabalho; má gestão de mudanças organizacionais; insegurança laboral;
comunicação ineficaz; falta de apoio da parte de chefias e colegas, e, por fim,
assédio psicológico ou sexual e violência de terceiros. Essas são as causas
mais frequentes do adoecimento mental do trabalhador. Entre as causas que mais
comumente motivam o afastamento dos profissionais de suas atividades estão os
transtornos ansiosos e depressão.
De
2012 a 2016, foram registrados 55.387 mil casos de trabalhadores que se
licenciaram das atividades por algum tipo de transtorno psicológico. No
período, a depressão e os transtornos gerais, como ansiedade, representaram
27.619 mil casos. Os números fazem parte do Observatório Digital, uma
iniciativa de cooperação internacional entre o Ministério Público do Trabalho e
a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Entre as principais doenças
mentais que motivam afastamento do funcionário do trabalho estão, além da
depressão e a ansiedade, a esquizofrenia, os transtornos psicóticos não orgânicos
e os transtornos mentais e comportamentais resultantes do uso de drogas e
álcool.
O
auditor-fiscal Jeferson Seidler, assistente técnico do Departamento de Saúde e
Segurança no Trabalho (DSST) do Ministério do Trabalho, salienta que o
empregador precisa se envolver para que o ambiente de trabalho não represente
um risco permanente de adoecimento para o profissional. "Depende do
empregador fazer uma análise completa e minuciosa e adotar medidas de controle,
em especial aquelas pertinentes ao ritmo de trabalho e às metas adequadas, ou
seja, alcançáveis", observa.
Seidler
afirma que seria importante investir em treinamento de lideranças e
trabalhadores para a melhora contínua da comunicação e das relações
interpessoais, em iniciativas de redução de estresse (como pausas, ginástica
laboral e outras atividades de relaxamento), alimentação saudável, lazer e
cultura nos períodos de folga, além do oferecimento de equipe de apoio para
orientação, diagnóstico e tratamento precoces. "O adoecimento mental é
menos frequente quando o trabalhador se sente respeitado como ser humano,
quando percebe que o trabalho é bem organizado, as metas são justas e os
relacionamentos, respeitosos, enfim, quando se convence de que os esforços para
a melhora contínua do ambiente do trabalho são sinceros e efetivos e não apenas
retórica", enfatiza o auditor-fiscal.
Por
outro lado, o trabalhador também pode contribuir para ter uma rotina mais
saudável. Seidler recomenda que o profissional observe se os fatores de risco
citados estão presentes em sua rotina e se existem casos de transtorno mental
acometendo os colegas. "O trabalhador deve relatar essas observações ao
empregador ou preposto, se possível por meio da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes (Cipa), por escrito, solicitando análise dos fatores de risco,
verificar se o empregador disponibiliza ações preventivas e, em caso
afirmativo, a aderir às atividades propostas. Caso ache que alguma coisa pode
estar errada com seu estado mental, não retardar a busca por ajuda profissional,
ou seja, não esperar que os sintomas piorem para procurar ajuda", orienta.
O auditor-fiscal, além disso, reforça que manter atividades físicas regulares,
alimentação balanceada, atividades de relaxamento (como alongamentos e
exercícios respiratórios diários), algum tipo de lazer e relacionamentos
saudáveis com familiares e amigos fazem parte de um conjunto de ações para
manter a saúde mental em dia.
Mulheres -
Dos 55.387 mil trabalhadores afastados do trabalho por doenças mentais entre
2012 a 2016, 56,99% (ou 31.566) foram mulheres. "Os homens, em geral, têm
mais resistência em assumir o problema, que muitas vezes é estigmatizado como
fraqueza. Por isso, não há como saber com certeza se eles são de fato menos
acometidos ou se o diagnóstico ocorre em menor número porque não procuram
ajuda", ressalva Jeferson Seidler.
Fonte:
Ministério do Trabalho/Assessoria de Imprensa