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CRITICAR OU AJUDAR?


Publicada em 11/03/2018 às 16:00h 


Não faltam problemas ao Município, ao Estado e ao Brasil como um todo. Nem críticos do sistema ou apologistas do apocalipse. A situação é grave e não cabe uma análise completa neste pequeno espaço.
        

Crítica é uma coisa boa, quando feita no sentido lato da palavra, de formular juízo ou de fazer apreciação fundamentada de alguma coisa. A condição-chave, no caso, é ser fundamentada. Senão, não passa de maledicência ou fofoca. Ou, no melhor dos casos, é apenas uma má crítica. Que não constrói, que não acrescenta valor positivo, que não ajuda a melhorar o "status quo".

    

A crítica que não vem acompanhada de alguma forma de ajuda perde muito em substância e em qualidade. E, portanto, é quase inútil. Quero fazer, então, algumas considerações sobre nossa situação local, ao nível de Porto Alegre.

      

Muitas pessoas queixam-se da existência de lixo espalhado em vários pontos da cidade. Mas ignoram que há mais de 400 pontos irregulares de descarte de lixo, ali jogado pela população da cidade e, que, por serem irregulares, dificultam seu recolhimento metódico e sistemático. O que acaba por gerar problemas e prejuízos elevados.

      

Essa situação se agrava com o lançamento de lixo diretamente nos arroios e nas ruas, mesmo havendo lixeiras nas proximidades, lixo que se acumula nas bocas de lobo e provocam alagamentos, quando chove.

         

Ouço, com frequência, queixas relativas ao "mato" que se avoluma nas ruas, devido à falta de capina. Mas poucos são os proprietários de imóveis que removem o capim de suas calçadas, mesmo sendo isso uma obrigação sua.

         

Um outro problema é o da identificação das ruas, de que a maioria se queixa, sem sugerir soluções. Quem procura um endereço em nossa cidade, procurando identificar os números dos prédios, especialmente à noite, sempre enfrenta muita dificuldade. Sabe por quê?  Porque os proprietários, em número muito significativo, não cumprem a Lei, não colocando numeração ou usando em seus prédios ou casas placas numéricas inadequadas, sem visibilidade, seja por tamanho deficiente, seja pelo uso de cores sem contraste ou, ainda pior, por estarem colocadas fora da vista de quem passa pela frente do imóvel. Nesse caso, mais uma vez a correção do problema cabe exclusivamente aos cidadãos, e não ao Governo.

          

Quer dizer que a culpa dos problemas da cidade é dos moradores? Claro que não! As soluções da maioria deles cabem exclusivamente ao Governo Municipal.

        

Acontece que queixar-se da falta de dinheiro para a satisfação de necessidades prioritárias da Cidade é fácil. Difícil é reconhecer a existência de problemas históricos, como o da Previdência Municipal e o da defasagem da planta de valores do IPTU, que precisam ser corrigidos, com a participação de todos os porto-alegrenses.
           

E mais difícil, ainda, é assumir uma postura cidadã e ajudar a formatar uma nova política administrativa e financeira, para eliminar as causas dos problemas que temos.

           

Mas, se alguém achar que isso é problema só do Governo Municipal, embora não seja, que tal ajudar a corrigir os problemas de mais fácil solução e que são de sua responsabilidade, como os que citei acima?

Por João Carlos Nedel

Contador e Vereador de Porto Alegre






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