Apesar de desfavorável, a situação da
mulher brasileira no mercado de trabalho ainda é muito melhor se comparada a
outros países da América Latina
Estudo elaborado pela
Secretaria de Previdência do Ministério da Fazenda mostra que houve um grande
avanço nos indicadores, ao longo do tempo, com uma maior inclusão da mulher no
mercado de trabalho. Intitulado "Políticas de proteção e inclusão de gênero",
os dados tiveram como base a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio
(PNAD/IBGE) de 2015.
"Embora a situação da
mulher brasileira no mercado de trabalho ainda seja desfavorável quando
comparada à dos homens, essa é uma realidade em todo o mundo, mas os dados do
Brasil ainda são melhores do que de muitos países da América Latina, tanto em
relação a mercado de trabalho quanto a políticas de conciliação da vida
familiar e laboral", explica a analista técnica de Políticas Sociais da
Secretaria de Previdência, Avelina Alves, responsável pelo estudo sobre a
situação da mulher no mercado de trabalho.
A analista cita como
exemplo a licença-maternidade. Enquanto no Brasil esse benefício tem duração de
120 dias, podendo ainda ser estendido para 180 dias, por meio do "Programa
Empresa Cidadã", a maioria dos países iberoamericanos têm um tempo máximo de 90
dias.
Os números revelam ainda
que a população feminina ocupada trabalha, principalmente, nas áreas de
educação, saúde, serviços sociais e, majoritariamente, no trabalho doméstico.
Já os homens são maioria na construção e em atividades industriais. Eles também
são maioria nos cargos de chefia, gerência e direção.
Alguns dos desafios que
ainda precisam ser enfrentados pela mulher brasileira também são apresentados
pelo levantamento da Secretaria de Previdência. A quantidade de homens ainda é
ligeiramente maior que a de mulheres dentro da população ocupada. Os homens
também são maioria no mercado de trabalho formal e, apesar de serem mais
qualificadas, mulheres ganham, em média, 72% do salário dos homens, mesmo
exercendo a mesma função que eles.
Além disso, mulheres
também têm uma jornada de trabalho maior que a dos homens. Enquanto elas
trabalham cerca de 55 horas por semana, eles trabalham 50 horas. Isso se deve
ao fato de as mulheres terem o dobro da jornada de horas dedicadas ao trabalho
doméstico em relação aos homens: enquanto eles dedicam, em média, 10 horas
semanais nos afazeres domésticos, mulheres gastam 20,5 horas nessas atividades.
"Hoje, como exemplos de
boas práticas, temos o Plano Nacional de Políticas para a Mulher, o
Observatório Brasil de Igualdade de Gênero e o Comitê de Gênero da Escola
Nacional de Administração Pública (Enap), dentre outras tantas. Então, apesar
dos desafios que ainda temos, o Brasil já avançou bastante no campo de
políticas afirmativas de equidade de gênero", afirmou Avelina Alves.
O estudo "Políticas de
proteção e inclusão de gênero" foi apresentado durante um curso sobre Planos de
igualdade e oportunidades entre homens e mulheres nas instituições de
Seguridade Social na Iberoamérica, promovido pela Organização Iberoamericana de
Seguridade Social (OISS), no Uruguai.
Previdência -
O número de mulheres que contribuem para a Previdência Social costuma ser menor
do que o dos homens. No entanto, o número de beneficiárias é bem maior. Em
dezembro de 2016, eram 17,6 milhões de mulheres contra 13,9 milhões de homens.
Elas também são maioria na emissão de aposentadorias rurais e pensões por
morte.
Fonte: ascom.mps