No
Brasil, a regulamentação do teletrabalho, trazida pela modernização
trabalhista, é um destaque nesse contexto, ao possibilitar que o profissional
trabalhe em casa e defina o próprio horário
O
mercado de trabalho é dinâmico e passa por mudanças contínuas que envolvem os
profissionais que o compõem e as relações trabalhistas que mantêm entre si.
Essas modificações acontecem nos cenários econômico, social e principalmente
tecnológico, e hoje têm como grande protagonista a geração Z, formada por
pessoas que nasceram e cresceram em um período marcado pelo uso frequente da
tecnologia e que vêm provocando transformações e novos padrões de atuação no
mercado.
Um
exemplo é o web designer Deivison Amorim, 25 anos, que há seis meses mudou-se para
a cidade de Chiang Mai, na Tailândia, conhecida como a capital dos nômades
digitais - pessoas que trabalham remotamente. Deivison continua atendendo
empresas brasileiras virtualmente. "Todo o meu networking é do Brasil.
Atendo empresas de Brasília e São Paulo e sempre aviso sobre a questão do fuso
horário por causa das reuniões, mas isso não é uma barreira", explica.
Recentemente,
a modernização trabalhista regulamentou o teletrabalho, conhecido como trabalho
à distância ou home office, realizado longe do estabelecimento do empregador,
por meio da utilização de tecnologia. Com essa opção é possível trabalhar de
casa e definir o próprio horário.
"Essa
forma de trabalho já era realidade para muitos brasileiros, mas não contava com
uma regulamentação adequada. A nova legislação trabalhista regulamentou o
teletrabalho, trouxe segurança jurídica e vai abrir novas oportunidade de
emprego", explica o ministro do Trabalho, Helton Yomura.
Para
o especialista em gestão empresarial e coordenador do curso de gestão de RH da
Faculdade Unyleya Vilson Sérgio de Carvalho, a Geração Z é "antenada,
pensa rápido e possui habilidades tecnológicas que dão a eles uma competência
diferenciada no mercado de trabalho, mas, em contrapartida, é uma geração
silenciosa, que tem dificuldade de relacionamento social". Ele
ressalta: "Hoje temos mudanças no mercado de trabalho que são
interessantes para esses profissionais, como o trabalho home office, que lhes
possibilita desenvolverem seu trabalho individualmente, cumprirem suas atividades
com rapidez, sem precisarem se relacionar. Mas é uma geração que precisa de
muito aprendizado no que diz respeito às habilidades interpessoais e ao
trabalho em equipe".
Deivison
Amorim argumenta que a sua geração não quer apenas trabalhar para uma empresa
que tem determinada visão do mundo, mas trabalhar com significado e colocar sua
personalidade no trabalho e na forma de se relacionar. Além de disso, ele
acredita que as pessoas têm a necessidade de investir em algo pessoal não
apenas por necessidade financeira, mas ideológica também. "Quando
você começa a trabalhar online percebe que existem muitas maneiras de
empreender online, e descobre que existe uma infinidade de oportunidade nesse
mundo virtual. Eu sinto que há espaço e que posso imprimir minha personalidade
e levar minha forma de pensar para o mundo, assim como outras empresas
fizeram".
De
acordo com a nova legislação, a prestação de serviços no formato home office
deverá constar expressamente no contrato individual de trabalho, que
especificará as atividades a serem realizadas pelo empregado. As disposições
relativas à responsabilidade pela aquisição, manutenção ou fornecimento dos
equipamentos tecnológicos e da infraestrutura necessária e adequada à prestação
do trabalho remoto, bem como o reembolso com despesas arcadas pelo empregado,
serão obrigatoriamente prevista em contrato escrito.
Fonte: Ministério
do Trabalho/Assessoria
de Imprensa