Por que os lucros sumiram do balanço da maioria das empresas? Vivemos
num mercado globalizado composto por uma concorrência acirrada e clientes a
cada dia mais exigentes e difíceis de fidelizar. No âmbito interno das empresas
os custos fixos e variáveis dispararam mesmo com a estabilidade econômica. A
carga tributária, encargos sociais e trabalhistas são asfixiantes, e em
contrapartida, temos uma enorme falta de profissionais qualificados na área de
vendas, que consequentemente acarretam consideráveis custos em treinamento e o
que é pior, perda de vendas.
O ciclo de vida dos produtos e serviços está mais curto. Conhecimentos, métodos
e processos, assim como os produtos tem seu prazo de validade. As estratégias e
os métodos de gestão e vendas que funcionaram muito bem no passado, hoje podem
ser o motivo do fracasso, portanto, precisamos nos reinventar a cada dia. Há
muito tempo acendeu-se a luz de alerta avisando que o sucesso de hoje ou de
ontem não garante o sucesso de amanhã.
Com tristeza constatamos que várias gerações foram ensinadas a administrar
formatos de empresas do passado, que não existem mais em um admirável mundo
novo, repleto de modernas tecnologias e quebras de paradigmas.
O lucro de médio e longo prazo está baseado na ética. Profissionais de vendas
que se acham capazes de "vender geladeira para esquimó", "barco
afundando" e "casa pegando fogo", estão jogando fora das novas
regras do jogo que tem como base a transparência e a credibilidade.
Satisfazer as necessidades e desejos dos clientes vem se consolidando como a
filosofia e missão das empresas. Os clientes são o centro das atenções. Aos
poucos nos convencemos, de que dentro das empresas só existem custos e que os
lucros estão do lado de fora, nos bolsos dos consumidores.
O imperativo da necessidade de "entender para atender" os clientes,
vem transformando o vendedor falador de outrora no vendedor ouvidor, que sabe
sondar os anseios dos consumidores e ouvir com paciência. Em consequência
destes novos processos de vendas, vende-se mais em menos tempo, uma vez que no
decorrer da relação aparecem menos objeções e as vendas adicionais são
facilitadas.
Menos passou a ser mais na cabeça dos consumidores. Aos poucos nos convencemos
de que quem quer ser tudo para todos acabará não sendo nada para ninguém. O
dinheiro está caro e o giro dos estoques tem se tornado uma questão de vida ou
morte para as pequenas e médias empresas. Excessivos volumes e variedade de
linhas para atender a mercados de massa, vêm sendo gradativamente substituídos
por foco e especialização em produtos/serviços para atender a segmentos
específicos.
A tradição perdeu espaço para inovação. A única coisa permanente é a certeza e
a necessidade de mudança. Certa está a empresa que mata suas linhas de produtos/serviços,
enquanto ainda fazem sucesso, antes que seus concorrentes o façam.
Apenas atender aos clientes está fora de moda, precisamos surpreender, encantar
e exceder as expectativas. Para isso, necessitamos também exceder em
comprometimento, criatividade, e em conhecimento sobre: produtos, serviços,
clientes, fornecedores, concorrentes, atendimento, técnicas de vendas,
negociação, pré e pós-vendas, explorando ao máximo todo o potencial. Como é
impossível tirar nada de quem não tem, as três condições básicas para o sucesso
em vendas são: treinamento, treinamento e treinamento.
Clientes já não escolhem entre preço e qualidade. Além de ambas, querem
conveniência, emoção e uma satisfatória experiência de compra. Vendedor nota
dez não é aquele que vende, mas o que faz o cliente voltar sempre.
O foco não é mais só "no cliente", precisa ser o foco "do
cliente". E esse dá preferência para empresas que oferecem algumas coisas
mais e outras menos: menos riscos, tempo e esforço;
e mais ética, conveniência, serviços, imagem, qualidade, inovação, informação e
garantias.
A propósito, você faz pesquisas? Pesquisar nada mais é do que observar e
perguntar. Você levou hoje, algum cliente até a porta e perguntou: - "Você
encontrou tudo que procurava?"; - "Que produtos não temos e que
deveríamos ter?"
Empresas e colaboradores comprometidos não são mais suficientes. É hora também
de comprometer os clientes.
Por Soeli de Oliveira