Resumo
:
O estudo se justifica pela necessidade de se usar um indicativo de desempenho
econômico da avaliação da eficiência de uma gestão, diante das mudanças pelas
quais passam os empreendimentos empresariais, buscando fomentar uma reflexão
sobre o uso da Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional (TRAO). Portanto,
apresentamos uma breve análise sobre a importância da rotatividade do ativo
operacional em relação às vendas com ênfase em uma métrica contábil.
Palavras-chave: #Rotatividade
do ativo operacional. #Eficiência da gestão administrava. #Análise de balanço.
1.
Introdução
O
artigo se justifica pela necessidade de verificar se a literatura contábil e
seu uso pelos profissionais da área contábil, acompanham as mudanças pelas
quais passam os gestores de uma empresa, buscando fomentar reflexões sobre o
comportamento desse indicativo, de rotação do ativo operacional, de forma
sequencial em vários exercícios sociais, como um dos meios de diagnóstico de um
exame em um laboratório de perícia forense-arbitral.
A
atual etapa de desenvolvimento mundial da contabilidade, em especial as
perícias para apurar o desempenho e a eficiência de uma gestão diante de
situações, tais como estagnação, depressão e recessão, procura incrementar nos
contadores o sentimento de uma melhor preparação, programa de educação
continuada, com o intuito de enfrentar os desafios e descobertas do mundo dos
negócios, em especial a análise de balanço.
O
objetivo deste artigo é promover um amplo debate, em relação ao uso da TRAO, em
razão da necessidade de os peritos, auditores e analistas se pronunciarem sobre
a adequação de uma empresa em função de volatilidade nas vendas.
2.
Desenvolvimento
A
partir do nosso livro: Análise de Balanço - Fundamentação Teórica e
Prática, editora Juruá, 2017, apresentamos um breve comentário sobre
a análise de balanço em relação à Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional, em
referência à sua função informativa aos utentes dos balanços.
O
ativo operacional corresponde ao conjunto do estabelecimento empresarial que é
parte integrante da precificação do fundo de comércio, base para o retorno do
lucro normalizado pelo método holístico. A sua análise requer conhecimento
científico para se evitar imprecisões técnicas por interpretações equivocadas
das evidências, afastando as interpretações ambíguas ou polissêmicas. Logo,
corresponde aos bens e direitos vinculados diretamente ao objeto social.
Pelo
viés de um raciocínio lógico, toda forma de fundamentação será efetuada com
ênfase nas características das imputações patrimoniais, sejam elas ativas ou
passivas ou de resultado, e suas bases doutrinárias aplicadas na explicação de
um fenômeno patrimonial.
A
taxa de rotatividade do ativo operacional (TRAO) é uma unidade de medida,
métrica contábil, que compara o total das vendas líquidas anuais (receitas
líquidas de prestação de serviço e venda de bens) deduzido dos tributos e
contribuições sociais, com o ativo operacional de uma célula social. Este
quociente indica quantas vezes o ativo girou no período. Deve ser
comparado por uma sequência de anos. A rotação do ativo operacional indica o
número de vezes em que as vendas líquidas de um determinado período, repetem o
montante dos recursos investidos. Serve para avaliar a eficiência da
administração. E tem-se como referência para esta comparação:
·
O aumento da rotatividade indica que o volume de
vendas sofreu um incremento sem a necessidade de novos investimentos no ativo
operacional ou até mesmo, com a diminuição do ativo. Situação boa da gestão,
por otimização dos recursos da capacidade instalada.
·
A queda das vendas com a manutenção da taxa de
rotatividade, indica uma capacidade adequada da gerência, aos fatores de
mercado, tais como: recessão, depressão e concorrência parasitária.
·
A diminuição da rotatividade indica que o volume de
vendas sofreu uma diminuição, em relação ao ativo operacional, da capacidade
instalada, portanto, uma situação de alerta para a gestão, por diminuição da
otimização dos recursos.
Segue
um exemplo:
TRAO = (Receita
operacional líquida/Ativo operacional médio) x 100
TRAO =
(10.569,00/8.681,00) x 100
TRAO =
122%
O
volume de vendas gerou uma rotatividade de 122% do ativo operacional.
As
conclusões da eficiência, ou não, em enfrentar situações de volatilidade nas
vendas, só podem ser aferidas com uma boa interpretação deste indicativo (TRAO)
por uma sequência de, no mínimo, quatro anos; o ideal são 10.
Segue
um exemplo sequencial da TRAO:
Taxa de Rotatividade do Ativo Operacional
(TRAO)
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Dados
|
Ano 1
|
Ano 2
|
Ano 3
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Ano 4
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Ano 5
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Ano 6
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Ano 7
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Receita líquida
|
15.569
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15.000
|
13.900
|
13.850
|
12.745
|
10.330
|
10.400
|
|
Ativo operacional
|
8.681
|
9.300
|
9.800
|
13.100
|
12.590
|
11.689
|
12.474
|
|
Taxa de rotatividade
|
1,79
|
1,61
|
1,42
|
1,06
|
1,01
|
0,88
|
0,83
|
|
A sequência da diminuição da rotatividade indica
uma situação de alerta para a gestão, por falta de eficiência na otimização
dos recursos. Capacidade produtiva não é adequada à realidade das vendas.
|
|
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3.
Considerações finais
O
artigo representa uma reprodução parcial do nosso livro: Análise de Balanço - Fundamentação Teórica
e Prática, Juruá Editora, 2017, como exemplo de uma base de
fundamentação para uma análise contábil. Naturalmente existem outros indicativos
que também são relevantes, tais como: índice de eficiência do fundo de
comércio, TRI, índices de liquidez e rotatividade dos elementos que compõem o
ciclo operacional, entre outros, que também são tratados no livro citado.
As
conclusões das pesquisas aqui comentadas, foram oriundas de verificações e
estudos científicos realizados no Laboratório de Perícia Forense-arbitral -
Zappa Hoog, Petrenco e CIA SS.
O
artigo objetivou contribuir para a difusão da importância dos indicadores
econômicos-contábeis, a partir da literatura especializada, enfocando as bases
e os fundamentos do uso da TRAO.
Na
perspectiva do entender e do pensar contábil, destaca-se que a análise de
balanços deve também se deter nos estudos de atos e fatos administrativos dos
recursos do ativo operacional, dedicando-se às causas dos acontecimentos,
partindo de um exame para subsidiar soluções de gestão, adaptadas para os
momentos de queda das vendas.
Por Wilson Alberto Zappa Hoog