Institucional Consultoria Eletrônica

A prefeitura não cabe mais na cidade


Publicada em 03/07/2018 às 14:00h 


Quando o pacto entre o indivíduo e o coletivo foi firmado, há milhares de anos, surgiram as cidades e, em consequência, o embrião das prefeituras. As cidades e os cidadãos prosperaram e suas necessidades cresceram. As prefeituras precisaram se qualificar para prestar serviços condizentes. Com Porto Alegre, não foi diferente. Em algum momento, no entanto, houve um descompasso na capital dos gaúchos. A prefeitura cresceu demais; a cidade expandiu-se em velocidade menor, empobreceu e promoveu-se a injustiça. O IPTU, por exemplo, penaliza as rendas baixas com cargas mais altas e beneficia parte das camadas privilegiadas com tributos menores.


Ao corrigir as distorções, a Prefeitura desagradará os que pagarão mais imposto. Há alguns dias, o Sindicato dos Municipários (Simpa) entrou em greve pela preservação das garantias dos servidores, seus reajustes e vantagens integrais. Ao sindicato, não interessa a condição depauperada do erário, mas o direito dos seus associados. As distorções do IPTU precisam ser revistas com urgência. O movimento corporativo não pode mais se sobrepor ao interesse da comunidade.

O Executivo precisa reencontrar a competência de bom gestor. Infelizmente, em Porto Alegre, a equação legítima - a prefeitura existe para servir a cidade -, inverteu-se. Hoje é a cidade que trabalha para sustentá-la. A prefeitura, obesa, que não presta o serviço que se espera dela, não cabe mais dentro da cidade. Na esfera pública, ao contrário da iniciativa privada, a falência não significa desaparecimento: a massa falida continua a existir e a degenerar-se. A cidade vive essa situação limite, está à beira da insolvência. Quando quebrar, não vai sumir, como uma rede de lojas. Continuará a existir, a morrer cada dia mais e mais, na nossa frente. Em termos práticos, importa pouco que por sucessivas administrações não fosse dada a importância que a equação legítima merece.


O momento é o de repactuar direitos e deveres dos contribuintes e dos servidores em favor da cidade e daqueles que mais precisam do poder público. A hora de mudar é agora, enquanto ainda há tempo. É nisso que essa Administração acredita. É para isso que trabalhamos.


Paulo de Tarso Pinheiro Machado 

Secretário Municipal de Planejamento e Gestão de Porto Alegre






Sobre o(a) colunista:



Economista, Pólo/RS - Agência de Desenvolvimento

E-mail: paulodetarso@polors.com.br

 



Telefone (51) 3349-5050
Vai para o topo da página Telefone: (51) 3349-5050