Na Copa do Mundo de Futebol 2018, disputada
na Rússia, entrou um novo "personagem" em campo: a disciplina. Na realidade,
quando uma seleção na primeira fase (fase de grupos) estivesse empatada em
número de pontos, os critérios estabelecidos de desempate, pela ordem, seriam:
saldo de gols, gols marcados, confronto direto e disciplina (menor número de
cartões amarelos e vermelhos).
Destaca-se que a punição de um jogador com
cartão amarelo (advertência) ou vermelho (expulsão do jogo) está, basicamente,
relacionada às questões de disciplina. Os principais motivos para o árbitro de
futebol advertir o jogador com cartão amarelo são: cometer faltas mais fortes
ou repetidas, retardar o jogo, sair e voltar do campo sem autorização do
árbitro, simular faltas e/ou lesões, reclamar fortemente da arbitragem, tirar a
camisa, colocar máscaras sobre o rosto ou subir no alambrado junto à torcida.
Portanto, por falta de disciplina o jogador pode ser punido.
Na Copa do Mundo de 2018, na fase de grupos,
onde tem quatro seleções em cada grupo, apenas as duas melhores classificadas
seguem na competição. As outras duas "vão para a casa mais cedo". Após a
realização das partidas, no grupo H, a Colômbia ficou com 6 pontos, Japão com 4
pontos, Senegal também com 4 pontos e Polônia com 3 pontos.
Como passavam apenas duas seleções, a questão
centrava-se no segundo lugar, inicialmente, com o Japão e Senegal, ambos com 4
pontos. Porém, só se classificaria um. Nos demais critérios, pela ordem, saldo
de gols, estavam empatados com 0 (zero) gol de saldo; número de gols marcados,
também empatados com 4 gols cada; confronto direto, o jogo entre eles havia
terminado empatado Japão 2 X 2 Senegal; por fim, Japão tinha 4 cartões
amarelos, enquanto o Senegal tinha 6 cartões amarelos. Resultado: Japão, por
ter sido a seleção mais disciplinada (com menor número de cartões amarelos)
continuou na Copa, enquanto Senegal despediu-se da competição.
Numa análise muito simplista, poderíamos
dizer que as seleções apresentaram eficácias iguais (mesmo número de pontos),
talentos semelhantes (mesmo número de gols) e resultados iguais (inclusive
demostrado no empate no jogo entre si). Porém, uma seguiu adiante, em virtude
de ser mais disciplinada (menor número de cartões amarelos), enquanto a outra
se despediu da competição.
Na nossa vida profissional também é assim.
Muitas vezes somos semelhantes tecnicamente com o nosso colega, eficazes
igualmente, porém a diferença pode estar na questão disciplinar.
Seguidamente vemos empresas demitindo
colaboradores para redução do quadro de pessoal ocasionado por perda de
clientes, inovação tecnológica (exemplo: bancos), restruturações internas e
crises econômicas, entre outras situações. Então nos perguntamos: por qual
motivo eu fui demitido e o colega ficou? Um dos motivos pode ser a disciplina -
ou falta de disciplina. Mesmo que eu e você não sejamos tão privilegiados em talentos
para uma determinada tarefa/função, há atitudes que não dependem de talentos,
como: ser pontual, não faltar ao trabalho, ser responsável, ser ético dentro e
fora das empresa, demostrar vontade para aprender, esforçar-se para
acatar as orientações dos superiores, não se acomodar na zona de conforto, ir
além do mínimo solicitado, focar no trabalho, ser educado, ser humilde, não ser
preconceituoso, usar um linguajar adequado, cuidar da aparência e procurar
estar preparado para os novos desafios.
Portanto, mesmo não sendo tão talentosos,
vamos ser disciplinados, pois, assim como a seleção japonesa, poderemos ir a um
passo mais a frente pela nossa disciplina.
Marcone
Hahan de Souza
Contador
e Administrador. Professor Universitário. Sócio da M&M Assessoria Contábil