Louis XIV, Rei da França, (1638-1715) o
chamado "Rei Sol", monarca absolutista, déspota, que dizia "O Estado Sou
Eu", ao verificar que sua carruagem só chegava na hora exata em que
ele marcava, certa vez, disse: "J'ai
failli
attendre"
- "Eu quase esperei".
O que isso tem a ver com os dias de
hoje? Com a empresa de hoje? Com o cliente de hoje?
Com a globalização; com a competição
acirrada que temos no mercado; com tantos concorrentes em busca do mesmo
cliente; com tantas opções de compra; a verdade é que hoje o cliente acabou
virando um "Rei". E um rei déspota, intolerante, exigente, absoluto, que sabe
do poder absoluto que possui.
O cliente, hoje, se comporta como um
Louis XIV que diz: "O Mercado Sou Eu". E espera que todos
venham servi-lo, bajulá-lo, fazer-lhe mesuras e rapapés.
Se for mal atendido, o cliente
simplesmente "mata" a empresa de sua mente e de suas opções e "manda matar"
essa empresa como fornecedora de produtos e serviços para seus negócios.
O cliente de hoje não aceita esperar.
Ele quer tudo na hora. Já! E quando servirmos e atendermos o cliente na hora
exata que ele exigiu e da forma como exigiu ele ainda dirá: "Eu
quase esperei...".
E essa é uma realidade que não tem
volta. Essa tirania do cliente dificilmente passará. Cada vez mais o poder
passará das mãos das empresas para as mãos dos clientes. E o cliente sabe e
saberá, cada vez mais, fazer uso desse poder em seu favor, pouco se importando
com qualquer dificuldade que a empresa possa alegar ou justificar.
Essa nova realidade traz a necessidade
de um novo comportamento das empresas e dos profissionais. Trata-se do Senso
de Urgência de que tantas vezes tenho falado. O cliente não aceita
mais esperar. E se você deixá-lo esperar, com certeza o perderá.
Assim, quando um cliente disser a você:
- "Quando você se lembrar ou puder, ou
passar pela minha empresa, traga para mim seus catálogos, seus preços, etc. que
eu quero dar uma olhada. Não estou sequer pensando em comprar. É só para
conhecer..." , por favor não acredite!
O que ele está realmente querendo lhe
dizer é: TRAGA JÁ!
Mas o que ele realmente gostaria de lhe
dizer e não diz é: VOCÊ JÁ DEVERIA SABER QUE EU IRIA QUERER CONHECER
SEUS CATÁLOGOS E SEUS PREÇOS E ELES JÁ DEVERIAM ESTAR NAS MINHAS MÃOS!
Se você esperar um ou dois dias para
levar seus catálogos e seus preços a esse cliente potencial, quando lá chegar
terá a surpresa de ver que ele já comprou de seu concorrente. E você,
provavelmente dirá a ele:
" - Mas você disse que não estava
sequer pensando em comprar, por isso só trouxe hoje quando passei por aqui."
E ele lhe dirá:
" - É verdade! Eu não queria comprar.
Mas seu concorrente passou por aqui ontem e, conversando, fechamos a
negociação. Confesso que eu gostaria de comprar de você e não dele, mas ele
apareceu aqui antes e...".
Você perdeu a venda por uma hora, por
um dia, por dois dias!
A falta de senso de urgência tem
feito empresas perderem negócios excelentes. O cliente simplesmente não espera
mais! Ele tem um valor de tempo que muitas empresas não enxergaram. Ele quer
tudo na hora, já! Ele não quer mais "quase esperar" como
reclamou Louis XIV.
Assim, em vez de reclamar e chorar, se
quisermos sobreviver nestes novos tempos - como empresas e como profissionais -
temos que servir a esse "rei absolutista e déspota" que se chama "cliente" e
mais do que satisfazê-lo, temos que antecipar seus desejos e
estar com a nossa "carruagem", onde ele estiver, antes da
hora por ele marcada. Se quisermos conquistar e manter esse "rei" como nosso
cliente, temos que surpreendê-lo, encantá-lo. E mesmo assim, temos
que ter a disposição para dele ouvir: "Eu quase esperei...".
Pense nisso. Corra! Sucesso!
Por Luiz Marins