Ou diretores, gerentes, supervisores e que tais
assumem a total responsabilidade pelas suas áreas ou continuaremos chorando o
fracasso e buscando culpados e explicações para o inexplicável.
Um gerente de vendas me diz que sua empresa não vende
mais porque não existem mais vendedores competentes. Um supervisor de linha de
produção justificou a baixa qualidade dos produtos dizendo que não há mais
ninguém competente na fábrica. Um presidente falando ao conselho de acionistas
disse que a culpa pela perda de clientes era do diretor comercial, um
incompetente.
Até quando?
Fico impressionado ao ver que diretores, gerentes,
supervisores e mesmo empresários têm uma grande facilidade em achar culpados,
em julgar incompetências e uma enorme dificuldade em assumir a responsabilidade
pelo fracasso. Se seus vendedores não vendem, saia você vender ou treine melhor
seus vendedores ou substitua todos eles por outros competentes - ouvi um
presidente de conselho dizer para o country manager que justificava suas fracas
vendas. O mesmo ouvi um presidente dizer a um supervisor de linha. Troque seu
pessoal, dizia ele ao supervisor. E quando o supervisor dizia que não
conseguiria achar ninguém melhor no mercado, ele - o presidente - retrucou:
Então treine o seu pessoal. Faça alguma coisa ou nós faremos; e o que nós
faremos você já sabe - trocar você!
Tenho visto que numa empresa todos sentem-se
"administradores" e não "fazedores" ou "realizadores". A maioria espera
que alguém faça; que alguém consiga; que alguém resolva. Mas quem é esse
"alguém"? Quando disse a um gerente - Você! Ele me respondeu: Quem? Eu? Mas eu
sou gerente! É claro que o gerente não precisa e às vezes não deve "fazer" as
coisas em lugar de seus subordinados, mas ele deve sentir-se totalmente responsável,
isto é, ele deve saber que é ele quem "responde" pela sua área. Logo, se seus
subordinados não fizerem, ele deve fazer ou resolver definitivamente o
problema, treinando, ensinando ou mesmo substituindo quem ele achava que
deveria fazer. O mesmo dizem os subordinados: Eu não sou o chefe! O chefe -
diretor, gerente ou supervisor - é quem deve fazer isso. E assim, num jogo de
empurra-empurra, as coisas simplesmente não são feitas.
Novamente numa reunião de conselho, um dos
conselheiros disse ao presidente da empresa - "se você tem todo o poder (e é o
único que tem) de substituir todas as pessoas da sua companhia, não há outro
culpado senão você mesmo. Faça o que tem que ser feito, mas atinja os
resultados com os quais você se comprometeu perante este conselho".
E aí, quando encontramos alguém que realmente se
compromete e toma para si a total responsabilidade de sua área, ficamos
espantados ao ver o seu sucesso. E aí ficamos procurando as razões e os
motivos. E, descobrimos que eles são mais simples do que imaginamos. Não há
nenhuma teoria complicada. Não há nenhum mistério sobrenatural. Há apenas o
assumir, o responder, o sentir-se responsável. Aí encontramos alguém que diz.
Sim, sou eu o responsável.
Por
Luiz Marins