"É melhor aproximadamente agora do que exatamente nunca.
Quem espera permanentemente pelo melhor momento jamais vai empreender."
(Aleksandar Mandic)
O Brasil é o
7º colocado mundial entre 51 países no ranking de desemprego, segundo dados da
consultoria Austin Rating. Já o IBGE aponta que nosso índice superou 12% da
população economicamente ativa, mas este número é seguramente muito maior, pois
são considerados apenas aqueles que estão em busca de trabalho, ou seja, quem
está há meses sem uma oportunidade e já desistiu de buscar uma recolocação, não
entra nas estatísticas.
Em São Paulo, a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação
SEADE, apontou um índice de 17,5% em setembro do ano passado. Para que tenhamos
uma ideia do impacto destes indicadores, vale lembrar o que aconteceu nos
Estados Unidos durante a Grande Depressão, ocorrida em 1929. Naquela ocasião, a
taxa de desemprego atingiu 16% em 1931, chegando ao pico de 25% em 1933. Isso
demonstra a proporção da atual crise econômica e política que atingiu nosso
país.
Mas há uma importante reflexão a ser feita. Colocando de lado as questões
conjunturais, o fato é que o emprego em seu formato tradicional mudou e está
deixando de existir. As grandes empresas geram cada vez menos oportunidades de
trabalho e são as micro e pequenas empresas as responsáveis por impulsionar
cerca de 60% das ocupações. Isso é uma consequência direta da chamada Quarta
Revolução Industrial que está em curso, caracterizada pela predominância da
tecnologia da informação. Iniciada na Alemanha, em 2013, o processo de
automatização da produção industrial levará a uma independência da atuação
humana em larga escala. Assim, o futuro do emprego está na prestação de
serviços, motivo pelo qual o empreendedorismo precisa ser estimulado.
Diante deste contexto, talvez seja a hora para você repensar sua atuação
profissional. Identifique suas principais competências e aptidões e considere a
possibilidade de investir tempo, energia e recursos em uma atividade autônoma.
Você pode fazer isso sozinho ou buscar um ou mais parceiros com habilidades
complementares para atuar ao seu lado. Neste processo, três aspectos essenciais
precisam ser considerados.
O primeiro é o planejamento. Assim, para alcançar êxito, reflita não apenas
sobre qual será sua atividade, mas também sobre quem serão seus clientes
tomando como referência seu perfil socioeconômico e localização geográfica.
Isso lhe possibilitará ter um maior foco na definição dos produtos ou serviços
a serem oferecidos.
O segundo é a gestão financeira. Isso principia com a definição do regime
tributário a ser adotado, o que invariavelmente demanda a contratação de um
escritório contábil competente, que não se restrinja apenas a cumprir
obrigações legais e gerar guias para pagamento, mas sim que lhe auxilie a tomar
decisões coerentes. E passa pela administração das finanças, utilizando
recursos próprios para o desenvolvimento do empreendimento, evitando ao máximo
qualquer tipo de empréstimo, em especial junto a bancos, pois é impossível
vencer os juros compostos. E um alerta essencial para empresas de pequeno
porte: separar as finanças pessoais da corporativa, pois é comum uma empresa
não lograr êxito simplesmente porque os sócios demandam retiradas em nível
incompatível com a lucratividade proporcionada pelo negócio.
Por fim, tenha paixão pela atividade que escolher! Não há nada mais equivocado
do que optar por algo pelo qual não se tenha competência, dedicação e
entusiasmo. Assim, você precisa seguir um caminho alinhado aos seus propósitos,
pois isso lhe trará a convicção de despertar pela manhã com o desejo pelo
desafio e terminar o dia com a sensação de reconhecimento pelo que foi feito.
Por Tom Coelho