O que é a arte de viver?
Você já reparou que um simples passeio pela rua
nada mais é do que um encontro de destinos, história de vidas que vêem e
vão.
Viver hoje é uma grande correria. Desejamos tudo
para ontem, para agora, já. Uma simples espera na linha telefônica já pode ser
a causa de uma grande irritação, uma sensação de agonia. Definitivamente, nós
desaprendemos a esperar, queremos desesperadamente mais tempo. A Revista Você
s/a, em sua edição de janeiro/05, divulgou uma nota sobre uma pesquisa
realizada pela Fundação Dom Cabral com 626 executivos e o resultado foi
alarmante: nada menos que 74,5% dos funcionários estão infelizes com o trabalho
e a empresa em que atuam.
Esta infelicidade toda poderia ser sensivelmente
reduzida com apenas duas questões importantes: Amor e Gestão. Temas tão
diferentes, tão interdependentes, mais próximos do que imaginamos.
Na crescente luta por maior competitividade,
produtividade, por um lugar ao sol, estamos nos esquecendo de pequenos atos que
se praticados podem fazer uma grande diferença no ambiente de trabalho.
Ato nº 1 - o ato de tolerar - tolerância genuína ao erro, às diferenças, aos
obstáculos, ao novo, às mudanças. Compreender que a sua velocidade, nem sempre
será a mesma do seu próximo.
Ato nº 2 - o ato de aceitar - aceitar a si próprio, com suas qualidades,
deficiências, limitações, potencialidades, olhar mais para si e parar de julgar
o próximo. Aceitar a vida como ela é e não ficar brigando diariamente com o
cotidiano, complicando o fácil, tornando tudo mais difícil.
Ato nº 3 - o ato de perdoar - primeiro perdoar a si mesmo por não ser o
"Super Homem" ou a "Mulher Maravilha" que você pensa que é. Por não conseguir
ter tudo no tempo em que você quer. Perdoar ao próximo, porque assim como você,
ele também comete erros e está na roda viva organizacional. Míopes não
enxergamos ou distinguimos pressa de ansiedade, agilidade de falta de educação.
Perdoar é uma dádiva, uma das melhores armas contra o estresse ou depressão é
estar em dia com seu próprio coração e suas convicções.
Ato nº 4 - o ato de ouvir - ouvir atentamente, valorizar seu interlocutor.
Como é bom falar com alguém que realmente escuta, valoriza o outro, não ao
celular, ao Messenger, ao Palm, olhando nos olhos, demonstrando interesse,
sendo sincero. Incrível que a maioria dos grandes líderes não eram excepcionais
somente nas técnicas, mas sim na capacidade de se relacionar. A base do
relacionamento é falar e ouvir. Lembre-se que temos dois ouvidos e uma boca e
não deve ser à toa.
Ato nº 5 - o ato de compartilhar - compartilhar vitórias, sucessos, e fracassos.
Dificilmente alguém erra ou faz tudo sozinho. Compartilhar sentimentos com a
equipe, dividir responsabilidades, ser o criador da constelação e não só a
estrela principal.
Ato nº 6 - o ato de doar - doar seu tempo e suas habilidades a outras
causas. Parar de pensar que tudo gira em torno de si, olhar ao próximo e
perguntar: "Como posso ajudar?" E fazer. Ação, meu amigo, afinal boas intenções
todos temos. Não basta somente doar dinheiro, precisamos aprender a doar um
pouco de nosso tempo, conhecimentos e aptidões, sem esperar nada em
troca.
Ato nº 7 - o ato de amar - Amar no dia-a-dia. Amar é uma palavra forte,
por vezes constrangedora. Como é difícil amar, mas pode ser fácil tolerar,
aceitar, perdoar, ouvir, compartilhar, doar e sem quase nem perceber você já
está amando o que ou quem quer que seja.
Foram 7 os atos que me vieram a mente,
coincidência ou não dizem que o 7 é o número de Deus. Tenha Deus no coração,
não estou falando de religião, mas sim de religiosidade, afinal o apóstolo
João, definiu de uma forma bem simples que "Deus é amor". Só temos que praticar
mais amor na gestão. Gestão tem a ver com gente, com alma, com coração, com fé
e dedicação, assim, com certeza, daremos a nossa contribuição para melhorar o
atual ambiente do mundo corporativo.
Por Paulo Araújo