Equipe econômica
destacou a jornalistas a importância de criar um sistema previdenciário justo
A criação de um novo
sistema de capitalização, o estabelecimento da idade mínima para aposentadoria,
a garantia dos direitos adquiridos e as regras de transição para o modelo da
Nova Previdência foram temas detalhados, ponto a ponto, em entrevista coletiva
concedida, nesta quarta-feira (20/02), por autoridades da equipe econômica. O
secretário especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
Rogério Marinho, explicou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
encaminhada ao Congresso prevê, principalmente, um sistema previdenciário
justo, sustentável, que assegure a aposentadoria das futuras gerações.
Um dos pilares da Nova
Previdência é a garantia da sustentabilidade do sistema para o Brasil assegurar
o pagamento em dia dos benefícios, agora e no futuro, disse o secretário
especial adjunto da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Bruno
Bianco. Ele explicou que os brasileiros estão vivendo mais. Hoje os idosos representam
10% da população e, em 2060, serão mais de 25%, ou seja, haverá uma maior fatia
da população dependendo das aposentadorias. Diante disso, Bianco destacou que é
preciso reestruturar o sistema para que, no futuro, todos esses cidadãos tenham
acesso assegurado aos seus benefícios.
"Como a nossa transição
demográfica está sendo muito rápida, nossa transição na Previdência também
precisa ser rápida", disse o secretário de Previdência, Leonardo Rolim. "O
sistema hoje já não é sustentável, imagina quando aqueles que entraram agora no
mercado de trabalho forem se aposentar", completou.
A PEC mantém idade
mínima de 65 anos para os homens que pedirem aposentadoria e, para as mulheres,
sobe a idade de 60 para 62 anos, levando em consideração que a população está
vivendo cada vez mais. A idade mínima vai valer para todos, seja funcionário
público ou privado, com maior ou menor renda. Deixa de existir aposentadoria
por tempo de contribuição, critério que foi adotado para garantir um sistema
previdenciário mais equilibrado e sustentável a longo prazo.
Dentro do objetivo de
construir uma Nova Previdência mais justa, uma regra foi estabelecida: quem
ganha menos, paga menos; e quem ganha mais, paga mais. Dentro desse objetivo,
aproximadamente 20 milhões de pessoas vão ter redução da alíquota
previdenciária após a aprovação da PEC pelo Congresso, disse Felipe Portela,
diretor de programa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho. Isso
ocorrerá porque, para os trabalhadores que ganham menos, o percentual de recolhimento
para a Previdência deve cair de 8,5% para 7,5%. "A alíquota vai subindo
conforme a renda da pessoa vai subindo", explicou.
As mudanças, entretanto,
vão chegar aos poucos, com regras de transição bem claras. Para quem já está
trabalhando, todos os direitos adquiridos estão garantidos, destacaram os
integrantes da equipe econômica. Bianco, inclusive, ressaltou que a mudança
para a Nova Previdência será realizada com regras de transição amplas e opções
para os trabalhadores. Para quem já é aposentado ou pensionista, não muda nada.
"O contribuinte que já atingiu os requisitos não será afetado, isso nós
asseguramos", disse o secretário de Previdência, Leonardo Rolim.
A proposta da Nova
Previdência também traz mecanismos para combater fraudes, com regras mais
rígidas. Por exemplo: estão sendo preparadas ações específicas para cobrar
valores dos grandes devedores da Previdência, aqueles que têm mais de R$ 15
milhões a pagar. O procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da União
e do FGTS, Cristiano Neuenschwander, destacou que há cerca de R$ 160 bilhões de
créditos devidos que poderão ser recuperados. Ele explicou que haverá ações
específicas contra o devedor contumaz, aquele que se utiliza de fraudes e
ilicitudes para deixar de recolher o que deve à Previdência.
A proposta da Nova
Previdência foi entregue nesta quarta-feira (20) ao presidente da Câmara dos
Deputados, Rodrigo Maia, pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da
Economia, Paulo Guedes, entre outras autoridades. O texto entrará em vigor 90
dias depois de ser aprovado pelo Congresso.
Fonte:
Ministério da Fazenda/Governo Federal
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