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Participação obrigatória em danças motivacionais expõe empregados ao ridículo?


Publicada em 03/03/2019 às 16:00h 

A imposição da participação em danças e cânticos motivacionais expõe o empregado a situação vexatória e caracteriza  dano moral .

Com esse entendimento, a Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou uma grande rede de supermercados a pagar indenização por danos morais de R$ 3 mil a uma fiscal de prevenção de perdas que era obrigada a entoar gritos de guerra e a rebolar na frente dos colegas, prática conhecida na empresa como cheers.


Técnica motivacional


A empresa foi condenada pelo juízo de primeiro grau ao pagamento da indenização, mas o Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) julgou improcedente o pedido.


Ainda que as testemunhas tivessem afirmado que a participação no cheers era obrigatória, as técnicas motivacionais, na avaliação do TRT, não configuram qualquer ofensa aos empregados.


Exposição ao ridículo


Na análise do recurso de revista da fiscal, o relator, ministro Augusto César Leite de Carvalho, assinalou que, de acordo com a jurisprudência do TST, a imposição de danças e cânticos motivacionais expõe o empregado ao ridículo, "principalmente quando se verifica que tais danças eram obrigatórias e envolviam a prática de prendas para os empregados que não cantassem".


Ele citou diversas decisões do TST no mesmo sentido em processos envolvendo a mesma empregadora.


Abuso de poder diretivo


Para o relator, embora a dança, "denominada cheers em razão da origem norte-americana da empresa", seja apresentada como supostamente motivacional, tal conduta não se amolda às funções dos empregados de um supermercado.


A situação, a seu ver, caracteriza abuso do poder diretivo do empregador e ofende a dignidade, a intimidade, a imagem e a honra do empregado.

Por unanimidade, a Turma deu provimento ao recurso e restabeleceu a sentença.


Nota M&M: Destacamos que esta decisão foi aplicada neste processo específico, e pode servir como um norteador para futuras sentenças. Porém, situações semelhantes poderão ter decisões diferentes, especialmente nas esferas de primeiro e segundo graus.


Fonte: TST - Processo: RR-302-97.2013.5.04.0305. - Adaptado pelo Guia Trabalhista e pela M&M Assessoria Contábil.








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