O novo secretário de
Desenvolvimento Econômico e Turismo do Rio Grande do Sul, Ruy Irigaray (PSL),
assumiu o cargo com foco na negociação para manter e ampliar investimentos da
General Motors (GM) no Estado e já fala em atrair uma nova montadora. Irigaray
afirmou que já está "em tratativas com uma nova bandeira" que pode
desembarcar em solo gaúcho, sem revelar qual seria a companhia.
O secretário assume o posto em
meio às tratativas com a montadora norte-americana, com unidade em Gravataí,
que chegou a colocar em dúvida a permanência devido aos resultados da operação.
O anúncio de aportes de R$ 10 bilhões em São Paulo, na semana passada, afastou
riscos, mas a empresa pediu melhores condições para reduzir custos e negocia
termos com o Estado e setores na operação logística, como Porto do Rio Grande e
terminais privados, como o Tecon.
Empossado pelo governador
Eduardo Leite (PSDB) na manhã de ontem, no Palácio Piratini, o novo secretário
defendeu que o governo trabalhe de forma mais propositiva e criativa para
atrair mais projetos e investimentos. Irigaray, deixou a vaga na Assembleia Legislativa
- abrindo espaço ao suplente Rodrigo Lorenzoni (DEM) - para assumir a pasta
deixada pelo deputado estadual Dirceu Franciscon (PTB), empossado no começo de
janeiro. O novo titular afirmou que terá como um dos seus objetivos buscar
investimentos fora do Rio Grande do Sul e "segurar investimentos que estão
saindo do Estado".
"Vou estar na linha de
frente, lidando diretamente com o empreendedor, com o investidor, para que
continue viabilizando os negócios que existem aqui, além de manter os que estão
vislumbrando sair do Rio Grande do Sul", prometeu
Irigaray. "Muitos empresários e investidores não têm colocado
dinheiro no Estado devido à burocracia. Temos uma linha bem clara, a de
desburocratizar para crescer. Para, a partir disso, ter um marco de inovação
ligado ao setor produtivo", conceitua.
Irigaray opina que o Rio
Grande do Sul trabalhou com "um grande desânimo" nos últimos anos,
atrelado à crise das finanças públicas estaduais. Para superar esse cenário,
ele aposta em uma mudança de postura nos negócios. "Temos que saber vender
o Rio Grande do Sul para fora. Temos que ir atrás deles (investidores), não
esperar que eles caiam no nosso colo. Vamos para outros estados e para outros
países buscar novos investimentos", afirmou o Irigaray.
O secretário informou que as
primeiras ações serão para acertar a área administrativa da pasta. Um dos
aspectos que precisa ter encaminhamento envolve a operação da Junta Comercial.
Segundo o secretário, 4 mil processos estão represados há mais de 30 dias na
junta, ligados à abertura, ao fechamento e à análise de empresas em função de
alterações solicitadas ou outras demandas. Até segunda-feira (1 de abril),
Irigaray espera fechar a nomeação dos novos vogais e da nova diretoria do órgão
para "botar em dia" os processos, projeta.
Fonte: Jornal do Comércio RS