Comitiva
do Rio Grande do Sul visitou estandes com soluções em diversos segmentos
De volta para casa, a comitiva gaúcha, liderada por Federação
das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Centro das Indústrias do RS
(Ciergs) e Sebrae-RS, tem muitas tarefas. As empresas já começam a traçar
estratégias de como poderão levar aos seus ambientes o que viram na Feira
de Hannover, maior mostra de tecnologia para a indústria do mundo.
O presidente da Fiergs, Gilberto Petry, considerou a inserção
da comitiva este ano uma das mais promissoras nos anos recentes. Petry destacou
a aproximação com um grupo global que discute a inovação no setor e ainda a
largada nas conversas com a gigante de sensores Pepperl Fuchs que pretende
investir no Brasil, e o Rio Grande do Sul se habilita a ser o destino
O superintendente do Sebrae-RS, André de Godoy, vislumbra que
asempresas podem ver possibilidades para fazer melhorias. "Esperamos que,
de volta para casa, as micro e pequenas empresas que foram a Hannover consigam
aplicar muito do que viram na feira para melhorar e transformar os seus
negócios", projeta. Além disso, Godoy acredita que a missão à feira
desmistificou "a ideia de que inovação é só para a grande empresa".
O gestor de projetos do Sebrae-RS, Taisson Toigo, que
acompanhou o grupo com 15 empresas do Estado, sendo nove de micro e pequeno
porte, acredita que o grupo pode aproveitar caminhos indicados na
feira. "Já tem muita coisa aplicada. A empresa tem de identificar o
principal problema da linha de produção ou em seu produto para saber como
usaras tecnologias mostradas em Hannover", orienta o gestor do Sebrae-RS.
Acompanhe, a seguir, os comentários dos participantes:
Adilson
Rigo, diretor técnicos da artefatos de borracha PCR
"Viemos buscar tecnologia, redução de custos e melhorar
o nosso ambiente de trabalho. O que vamos levar da feira são conceitos da
indústria 4.0, como digitalizar a nossa empresa, como fazer isso com baixo custo
e conseguir implementar novas tecnologias que vão tornar a nossa indústria mais
competitiva em nível mundial. Me chamou muito a atenção a indústria
integrada, que mostra como posso, a qualquer momento, simplesmente
com um clique de um botão, saber tudo o que fiz, como e oferecer ao cliente
este benefício."
Anderson
Hanauer e Daniel Dalcin, da Tramontina Multi
"Vamos ter de investir no ser humano. Apesar de ter
máquinas, vai ter de existir pessoas capacitadas e preparadas para estar atrás
de tudo isso para puxar os processos. Essa é a principal lição que vou levar na
mala na volta ao Brasil. As pessoas vão estar à frente desses processos e vamos
ter de preparar muitas delas para conseguir implementar esse
futuro", Anderson Hanauer
"A viagem serviu para confirmarmos o que é o conceito da
indústria 4.0, que ela não está mais focada apenas na automação de algum
equipamento individual, mas sim na comunicação dos demais equipamentos da
planta industrial e a inteligência da máquinas em alterar o processo de
operação", Daniel Dalcin
Eduardo
Mazzarolo e Rafael Vendramin, da Spark AG
"Vi muita coisa interessante na área em que atuamos, de
movimentação de materiais. A gente consegue ver muita coisa nova que é
tendência na Europa e que provavelmente vamos conseguir ter em nossos produtos.
Vamos levar coisas novas para nossos clientes, agregando mais valor aos nossos
produtos. Isso vai ser um diferencial em relação a nossos
concorrentes", Eduardo Mazzarolo
"Encontramos diversas tecnologias que podem ser
aplicadas aos nossos produtos, agregando valor e tornando os nossos veículos
autônomos mais competitivos m relação a concorrentes. São tendências em
nível mundial. Tudo que há de melhor em componentes e tecnologias diferenciadas
estavam na feira. Isso vai trazer muitos benefícios para a
empresa", Rafael Vendramin
Felipe
Alcará, da Dambrós
"Vim com o foco em encontrar novas soluções e serviços,
voltados para a segurança de trabalho e movimentação ergonômica. Encontrei
diversos materiais e sistemas automáticos para ajudar os funcionários. Vamos
conseguir levar muitas coisas ao Brasil. Tem muita coisa para aprender na
Alemanha. A gente leva um pouco da cultura deles com a gente."
Giliane
Brandt, da Tromink
"Essa é a minha primeira feira. O que mais me
impressionou foi o nível tecnológico das empresas que é uma coisa que não
tem volta. Nós, brasileiros, temos um desafio pela frente em buscar o tempo
perdido. Outro desafio é a questão da evolução que precisamos ter na educação
para que possamos ter condições de administrar e absorver a tecnologia que vem
por aí. Os conceitos da indústria 4.0 foram bem interessantes. São referências
que levo para a nossa empresa."
Gilson
Rigo, Gomasul Borracha
"Evoluímos em algumas questões de sensores, softwares e
equipamentos para a indústria 4.0 que são muito adequadas ao nosso processo
produtivo. Conseguimos estabelecer alguns contatos para fazer parcerias para
transferir tecnologia para a nossa empresa em situações em que levaríamos muito
tempo para ter a solução por conta própria. Quem não se adaptar vai ficar
para trás. A gente costuma dizer: não existe empresa do futuro, mas empresa com
futuro."
João
Jardim, Jardim Solar Energia
"A industrialização é por todos os setores,
principalmente da área de energia, que apresentou diversas novidades para
produção e armazenamento, que é uma das grandes necessidades da humanidade.
Tinha até bicicleta carregada com hidrogênio. O processo de robotização
com produção deixa a gente deslumbrado. Vimos um show de tecnologia."
Leandro
da Silva (Sold) e o filho Thomas (Sukha)
"A feira dá uma sacudida nas ideias da gente. Vimos
muita coisa que ainda não chegou ao Brasil e vindo para Hannover já nos
antecipamos para buscar antes mesmo de alguns fornecedores terem no Brasil.
Assim, a gente pode sair na frente de muita gente. Vi muita coisa em soluções
de energia e em como o Brasil está muito atrasado nesta área. Na área de
virtualização e indústria 4.0, há muita coisa a explorar e ver de equipamentos,
que estavam na feira."
Lucas
Neumann, Tecsul Industrial, de Estação
"Consegui muitos contatos para alguns produtos que já
trabalho e alguns novos. Algumas novas soluções já vou buscar representante no
Brasil para implementar em controle de produção. O que trouxe para casa é
o choque tecnológico. A parte robótica foi o que mais me chamou a
atenção. Sou engenheiro mecânico, e as máquinas e a tecnologia me encantam,
além dos veículos autônomos."
Victor
Hugo Boniatti, Vibmaster
"Voltei com um universo de informações muito grande,
muito voltado à indústria 4.0, com muita conexão sem fio, sistemas novos de
segurança e, é lógico, o apelo por economia de energia e novas fontes. A
indústria usa cada vez mais a tecnologia smart, com comunicação por
smartphones. Algo que a gente via muito no cotidiano na nossa casa, está dentro
da indústria, facilitando acesso e usos."
André
de Godoy, superintendente do Sebrae-RS
"Viemos a Hannover para apoiar a participação de nove
pequenas micro empresas do Estado. É muito gratificante dar este apoio, pois,
de outra maneira, dificilmente elas poderiam ter vindo. A expectativa foi
atendida, pois a feira este ano estava muito interessante em relação a avanços
da industria 4.0. Isso ajuda a desmistificar que inovação é só para a grande
empresa.
Estamos muito contentes com a integração com as MPEs.
Esperamos que na volta consigam aplicar muito do que viram aqui para melhorar
transformar os seus negócios.
O que mais me chamou a atenção foi o avanço da inovação
tecnológica, principalmente da automatização e digitalização dos processos e
sistemas das empresas. É possível notar que os pavilhões onde estão as empresas
de alta tecnologia têm uma procura muito maior do que os de expositores mais
tradicionais.
Taisson
Toigo, gestor de projetos no Sebrae-RS na área da indústria
"A feira apresenta o estado da arte em robótica,
automação e tecnologia industrial em geral. O que há de novo em
2019 são avanços em outros elos da cadeira, como extração mais limpa
de minerais e também, à medida que as tecnologias evoluem, a velocidade
aumenta.
Observamos sensores muito mais rápidos de reconhecimento,
sensores industriais e impressores de 3D para manufatura aditiva bem mais
rápida. Isso deve trazer ainda mais interesse e reduzir quem sabe o tempo de
pay-back dos investimentos.
Para as empresas, tem muita coisa que já pode ser aplicada.
Tem de identificar qual é o principal problema da linha de produção ou em seu
produto para avaliar como aplicar as tecnologias mostradas na feira. É
perfeitamente possível aplicar o que se viu aqui."
Fonte:
Jornal do Comércio RS