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Cresce a disputa no comércio cross-border


Publicada em 01/05/2019 às 16:00h 

Varejistas brasileiros disputam o mercado on-line de importados

A B2W - dona de Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato - entrou no disputado mercado de vendas de produtos importados pela internet, o chamado comércio cross-border, numa estratégia para enfrentar gigantes como eBay e AliExpress. Segundo analistas, o movimento é essencial para se manter relevante no comércio virtual. No dia 19 de fevereiro, o site da varejista ganhou a opção de compras Americanas Mundo, que permite adquirir mercadorias de empresas estrangeiras, segundo relatório do BTG Pactual.

A empresa inicia as operações com sortimento de 200 mil itens. A meta, contudo, aponta o levantamento, é bater 10 milhões de produtos comercializados até o fim de 2019 e alcançar R$ 5,7 bilhões em vendas brutas em 2025. O cálculo do BTG, classificado pelo banco como conservador, avalia que as vendas brutas do marketplace internacional - por ora composto de fornecedores de Estados Unidos e China - equivaleria a 8% das vendas brutas totais da B2W em 2025. Com a divulgação das informações, os papeis da B2W subiram 1,68% na bolsa, a R$ 12,65. O Americanas Mundo, que oferece itens em segmentos como relógios, eletrônicos, automotivo e brinquedos, não permite ao consumidor incluir produtos dessa nova modalidade de e-commerce na mesma cesta de compras da Americanas.com.

Embora o relatório do BTG afirme que as entregas seriam feitas em um prazo de até 30 dias sem custo ou em até sete dias, com entrega feita por uma outra empresa, o site alerta que os itens levam de 10 a 50 dias para chegar ao comprador. O valor do frete, quando não é feito pelos Correios, é calculado caso a caso. O imposto de importação, o recolhimento de ICMS e um eventual gasto com despacho postal ficam a cargo do consumidor, seja qual for a empresa responsável pelo frete, que deve acompanhar o percurso do produto adquirido pelo site. Os produtos com preço de até US$ 50 estão isentos de taxas.

Segundo o levantamento do BTG, o mercado de e-commerce deve triplicar de tamanho nos próximos anos. A B2W encerrou o terceiro trimestre de 2018 com prejuízo de R$ 105,8 milhões, aprofundando a perda de R$ 88 milhões registrada em igual período do ano anterior. O total de vendas on-line, porém, avançou para R$ 3,6 bilhões, alta de 23,7%. Se o recorte de resultado for apenas pelo desempenho do marketplace, o total bateu R$ 1,89 bilhão, salto de 64,5%. Alexandre van Beeck, sócio da GS&Consult, avalia que competir com as grandes do e-commerce é o único caminho. "É o caminho natural para grupos que querem fazer frente a esse novo varejo. Não dá para seguir sem fazer esse movimento ou esperar que outros concorrentes façam antes.

O desafio da Americanas.com será encontrar uma forma de ter relevância frente a AliExpress ou Amazon." A Amazon, que já atua no Brasil, tem 30% de suas receitas geradas fora dos EUA. O Alibaba tem menos de 10% dos ganhos fora da China. Mas foi justamente o grupo chinês que dominou esse segmento no Brasil em 2017. Naquele ano, 22,5 milhões de brasileiros compraram em sites internacionais, sendo que 54% deles escolheram o AliExpress.

Fonte: Jornal do Comércio RS








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