O
presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou nesta quarta-feira
(24/4/2019) a
Lei Complementar 167/2019
que cria a
Empresa Simples de Crédito (ESC)
,
uma nova modalidade que permitirá que o
cidadão possa abrir uma empresa e emprestar dinheiro, exclusivamente, aos
pequenos negócios da sua cidade
.
Participaram da
cerimônia, o vice-presidente Hamilton Mourão, o ministro Paulo Guedes, o
assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, o
presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, e o presidente do
Sebrae, Carlos Melles.
A estimativa é que a
ESC injete R$ 20 bilhões, por ano, em novos recursos para os pequenos negócios.
Isso representa um crescimento de 10% no mercado de concessão de crédito para
as micro e pequenas empresas, que em 2018 alcançou o montante de R$ 208
bilhões, segundo o Banco Central do Brasil.
De acordo com cálculos
do Sebrae, esse resultado deve ser alcançado no momento em que as primeiras 1
mil ESC entrarem em atividade.
Ao discursar durante o
evento, realizado no Palácio do Planalto, Afif destacou que a ESC é uma ideia
muito simples, mas com grande potencial de inovação para o mercado de crédito
do país, especialmente para as empresas de pequeno porte, que corresponde a 99%
das empresas privadas.
"A pergunta por trás
desse projeto é simples, por que o cidadão não pode emprestar o seu próprio
dinheiro? Nós temos que quebrar esse conceito. O cidadão é livre, a
Constituição garante isso, ele pode emprestar na sua comunidade a um juro que
com certeza será menor do que o do sistema bancário", disse.
O assessor especial
explicou que essa nova alternativa de acesso ao crédito às micro e pequenas
empresas vai contribuir para estimular o desenvolvimento local descentralizado,
pois haverá mais recurso circulando na região.
Afif destacou que a
ESC não é banco e não pode ser confundida com uma instituição financeira. É uma
nova figura jurídica que pertence ao sistema de Lucro Real ou presumido e não pode pertencer ao regime
do Simples Nacional.
O
presidente da Frente Parlamentar Mista da Micro e Pequena Empresa, Jorginho
Mello, que também discursou na cerimônia, afirmou que a criação da ESC é uma
grande oportunidade para ampliar a participação das micro e pequenas empresas
na economia brasileira.
"O micro e pequeno
empresário emprega no Brasil, mas ele está sufocado. Precisamos
descomplicar. A ESC vai dar essa
oportunidade de geração de emprego e renda aos brasileiros".
Em coletiva de imprensa,
após o evento, Afif e o presidente do Sebrae, Carlos Melles, falaram
sobre a dificuldade do
microempresário de obter crédito no sistema financeiro, especialmente nos
municípios menores.
Melles disse que a ESC
vai humanizar a tomada de capital. O assessor especial do Ministério da
Economia afirmou que o dinheiro é
caro hoje no Brasil pois existe praticamente um oligopólio.
"Há seis bancos que concentram a maioria das
operações de empréstimo e tornam quase impossível o acesso ao crédito pelos
pequenos negócios por causa das exigências. Só se dá prata a quem tem
ouro".
Fonte: Ministério da Economia - Adaptado pelo Guia
Trabalhista.