Há
uns dias atrás eu estava assistindo uma palestra num auditório com 800 pessoas
quando o palestrante projetou um slide que deixou, praticamente, toda a plateia
confusa.
De
antemão, destaco que é comum os médicos não atenderem seus familiares próximos,
especialmente em casos graves, pois pode a emoção atrapalhar na precisão do
diagnóstico e/ou no procedimento.
Ressalva
feita, o slide projetado pelo palestrante continha o seguinte conteúdo:
"Pai
e filho sofrem um acidente terrível de carro. Alguém chama a ambulância, mas o
pai não resiste e morre no local. O filho é socorrido e levado ao hospital às
pressas. Ao chegar ao hospital, a pessoa mais competente do centro cirúrgico vê
o menino e diz: ´Não posso operar esse menino! Ele é meu filho!´."
No
momento "deu um nó na cabeça da plateia". Não conseguiam desvendar o enigma.
Depois
conversando com alguns participantes, ouvi os seguintes comentários:
-"imaginei que tratava-se de um filho adotivo,
que tinha dois pais."
Outro
comentou:
-"Inicialmente
estava imaginando que o filho era fruto de uma relação fora do casamento e o
"pai" que acabou de falecer não sabia. O pai biológico seria o médico."
Outro
disse estar desenvolvendo o seguinte raciocínio:
-"eu
estava tentando criar um cenário onde o filho fosse de uma relação homossexual,
portanto teria dois pais."
Porém,
a realidade era bem mais simples. O pai havia falecido no acidente e a mãe era
a médica, a "pessoa mais competente do centro cirúrgico." Como mãe, entendeu
que não deveria fazer a cirurgia.
Isto
nos mostra que, às vezes, nossos preconceitos nos bloqueiam e não conseguimos
ver as soluções mais fáceis. Analisamos diversas hipóteses, tentando "achar
pelo em ovo", quando a solução está na frente dos nossos olhos.
Portanto,
quer na nossa vida pessoal, quanto profissional, vamos deixar nossos
preconceitos de lado e tentar analisar todas as hipóteses, a começar pelas mais
simples.
Marcone
Hahan de Souza
Contador
e Administrador. Professor Universitário.
Sócio
da M&M Assessoria Contábil.