Uma das perguntas que
nós, antropólogos, mais nos fazemos é de onde terá vindo a baixa autoestima do
brasileiro. Tudo "lá fora" é bom. Tudo "aqui dentro" é ruim. Quando uma coisa é
muito boa, bonita, funciona, dizemos "nem parece o Brasil".
Várias podem ser as
origens do autoflagelo que nos impomos falando mal de nós próprios, uma delas
vem da infância. É disso que quero comentar.
No mundo inteiro as
crianças adormecem ouvindo músicas doces e acalentadoras do espírito. O famoso
"Acalanto de Brahms" diz: "Boa
noite, meu bem, dorme um sono tranquilo. Boa noite, meu amor, meu filhinho
encantador...".
E como adormece a
criança brasileira?
"Dorme neném que a cuca vem pegar, papai foi pra roça, mamãe foi
trabalhar...". Isto é - largaram você sozinha aqui! Ou ainda: "Boi, boi,
boi, boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de careta!". E outras
músicas "infantis" brasileiras - todas do tipo assustador: "A
canoa virou, por deixá-la virar, foi por culpa do (nome da criança) que não
soube remar". Ou ainda: "Ciranda, cirandinha.... o anel que tu me
deste era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou!".
Ou ainda: "O cravo brigou com a
rosa.... O cravo ficou ferido e a rosa despetalada!". "Vem cá, bitu, vem cá, bitu.... Não vou
lá, não vou lá, não vou lá, tenho medo de apanhar."
A única vez que o
brasileiro poderia vencer (embora fazendo uma coisa errada) também
perdeu: "Atirei o pau no gato,
mas o gato não morreu!".
Com tanto "susto" desde
a infância, como queremos que o brasileiro tenha uma autoestima elevada? É
quase impossível!
Assim, se quisermos vencer os desafios da motivação temos que primeiro vencer a
baixa autoestima que nos faz ter medo de vencer. É preciso que nos achemos merecedores
do sucesso. É preciso que deixemos de ter vergonha de fazer o certo, de
encantar e surpreender. Com baixa autoestima não seremos capazes de dar o
"show" que o mercado exige de nós neste mundo competitivo.
Ninguém consegue ser ou
ter sucesso sem achar-se merecedor(a) do sucesso e isso fará com que transforme
sonhos em ação e ações em resultados.
Pense nisso. Sucesso!
Por Luiz Marins