Executivos
divulgaram planos durante o Tá na Mesa da Federasul
Somando investimentos superiores a R$ 500 milhões que serão
injetados no Rio Grande do Sul até o final de 2019, três empresários foram a atração
da reunião-almoço Tá na Mesa desta semana, ocorrida no final da manhã de ontem,
na Federasul. As iniciativas previstas para os próximos anos também pautaram as
palestras dos executivos, que, juntos, prometeram desde expansão dos negócios e
renovação de propósito de marca até aumento da arrecadação no Estado.
O diretor-presidente da CCR Viasul, Roberto de Barros
Calixto, destacou que a operação da freeway (BR-290), com praças de pedágio
funcionando desde fevereiro, está garantido repasses em impostos a seis
municípios, que estão tendo um salto em arrecadação. O gestor do grupo
responsável pela operação de outras estradas federais, como BR-448 (Rodovia do
Parque), BR-101 e BR-386, anunciou a readequação da qualidade dos trajetos, com
a construção de cinco praças de pedágios, com início de cobrança até fevereiro
de 2020. "Em agosto, vamos começar a operação de guinchos e ambulâncias na
BR-101 (trecho de Osório a divisa com Santa Catarina), e BRs 386 e 448, a
exemplo do que já ocorre com a freeway."
Segundo Calixto, a empresa estima investir R$ 350 milhões no
Estado em 2019. Ao longo dos 30 anos de concessão, o grupo deve investir perto
de R$ 9 bilhões em ampliação (R$ 5 bilhões) e operação e manutenção (R$ 3,6
bilhões) nas rodovias que administra."
Dentre as obras, está prevista a duplicação completa da
BR-386 (de Canoas a Carazinho), com início programado para fevereiro de 2021, a
partir de Lajeado. A obra deverá ser entregue finalizada daqui a 15 anos. O
gestor da CCR Viasul afirmou ainda que o grupo pretende participar das
concessões de duas rodovias estaduais. "A ideia é consolidar uma parceria
longa no Estado."
"No ano em que comemora uma década de atuação no Rio
Grande do Sul, a CMPC está renovando seu propósito de marca: criar (celulose
para base de diversos produtos), conviver (com 62 municípios onde a empresa
extrai madeira) e conservar (o meio ambiente onde atua)", discursou o
diretor-geral da companhia, Mauricio Harger.
Em 2015, a empresa concluiu a expansão da operação em Guaíba,
onde quadruplicou a produção com uma nova planta e um investimento de R$ 5
bilhões.
Agora, serão destinados R$ 115 milhões em melhorias na
fábrica neste ano, além da modernização do terminal privado para o carregamento
das barcaças que transportam madeira pela Lagoa dos Patos até o porto do Rio
Grande. De acordo com Harger, a CMPC também tem reservado R$ 14 milhões para
projetos sociais, culturais e esportivos.
Em coletiva à imprensa ocorrida antes do evento, os
empresários listaram uma série de soluções em inovação e seus reflexos no
desenvolvimento do Estado, ponderando que ainda há empecilhos.
"Infraestrutura e mão de obra qualificada são dois problemas no Rio Grande
do Sul quando o assunto é atração de investimentos", considerou o CEO da
SKA Automação de Engenharias, Siegfried Koelln.
O executivo da empresa estabelecida no parque tecnológico da
Unisinos (Tecnosinos) lembrou que o Rio Grande do Sul vem perdendo
competitividade nas últimas décadas, com o PIB gaúcho se nivelando aos
resultados dos outros dois estados do Sul. "Há 30 anos, o desempenho era
igual à soma dos PIBs de Santa Catarina e Paraná", comparou. "Muitas
indústrias gaúchas já migraram para outras unidades federativas", lembrou.
"No que se refere à mão de obra, as dificuldades são
muitas. Não necessariamente quem tem curso superior é mais qualificado que
aquele que tenha um curso técnico", observou Koelln ao afirmar que o mundo
acadêmico demora mais para se adequar ao mercado.
"Vemos o Rio Grande do Sul com muito potencial",
ponderou Calixto. "Acredito que uma tendência é que as empresas façam o
treinamento dos seus funcionários", destacou. "Outro fator
inadmissível é que dois centros urbanos como Porto Alegre e Caxias do Sul ainda
não tenham as rodovias de acesso duplicadas."
Devido a estas deficiências, o maior mercado da SKA está fora
do Estado, frisou Koelln. Ainda assim, para os próximos cinco anos a companhia,
com três décadas de atuação em solo gaúcho, pretende injetar R$ 50 milhões em
projetos na área de construção civil, R$ 37 milhões na área agrícola (sendo que
R$ 10 milhões já foram aplicados no segmento de lácteos), R$ 15 milhões na área
de informática, e de R$ 5 milhões na cervejaria Fritz Bier, um dos diversos
negócios do grupo.
Fonte:
Jornal do Comércio do RS
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