Atualmente, são quase 400 mil passageiros
transportados por dia em 900 linhas de ônibus
A Fundação Estadual de
Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), responsável pela gestão do
transporte público de ônibus em 34 cidades da Região Metropolitana de Porto
Alegre (RMPA), pretende lançar em 2020 a licitação que deverá mexer
profundamente no serviço. Hoje são quase 400 mil passageiros transportados por
dia em 900 linhas de ônibus.
Há quase dez anos a concessão
do transporte já deveria ter sido atualizada, segundo a direção da fundação
estadual. As principais medidas para tornar mais eficiente, com uso de
tecnologias como GPS, mais racional e até mais barato, cogita o superintendente
da Metroplan, Rodrigo Schnitzer, além do esboço da proposta de modelagem,
critérios e requisitos a serem considerados na futura licitação das concessões,
serão apresentados nesta segunda-feira (1º), em reunião com prefeitos da área
coberta pelo sistema no auditório do Centro Administrativo Fernando Ferrari
(CAFF), na Capital.
Trata-se da apresentação de
mais uma etapa do Plano de Gestão do Sistema Estadual de Transporte
Metropolitano (SETM), elaborado pela Logit Engenharia Consultiva, contratada em
junho de 2018, após vencer licitação com valor de R$ 2,87 milhões, para fazer o
estudo em um prazo de um ano. O trabalho engloba cinco etapas, com pesquisas
sobre o uso do atual sistema pelos passageiros, modelos geoespacial,
operacional, institucional, de gestão e controle, bilhetagem eletrônica e
tecnologias aplicadas, tarifário, de gestão e de ação. Segundo a Metroplan, o
planejamento, que teve a primeira parte apresentada em fevereiro, servirá para
definir um marco regulatório para a licitação das concessões.
A primeira e a segunda etapas
incluem projetos que tratam dos estudos preliminares e do prognóstico, plano de
trabalho, levantamento de dados e diagnósticos. A terceira etapa abrange
modelos necessários para a licitação, controle da operação e implantação. Na
quarta e quinta etapas, estão o marco regulatório e a preparação do termo de
referência. Schnitzer considera crucial a participação dos municípios para
apontar as necessidades. Depois haverá tramitação em órgãos reguladores e ainda
pela avaliação da Assembleia Legislativa, pois devem haver mudança em
legislação, adianta o superintendente. No plano, foi possível identificar queda
no uso do sistema, associada à concorrência de aplicativos de transporte, por
exemplo, o que ocorre na Capital, e sobreposição de linhas.
Além disso, o superintendente
cita a integração com os trens da Trensurb, que exige revisão para dotar todo o
transporte "de mais racionalidade", com linhas complementares e que
possam se conectar com os sistemas das cidades. Porto Alegre vive dia a dia com
o impacto do alto tráfego de linhas oriundas da RMPA e que desaguam em grande
parte na área central. "Otimizar o transporte significará dividir o custo
por mais usuários, por isso a tarifa por cair", exemplifica Schnitzer.
A meta é finalizar até
dezembro todas as discussões sobre o termo de referência e lançar o edital da
licitação em 2020.
Fonte: Jornal do Comércio RS
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