Institucional Consultoria Eletrônica

Viver em condomínio


Publicada em 04/09/2019 às 09:00h 


"O homem nasce livre e por toda parte encontra-se a ferros." (Rousseau)

O homem é um ser social. No ônibus, o passageiro assentado ao lado assume ar de inimigo, invadindo nosso espaço, privando-nos de nossa própria liberdade. No trânsito, o veículo que se aproxima é um intruso, disputando um mesmo espaço. Já no condomínio, quem são nossos vizinhos, como os qualificamos? O barulhento do sexto andar, o invejoso do oitavo, o dono do carro importado da cobertura. De que valem estes rótulos?

O homem nasce livre, mas por toda parte encontra-se cercado de pessoas. De nada adianta nos enclausurarmos cada vez mais, deixando de vivenciar com o próximo as diversas possibilidades de experiências, atitudes e emoções.

Quer tornar seu dia melhor? Diga bom dia ao morador que adentra o elevador, pergunte como passou a noite, ao seu zelador.

Pegue o interfone e em lugar de solicitar ao vizinho que silencie, convide-o para uma visita, para uma cerveja, para acompanharem juntos à partida de futebol ou ao capítulo inédito da novela. Partilhem suas vidas, posto que seus mundos são menos distintos do que possa parecer. Vocês vivem sob um mesmo teto, um teto maior. Quanto não há de comum entre vocês? Elegeram o mesmo bairro, residem em apartamentos ou casas que custaram aproximadamente o mesmo, possivelmente têm nível socioeconômico semelhante...

Exercitar a humildade é ação das mais generosas que se pode ter. Comece pelo vizinho da porta da frente. Aquele mesmo para o qual tantas vezes você arqueou sobrancelhas em um gesto quase mecânico e automático, apenas para cumprimentá-lo de forma lacônica. Logo vocês poderão tomar conta da quadra de esportes, junto com as crianças, desenvolvendo torneios e gincanas ou utilizar o salão de festas não apenas para as tradicionais comemorações de aniversários, mas também para um campeonato de carteado ou de xadrez.

Como consequência, todas as relações se dinamizam. Aquelas discussões com o Conselho tornam-se inócuas, pois o grupo, unido, passa a ser composto por amigos, com os mesmos anseios e desejos. Aprova-se com mais facilidade um projeto, discute-se com mais adequação outro, e acaba-se por optar por algo realmente conveniente a todos.

A coleta seletiva de lixo, sonho de uns e utopia de outros, torna-se realidade. A instalação da TV a cabo ou da internet banda larga deixa de ser postergada porque todos podem tirar proveito juntos. E aquele cômodo subutilizado na área social pode abrigar uma sala de ginástica, um salão de jogos ou um home cinema.

Agindo assim, torna-se possível até desenvolver ações assistenciais no bairro e, através delas, praticar com plenitude a cidadania, além do senso comunitário.

Por Tom Coelho






Sobre o(a) colunista:



Tom Coelho é autor de “Sete Vidas – Lições para construir seu equilíbrio pessoal e profissional”, pela Editora Saraiva, além de consultor, professor universitário e palestrante. Com formação em Publicidade pela ESPM, Economia pela FEA/USP, especialização em Marketing pela Madia Marketing School e em Qualidade de Vida no Trabalho pela USP, é mestrando em Gestão Integrada em Saúde do Trabalho e Meio Ambiente pelo Senac. Diretor da Lyrix Desenvolvimento Humano, Diretor Estadual do NJE/Ciesp e VP de Negócios da AAPSA. Contatos através do e-mail tomcoelho@tomcoelho.com.br.



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