A pesquisa GEM aponta que a dinâmica do mercado
interno é o principal fator positivo
Em 2016, o fator "políticas governamentais" foi
apontado por 78,3% dos especialistas como o principal limitante no Rio Grande
do Sul. Esse item caiu em 2018 para 58,8%
Como são as
condições para se empreender no Rio Grande do Sul? Além da inciativa dos
empreendedores, quais são os pontos negativos e positivos que interferem no
ecossistema empreendedor? Esta e outras questões foram abordadas pela pesquisa
Global Entrepreneurship Monitor (GEM), conduzida pelo Instituto Brasileiro de
Qualidade e Produtividade (IBQP) em parceria com o Sebrae. E, além da percepção
dos entrevistados, o resultado aponta recomendações para o fortalecimento do
empreendedorismo no Estado.
Os especialistas
consultados analisaram os 12 fatores (veja quadro no final) divididos em
questões abertas e fechadas e apontaram políticas governamentais e apoio
financeiro como os principais limitantes ao empreendedorismo, ambos com 58,8%.
A dinâmica do mercado interno é o ponto positivo e alcançou a nota mais alta,
5,6, entre os fatores positivos que afetam a atividade empreendedora.
Em 2016, o
fator "políticas governamentais" foi apontado por 78,3% dos especialistas como
o principal limitante no Rio Grande do Sul. Esse item caiu em 2018 para 58,8%.
No entanto, o "apoio financeiro", que era considerado como fator limitante no
Estado por 30,4%, passou para 58,8% em 2018. Também houve uma redução
significativa do fator "educação e capacitação" como ponto negativo. Ela foi
destacada por 30,4% na primeira pesquisa e por 17,6% em 2018. No Brasil, chega
a 42,5% o percentual que aponta o fator "educação e capacitação" como
limitante.
Além disso,
o fator "educação e capacitação" é o quarto mais mencionado como limitante pelos
especialistas. Na avaliação quantitativa, o nível de educação empreendedora no
ensino fundamental e médio é o pior item avaliado, com pontuação média de 2,3.
A educação empreendedora no ensino técnico e superior tem uma avaliação melhor
(4,6), mas não supera o ponto central da escala (5,0). A exceção é o item que
aborda o nível do ensino nas áreas de administração e negócios. Este fator é
reconhecido como responsável por fornecer uma preparação boa e adequada para
iniciar novos negócios e desenvolver novas empresas e recebeu média de 5.1.
A gerente de
Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae RS, Janaina Zago
Medeiros, observa que a organização já busca atuar para melhorar esse aspecto
estimulando o desenvolvimento de competências empreendedoras nos alunos da
Educação Básica. Também iniciou uma parceria com o governo do Estado no
programa Jovem RS Conectado no Futuro, que promove o empreendedorismo, a
inovação e a criatividade nas escolas, em parcerias com parques tecnológicos e
universidades. A proposta é valorizar, apoiar e dar visibilidade e estímulo ao
crescimento e ao protagonismo juvenil. O Sebrae RS irá colaborar na
identificação de escolas que receberão selo de Escola Empreendedora.
As avaliações
mais restritivas estão relacionadas aos temas de tributação e burocracia. No
entanto, 23,5% dos especialistas refutam o fator como favorável ao
empreendedorismo. Eles destacam as ações de desburocratização e facilidade para
abertura de empresas, que vêm sendo implantadas pelos governos federais,
estaduais e em algumas prefeituras. Um exemplo é a ampla adesão do Estado a uma
das iniciativas do governo federal para acelerar o processo de abertura de
novos negócios, a RedeSimples. O projeto iniciou-se em 2014 e é uma
parceria entre o Sebrae RS e a Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio
Grande do Sul. Até dezembro de 2018 foram integrados 159 municípios e a meta
para 2019 é chegar a 259.
Janaina
destaca que a criação do Conselho Estadual de Desburocratização e
Empreendedorismo potencializou as ações da RedeSimples e para este ano mais 100
municípios gaúchos estarão integrados à Rede Nacional para Simplificação do
Registro e da Legalização de Empresas e Negócios, beneficiando mais de 90% das
empresas do Estado. Além disso, o Conselho atua na análise da legislação
que impacta a abertura e no licenciamento de novos negócios, a fim de tornar os
processos ainda mais ágeis.
Fatores analisados
· Ambiente financeiro relacionado
ao empreendedorismo;
· Políticas governamentais e sua
efetividade para o desenvolvimento do empreendedorismo;
· Políticas governamentais voltadas
para a criação formal dos negócios (burocracia) e aspectos tributários
próprios do empreendedorismo;
· Programas governamentais de apoio
à atividade empreendedora;
· Nível de educação empreendedora
no ensino fundamental e médio;
· Nível de educação empreendedora
no ensino técnico e superior;
· Nível de transferência e
desenvolvimento de tecnologia como suporte aos novos empreendimentos;
· Acesso à infraestrutura comercial
e profissional;
· Dinâmica do mercado interno;
· Aspectos relacionados com
barreiras, custos, concorrência e legislação para o empreendedorismo;
· Acesso à infraestrutura física e
de serviços;
· Normas culturais e sociais e
apoio da sociedade.
Principais recomendações
para melhoria das condições para empreender
Políticas governamentais:
· Impostos diretos menores para
empreendedores iniciais.
· Desburocratização do processo de
abertura de empresas (preferencialmente feito de forma virtual e rápida).
· Celeridade dos processos de
abertura de empresa e de licenças regulatórias em geral.
· Reforma tributária reduzindo
consideravelmente os tributos de empresas nascentes, até os dois anos de
operação.
· Fortalecer instituições estaduais
como: o parlamento, as universidades, o conselho estadual de desenvolvimento,
associações empresariais e profissionais, etc. para que tenham também
iniciativas e construam espaços para fortalecer o movimento do
empreendedorismo.
· Qualificar o sistema de
governança do Estado.
Educação e capacitação:
· Iniciar um processo de
intersecção entre diferentes cursos na universidade, gerando interação e,
principalmente, colocando o empreendedorismo experimentado como pano de fundo.
· Implementar uma reforma
universitária.
· Melhorar a educação empreendedora
considerando os aspectos econômicos do Estado.
Apoio financeiro:
· Mais investimentos em startups e
incubadoras pela parte governamental.
· Criação de um fundo rotativo para
apoiar novos empreendimentos dando condições às empresas de se viabilizarem
para, após, efetuarem a devolução dos recursos.
· Desenvolver linhas de crédito de
fácil captação para alavancagem e crescimento, seja giro ou investimento.
Programas governamentais:
· Mais apoio às startups.
· Desenvolver iniciativas com foco
em aumentar a produtividade geral do País relacionadas à educação da força de
trabalho.
· Apoio governamental no sentido de
orientação ao empreendedor.
Alguns exemplos de ação
do Sebrae RS
· Ação com o Governo do Estado, com
os municípios e com as universidades para levar o tema do empreendedorismo para
as escolas, alinhados às novas premissas da BNCC (Base Nacional Comum
Curricular)
· Conselho Estadual de Desburocratização
e Empreendedorismo: a estruturação de uma governança com representantes do
Governo e da sociedade civil a fim de fortalecer e potencializar os resultados
da Redesimples.
Fonte: Sebrae/RS
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