Eu estava na sala de
embarque do aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro. Na minha frente,
dois senhores ingleses, por volta de seus 70 anos de idade, tvestidos com um
traje bege de linho e chapéus panamá como só víamos em filmes sobre a
colonização inglesa na Índia.
Eles conversavam
alegremente sobre o Brasil e sobre as belezas do Rio de Janeiro. Pareciam ser
dois homens muito felizes passeando pelos trópicos.
Fomos chamados
para embarcar. Os dois ingleses à minha frente. Quando subimos no avião, a
comissária, gentilmente oferecia a todos os passageiros um exemplar do jornal
do dia.
Quando ela ofereceu o
jornal aos dois ingleses eles disseram (em inglês): Sorry madam, we
don't read papers. We are happy people."
Ao ouvir aquilo,
perguntei à aeromoça se ela havia compreendido o que eles haviam falado. Como
ela não entendia inglês, traduzi a ela o que disseram:
"Desculpe-nos madame.
Nós não lemos jornais. Nós somos pessoas felizes."
As outras pessoas que
estavam conosco, ao pegar o jornal e ler as manchetes que se referiam a
desgraças, violência, corrupção, e tudo o mais, disseram em tom de
espanto: Quanta sabedoria desses dois senhores!
Imediatamente me lembrei
do ditado supostamente atribuído a Mark Twain que diz: Se você
não ler os jornais, você é desinformado. Se você ler os jornais você é mal
informado."
É claro que não estou
advogando que as pessoas não leiam jornais.
O que estou querendo
mostrar com este episódio que presenciei é que assim como esses senhores
ingleses fizeram a opção de não ler jornais por entenderem que essa
exposição diária às notícias negativas os infelicitavam, nós também devemos
fazer opções na direção de buscar o máximo possível de saúde mental e não
nos deixar influenciar por notícias e mesmo pessoas negativas demais e
negadoras demais.
Isso eu afirmo há anos
em meus escritos e, principalmente, em meu livro "Livre-se dos Corvos" (Editora
Harbra, SP 2002). Devemos procurar nos afastar de pessoas e fatos negativos.
Digo isso também nas conhecidas 10
Dicas para Viver com Entusiasmo.
Muitos me dirão que
estou pregando a alienação da realidade, mas a verdade é que o mundo já é
complexo e difícil demais para que ainda busquemos formas adicionais de
desmotivação.
Meu conselho é que
você pense no que fazer, de prático e simples, para aumentar seus motivos para
agir e não para reclamar e se desesperançar. Pense no que fazer para ver também
o lado positivo das coisas e das pessoas. Enfim, pense numa forma de não
complicar ainda mais esta vida, que não é fácil e já é complicada demais.
Pense nisso. Sucesso!
Por Luiz Marins