Segmento foi
responsável pela geração de 10% dos novos postos de trabalho com carteira
assinada no País
O
setor imobiliário brasileiro foi um dos poucos que deram sinais claros de
recuperação em 2019. A expectativa é que a construção civil encerre este ano
com crescimento de 2%, o dobro da previsão para a expansão da economia, que
gira em torno de 1%.
Especialistas
ouvidos pela reportagem estão otimistas. Desde 2013, a construção civil não
crescia acima do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo eles, o setor está sendo
considerado o motor de crescimento da economia para o próximo ano. A
expectativa é que o avanço da construção civil chegue a 3%.
De
acordo com o presidente do Sinduscon-RS, Aquiles Dal Molin, o País está
presenciando uma recuperação consistente da construção civil, principalmente no
estado de São Paulo, mas o Rio Grande do Sul ainda não está em processo pleno
por causa de questões da própria situação econômica do Estado, como o atraso no
salário do funcionalismo público e pouco investimento estatal em
infraestrutura. "Isso reprime um pouco o desenvolvimento, mas não vai
impedir", afirma Dal Molin.
A
entidade prefere não divulgar as expectativas de crescimento do setor no
próximo ano porque, segundo o presidente, são muitos os fatores que podem
interferir no resultado final, mas que 2020 será muito bom e o ano seguinte
melhor ainda. "Nós vamos entrar num ciclo virtuoso a partir da segunda
metade do ano que vem, e vai ficar mais consistente a partir de 2021. É o
início de uma boa perspectiva no setor", complementa o dirigente.
Para
Dal Molin, entre os fatores que vão impulsionar o crescimento do setor estão a
redução de juros para o mercado imobiliário, a queda da taxa Selic e a inflação
baixa e contida - isso, conforme o dirigente, dá uma segurança econômica para a
população contratar financiamentos de longo prazo, como é o caso do
financiamento imobiliário.
Ele
argumenta que, com a nova linha de crédito imobiliário da Caixa Econômica
Federal, com taxas de 2,95% e 4,95% ao ano mais o valor do IPCA, a redução da
parcela da prestação se dá em torno de 30% a 40% do valor. "Com uma
prestação mais baixa se aumenta muito o mercado para as pessoas poderem comprar
os imóveis", destaca.
Em
2019, o setor imobiliário foi responsável pela geração de 10% dos novos postos
de trabalho com carteira assinada do País. Na quarta-feira passada (19), o
Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgou que foram criados
948 mil postos de trabalho com carteira assinada neste ano.
Segundo
dados da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a construção
civil foi responsável pela criação de cerca de 117 mil novos postos de trabalho
neste ano, o que corresponde a 13% de todas as vagas geradas em 2019.
Ainda
de acordo com os dados do Caged e da Cbic, no mês de novembro o Brasil tinha
39,4 milhões de pessoas com carteira assinada. Desse total, a construção civil
foi responsável por 2,09 milhões (5,32% do número total de empregados).
"O
número pode parecer pequeno, mas precisamos lembrar que isso vem no primeiro
momento em que o setor começa a repor suas atividades", diz Ieda
Vasconcelos, economista da Cbic.
A
economista destaca que durante os anos de retração quase 1 milhão de postos de
trabalho com carteira assinada foram perdidos no setor.
"Em
2019, o setor começa a retomar suas atividades. Claro que é uma recuperação
inicial, não é do patamar que foi perdido. Ainda assim, esse incremento de 2%
deste ano já foi capaz de fazer essa movimentação no mercado de trabalho. Esse
dado sinaliza a importância do setor", afirma Vasconcelos.
Para
ela, os dados evidenciam a força da construção na geração de emprego. "É
por meio do emprego que é possível ter renda. O crescimento da economia provoca
maior crescimento da construção, que provoca maior geração de emprego e renda,
que provoca o crescimento da economia. Isso gera um círculo virtuoso",
afirma.
Outro
fator importante para o crescimento do setor é a Selic (taxa básica de juros)
no menor patamar histórico. Os juros a 4,5% ao ano reduziram o custo do crédito
imobiliário.
A
queda desses juros pode permitir a inclusão de milhares de pessoas no sistema
de crédito.
Segundo
estudo feito pela Abrainc (Associação Brasileira de Incorporadoras
Imobiliárias), a cada ponto percentual de redução nos juros imobiliários, pelo
menos 2,8 milhões de famílias passariam a ter condições de contratar esse tipo
de crédito.
Fonte: Jornal do
Comércio do RS
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