A opinião de um perito pouco importa, o que
realmente é relevante no labor do experto, é a fundamentação epistemológica de
seu laudo, em relação aos pontos controvertidos que foram investigados. Até porque,
a contabilidade é uma ciência social com lastro na hermenêutica e na
epistemologia. E esta fundamentação epistemológica, deve ter suporte na
literatura contábil, pois muito são os doutrinadores epistemólogos.
Um
doutrinador epistemólogo, no âmbito da ciência da contabilidade, é um
pesquisador investigador que se dedica ao estudo do conhecimento contábil, suas
questões patológicas, dúvidas e conflitos inerentes às questões científicas
vinculadas ao objeto da contabilidade que é o patrimônio, a função da
contabilidade que é a geração de informações, e ao objetivo que são os
registros dos atos e fatos patrimoniais. Assim sendo, um epistemólogo é aquele
que estuda como o conhecimento é gerado e como ocorre as suas transformações e
evoluções.
A epistemologia,
no sentido estrito senso, é uma vertente da filosofia, que se ocupa do
conhecimento científico, consequentemente, é um constante estudo crítico dos
princípios, dos axiomas, das teorias, dos teoremas, e das premissas, ou seja,
das hipóteses e dos resultados das investigações, com a finalidade de
determinar os fundamentos lógicos do conhecimento, seu valor e sua importância
científica.
O Prof.
Antônio Lopes de Sá é o melhor exemplo de produção científica contabilística. É
o Epistemólogo da escola brasileira de contabilidade, "neopatrimonialismo",
corrente doutrinária que é conhecida na Europa e em vários países.
E por
derradeiro, todo laudo pericial contábil deve possuir uma fundamentação
epistemológica, ou seja, as categorias científicas, os conceitos, para serem
válidos necessitam de uma fundamentação epistemológica, portanto, a literatura
contábil é imprescindível ao labor pericial, este é o espírito das normas de
perícia contábil demandadas do CFC.
As reflexões contabilísticas servem de guia
referencial para a criação de conceitos, teorias e valores científicos. É o ato
ou efeito do espírito de um cientista filósofo de refletir sobre o
conhecimento, coisas, atos e fatos, fenômenos, representações, ideias,
paradigmas, paradoxos, paralogismos, sofismas, falácias, petições de princípios
e hipóteses análogas.
Por Prof. Me. Wilson Alberto Zappa Hoog