Com a
escassez dos descartáveis, os itens de algodão se tornam opção para amenizar a
circulação do vírus
Item de proteção contra a propagação
de vírus, as máscaras descartáveis tiveram um aumento na procura com a
chegada da pandemia de Covid-19 ao País. Neste cenário, empreendedores de todo
o Brasil enxergaram uma boa possibilidade de suprir essa demanda, afinal,
uma das premissas básicas para empreender é encontrar um problema e propor uma
solução. Assim, as vendas de máscaras de materiais como algodão começaram a
circular pelas redes sociais.
A arquiteta Paula Mendes Posser é uma das
empreendedoras que viu suas fontes de renda esgotarem e enxergou na produção de
máscaras uma boa saída momentânea, uma vez que já costurava. Ela apareceu
aqui no GeraçãoE quando decidiu monetizar a piscina da própria casa. A
empreendedora também disponibiliza quartos através da plataforma Airbnb. Com o
coronavírus, os serviços perderam forças.
"Estava no Espírito Santo visitando a
minha mãe. Ela estava indo para o Rio de Janeiro e eu voltando para Porto
Alegre. Fiz uma máscara para que ela estivesse mais segura. Depois, uma amiga
pediu para que eu costurasse uma para ela. Aí, tive a ideia de levar a sério.
Vendo a R$ 10,00 a de adultos e R$ 5,00 a infantil. Tenho modelagens com
valores personalizados para homens que cultivam a barba também. Faço lives para
ensinar as pessoas a produzirem suas próprias também", explica Paula,
sobre a mudança brusca de realidade. Encomendas podem ser feitas através do
(51) 99444-2768. A empreendedora tem produzido, em média, 40 unidades por
dia.
Mas
afinal, máscaras de pano são ou não recomendadas por profissionais de saúde?
Em um cenário tão delicado é
importante que todas as ações sejam pensadas com responsabilidade para que a
imagem do negócio não seja prejudicada. Em diversos grupos de redes sociais, as
máscaras reutilizáveis dividiram opiniões quanto sua eficácia.
André Luiz Machado é infectologista no
Grupo Hospitalar Conceição (GHC), de Porto Alegre, e explica quando o item não
deve ser utilizado. "A máscara de pano não é recomendada por indivíduos
sintomáticos respiratórios, uma vez que umedece facilmente. A partir do momento
em que a máscara está úmida, ocorre uma diminuição da sua eficácia quanto a
liberação de perdigotos que podem conter vírus respiratórios", pontua.
"Ela não tem um tecido para filtrar
partículas e bactérias. As máscaras descartáveis, as de TNT, possuem essa
capacidade. Não adianta simplesmente criar algo que tape a boca e o nariz.
Tem que seguir os protocolos. Se o uso de máscaras de pano fosse de fato
eficaz, as instituições de saúde não tinham abandonado seu uso. Elas protegem
no início, mas perdem rapidamente a eficácia", complementa.
O posicionamento do especialista é
compartilhado por grande parte dos profissionais de sua a área. A controvérsia
das máscaras, no entanto, ganhou novo capítulo quando o ministro da Saúde, Luiz
Henrique Mandetta, em pronunciamento na última semana, encorajou a população a
usar qualquer tipo de máscara, tendo em vista que o abastecimento das
descartáveis, até então, está comprometido.
A empreendedora e artesã Rossana Lisboa
também está produzindo os itens de tecido e leva em consideração o
posicionamento do ministro para seguir. "A ideia de confeccionar surgiu
desde o começo da quarentena, porém, no início, havia muita divergência sobre
isso. Comecei fazendo para familiares e aí amigos começaram a pedir. Nesta
semana que o ministro alinhou o posicionamento a respeito das máscaras
caseiras, os pedidos começaram a crescer. Estou fazendo uma média de 38
unidades por dia e com vários dias já comprometidos com mais pedidos",
relata.
Rossana produz em casa e conta com ajuda de
seu filho para os recortes do tecido. Os pagamentos são feitos através de
depósito, transferência ou link do PagSeguro. A entrega acontece por meio de
aplicativos de entrega, mas o cliente também pode buscar em local definido por
ela. Os pedidos são feitos através do Instagram da empreendedora (@atelierrossanalisboa).
Fonte:
Jornal do Comércio do RS, Geração E
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