Eduardo Leite voltou a criticar setores que
pressionam pela flexibilização
Não é uma flexibilização aleatória, uma abertura desordenada e nem volta
à realidade, como o governador Eduardo Leite (PSDB) fez questão de frisar em
Live realizada pelo Facebook ontem. Mas, aos poucos, o Rio Grande do Sul avança
para o modelo de distanciamento controlado. "Estamos fazendo um esforço
conjunto para termos um modelo de distanciamento mais sustentável, que nos
permita proteger a vida e manter a atividade econômica que gera riqueza."
A expectativa é que a implementação ocorra a partir do dia 1° de maio. Nos
próximos dias, o governo do Estado irá receber e consolidar as sugestões que
estão sendo enviadas por diversos atores da sociedade, como entidades e
universidades.
Pelo novo modelo, o Estado vai ser dividido por regiões. O diagnóstico
do nível de transmissão, capacidade de resposta do sistema de saúde e
importância da atividade econômica de cada uma delas é que definirá o nível de
risco e os protocolos a serem seguidos. "Não será uma solução única para
todo território gaúcho", adianta Leite.
Foi criado um sistema de bandeiras: verde, amarela, laranja e vermelha,
e definirá os protocolos que deverão ser seguidos em cada caso, como uma obra
de construção ou uma praça de alimentação, por exemplo. A região que tem baixo
nível de transmissão e alta capacidade do seu sistema de saúde, por exemplo,
será considerada de risco baixo, receberá a bandeira verde e saberá quais
estabelecimentos poderão abrir e de que forma. Também serão anunciados os
responsáveis pela fiscalização.
Para o tucano, esse passo adiante pode ser dado porque já é possível ter
um histórico do comportamento do vírus no Estado. A base de dados inclui, por
exemplo, a pesquisa inédita que está sendo feita pela Universidade Federal de
Pelotas e ainda o sistema de controle de leitos em quase 300 hospitais, e que
tem gerado informações atualizadas sobre as internações.
Além disso, pesa a favor desta decisão o nível mais baixo de contágio no
Rio Grande do Sul do que em outras regiões. No cenário brasileiro de óbitos
acumulados, o Rio Grande do Sul é um dos estados com uma das menores taxa de
letalidade pelo coronavírus: 0,24 óbitos para cada 100 mil habitantes, enquanto
em São Paulo são 2,2 para 100 mil. Porém, Leite faz questão de destacar que
essa não é uma guerra vencida e disse que o vírus vai continuar circulando por
muito tempo e que não há expectativa de vacina no curto prazo. Além disso,
junho e julho deverão ser meses críticos.
Para ele, setores que pressionam por abertura econômica estão
equivocados. O governador comentou a informação de que o presidente Jair
Bolsonaro pretende reabrir as escolas militares na próxima semana, ao ser
questionado se o mesmo poderia ocorrer no Estado. "Respeito a vontade do
presidente, mas não pretendemos fazer qualquer movimento de abertura de
estabelecimentos antes de definirmos esses protocolos."
Presidente do
Parlamento avalia que iniciativa é boa, mas está atrasada
Os deputados estaduais reagiram ao anúncio do governador Eduardo Leite
(PSDB), que, nesta terça-feira, disse que o Estado vai adotar o
"distanciamento controlado" para combater à pandemia de coronavírus.
O presidente do Parlamento gaúcho, Ernani Polo (PP), considerou acertada a
medida que deve vigorar a partir de maio, mas acredita que deveria ter sido
implementada na semana passada, quando um decreto do governador autorizou os
municípios a flexibilizarem as medidas de isolamento social.
"Esse distanciamento controlado anunciado pelo governador nada mais
é que um protocolo de procedimentos (que permite a reabertura de algumas
atividades econômicas). Em alguns setores da indústria e do comércio, esse
protocolo já está sendo adotado para garantir a saúde dos funcionários",
analisou Polo.
Ele prosseguiu: "esse procedimento impõe restrições para, quando os
estabelecimentos reabrirem, evitarem a contaminação. Por exemplo, é necessário
o uso de máscaras; a entrada nos locais será controlada para evitar
aglomerações; o ambiente deverá ser limpo várias vezes ao dia; as pessoas vão
continuar adotando medidas de higiene. Assim, poderemos reabrir gradativamente
e com responsabilidade o comércio, indústria etc."
Entretanto, Polo cobrou agilidade do Palácio Piratini. "A medida é
boa. Mas seria mais adequado se os protocolos tivessem sido estabelecidos na
semana passada, quando (o decreto de Leite) permitiu que os prefeitos
decidissem (sobre a reabertura do comércio). Como não havia um protocolo do
Estado, muitos municípios que reabriram algumas atividades adotaram o protocolo
disponibilizado pela Fecomércio, que é bem completo e, inclusive, foi entregue
ao governador como sugestão".
O deputado estadual Pepe Vargas (PT) - que é médico - considera viável o
distanciamento controlado. Mas, para isso, cobra um número maior de testes no
Estado e a transparência nos dados sobre a implementação de mais leitos nos
hospitais regionais, o número de pacientes internados e a disponibilidade de
equipamentos de proteção para os profissionais da saúde.
"O ideal é o distanciamento social. Algumas atividades vão ter que
funcionar sempre, mas com medidas preventivas às pessoas que estão trabalhando,
como o uso de equipamentos de proteção e o distanciamento dentro do
estabelecimentos para evitar aglomerações. Quanto às demais atividades, se bem
aplicado a proposta do governo, se os dados forem divulgados de maneira transparente
para a sociedade fiscalizar a tomada de decisões, aí sim uma região ter um
distanciamento mais brando, eventualmente", ponderou Pepe
Fonte:
Jornal do Comércio do RS
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