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Jovens mudam hábitos de consumo com a pandemia


Publicada em 28/07/2020 às 16:00h 


Os aplicativos viraram os aliados do público entre 18 e 35 anos na hora da compra e do entretenimento

O levantamento Os Porto-alegrenses e o Consumo, divulgado pelo Jornal do Comércio no último dia 16 de julho, fez uma análise específica para o GeraçãoE. A pesquisadora e professora universitária Liliane Rohde cruzou os dados das respostas enviadas por pessoas entre 18 e 35 anos para entender seus hábitos pós-pandemia do coronavírus.

Um dos destaques é a redução no otimismo dos jovens quanto ao futuro do País: 62% acreditam que o cenário nacional esteja piorando. Além disso, verificou-se que 78% deles usam um aplicativo de música diariamente, 41% acessam apps de entretenimento, também com frequência diária, e 83% compram roupas através dessas ferramentas de forma regular. A maioria (61%), ainda, quer voltar às baladas.

A reportagem conversou com empreendedores que já perceberam essa mudança de comportamento no dia a dia de seus negócios. Veja outras informações interessantes para as suas estratégias nos gráficos abaixo.


Compra de roupas por aplicativo é preferência

 

Quando se pensa em uma marca gaúcha que tenha como público-alvo os jovens, logo vem à mente a Gang. Administrada por Ana Luiza Ferrão Cardoso, 34 anos, a empresa enfrenta os desafios de shopping centers fechados. Em meio a isso, as vendas pelo aplicativo têm registrado aumento de 15% ao mês desde o início da pandemia. Mas os resultados positivos nesse canal são anteriores à crise.

 

 

"O nosso app vem crescendo constantemente, tanto em downloads quanto em participação de vendas. No último ano, tivemos 114% de crescimento no número de usuários ativos", detalha Ana.

 

A receita geral do aplicativo, em comparação ao último ano, cresceu cerca de 2.400%. Em 2020, a Gang incluiu uma nova facilidade na plataforma, que possibilita o pagamento com o cartão da loja.

 

Essa tendência de compra em telas, segundo Ana, deve permanecer pós-coronavírus. "As mudanças de comportamento impostas pela pandemia abrirão espaço para novas alternativas no consumo, como é o caso do aumento expressivo na adoção de aplicativos para compras."

 

Com o objetivo de deixar a experiência mais agradável aos jovens - um dos propósitos da marca -, o app da Gang incorpora loja virtual, playlists e redes sociais. "Trabalhamos em parceria com a empresa Bananas Music Branding, que faz a curadoria para a criação de playlists que estejam sempre atualizadas e de acordo com o perfil do nosso público. Além disso, temos um canal direto com os consumidores mais fiéis e que fazem parte do Clube Gang. Também contamos com a parceria de renomados DJs que nos auxiliam a compor o set musical", detalha a empresária.

 

 

Entretenimento virtual avança enquanto pessoas ficam em casa

 

O Macro Office, centro de negócios e eventos de Porto Alegre, opera há 16 anos focado na realização de treinamentos, reuniões, conferências e congressos. A pandemia, no entanto, trouxe um novo mercado: o interesse do ramo de entretenimento.

 

Como o Macro conta com 5 mil metros quadrados, 50 espaços de trabalho e um terraço com uma vista de tirar o fôlego, próximo ao aeroporto Salgado Filho, a estrutura se tornou interessante para lives de grupos musicais. E isso surgiu, justamente, no período em que foi montado um estúdio e adquiridos equipamentos para transmissão multiplataforma ou gravação. "Estamos criando produtos, por força da pandemia, a todo momento", revela Hugo Breda, head de Novos Negócios e Relacionamento do Macro.

 

Para marcas que querem aproveitar a estrutura para geração de conteúdo, há pacotes customizáveis, com preços para pequenos empreendedores também, segundo Hugo.

 

Essas soluções, na medida em que aumentava o consumo do público pelas lives e serviços de streaming, foram pensadas de maneira coletiva. "Fomos forçados a exercitar a criatividade e chamar nossos colaboradores para darem ideias. Dentre elas, surgiu o live studio", relata Hugo.

 

 

Apps de música são companhias diárias

 

Em meio ao isolamento social, aplicativos de streaming de áudio são verdadeiros aliados na rotina de jovens de 18 a 35 anos. De acordo com o levantamento, 78% dos entrevistados usam diariamente essas plataformas, enquanto 4% não utilizam.

 

A recorrência não está restrita ao consumo de música, mas também de podcasts. Carina Donida, diretora da America Podcast, empresa especializada na produção do formato em Porto Alegre, acredita que o período de distanciamento social reafirmou as tendências de consumo e consolidou o podcast entre as preferências. "Esse período, até de certa forma introspectivo, fez com que as pessoas achassem um tempo para conhecer essa mídia. Tem uma pesquisa da Deezer, de março, com dados bem interessantes, que mostram que a procura por podcast aumentou 150%, que 43% dos brasileiros ouviram podcast pela primeira vez durante a quarentena", pontua Carina, destacando que, dentro da faixa de 18 a 35 anos, a maior audiência fica de 20 a 34 anos, tanto para homens quanto para mulheres. "Humor, política, ciência e cultura pop são os temas mais ouvidos. Tem um dado que mostra que subiu em torno de 13,1% a busca por política e feminismo."

 

À frente da America, Carina conta que a produção não parou nos últimos meses e que soluções como gravações a distância foram incorporadas à rotina da empresa. "Passamos a ser fornecedores de produção de podcast para todo Brasil, porque as questões presenciais passaram a não ser mais importantes ou definitivas", analisa Carina. Temas infantis, assim como exercícios físicos e meditação figuraram entre os mais buscados.

 

Fonte: Jornal do Comércio do RS / Geração E


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