Especialista
apresenta as vantagens e o passo a passo para MEIs e pequenas empresas venderem
para o governo.
Por muitos anos, os processos de licitação
foram dominados por grandes corporações que conseguiam oferecer menores preços
e melhores prazos. De acordo com o Painel de Compras do Ministério da Economia,
só em 2019, foram mais de R$ 477 bilhões investidos em processos de compras
públicas.
De olho nesse mercado, que segue aquecido e
até acelerado por conta das compras para o combate à pandemia, as pequenas
empresas começaram a se preparar para vender ao poder público.
Desde 2006, existe uma lei (123/2006) que
estabelece algumas vantagens para Microempreendedores Individuais (MEIs),
Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) participarem de licitações
e tornar a concorrência mais equilibrada. Os benefícios estão relacionados à
simplificação das obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e de
crédito, que acabavam prejudicando as pequenas e médias empresas interessadas
em vender para o governo.
"Muitas empresas, depois que entram no
mercado de licitações, param de atender o público privado, pois o setor público
se mostra mais vantajoso. Entretanto, há também pequenos negócios que deixam de
aproveitar desses benefícios pela falta de informação", explica Fernando Salla,
CEO da Effecti, empresa especializada em tecnologia para licitantes.
Salla comenta que a lei determina a
realização de licitações públicas com abertura exclusiva para MEIs, MEs e EPPs,
em contratações de até R$ 80 mil.
Com isso, a empresa consegue ter
sustentabilidade financeira, a competição acontece de igual para igual e as
pequenas e médias empresas têm mais chances de conquistar um contrato. A
regulamentação também determina que essas empresas recebam tratamento
diferenciado e simplificado em contratações públicas.
Atualmente, existem algumas flexibilizações
que permitem a compra sem licitação de equipamentos, serviços de saúde, além de
bens e equipamentos, desde que seja comprovada a situação de emergência.
Além disso, existem outros benefícios
exclusivos para as empresas que se enquadram nos regimes MEI, ME e EPP, como a
preferência de contratação em caso de empates e a regularização fiscal tardia.
Passo a passo
1) Para participar de uma licitação, o
empreendedor deve se informar sobre os processos abertos e se a sua empresa
cumpre com os requisitos. Ou seja, se oferece aquele serviço ou produto e se
está dentro no tipo de enquadramento exigido. O maior desafio nesse momento,
talvez seja encontrar esses processos em aberto. "A tecnologia é uma aliada
neste momentos, e ferramentas de automação, como da Effecti, permite ao
licitante encontrar as licitações de forma automática", explica Salla.
2) Depois disso, é necessário realizar um
cadastro no portal Comprasnet. É neste ambiente que estão todas as licitações
abertas ou fechadas para pequenas e médias empresas. As informações estarão
organizadas por região e categorias de compras ou contratações. Para participar
dos pregões, também é preciso cadastrar a empresa no SICAF, um sistema
integrado, para o cadastro e envio dos documentos online. Em seguida, consultar
o Manual do Fornecedor que está disponível na área de Publicações - Manuais.
Neste ambiente, estão disponíveis os manuais dos sistemas SIASG, SIASGNET,
Comprasnet, SCDP, SRP, RDC e Pregão, além de orientações sobre práticas e
formas de gestão em licitações e contratos. Todo o serviço é gratuito, sem
cobrança de taxas.
"Uma dica importante antes de começar é
verificar se sua empresa está em dia com a documentação, se não há pendências
tributárias e legais com o seu negócio. Caso tenha dúvida com relação aos
documentos exigidos para o cadastramento, vale consultar um especialista. É
importante organizar o seu negócio para que possa atender os critérios básicos
exigidos e que podem levar o seu projeto à desqualificação, como Qualidade,
Rendimento, Preço, Condição de pagamento e Prazo", destaca.
3) Por fim, o especialista recomenda que o
interessado entenda melhor sobre cada órgão que utiliza a licitação como objeto
de contratação, observando o histórico de compras e sobre as licitações
anteriores. Isso ajudará o empreendedor a se preparar para o envio da proposta,
e ficar sempre atento aos prazos e aos períodos de abertura das licitações.
Fonte:
RME / Contábeis
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