Estima-se que
deixaram de ser apurados quase R$ 320 milhões em Imposto de Renda a serem
recolhidos aos cofres públicos
Receita Federal apura sonegação de Imposto
de Renda na atividade rural. Mais de 11 mil produtores rurais regularizaram
suas declarações e R$ 62 milhões foram recolhidos aos cofres públicos. Na Fase
3 da Operação DeclaraGrãos, que está sendo iniciada neste mês de julho, também
serão alvo da fiscalização as aquisições de veículos e a sonegação de receitas
na Declaração do Imposto de Renda 2021.
A Receita Federal, desde novembro de 2019,
está realizando no Rio Grande do Sul a Operação "DeclaraGrãos", tendo como
escopo contribuintes que exerçam atividade rural e estejam omissos na entrega
de declarações ou apresentem inconformidades em relação à tributação dos
rendimentos de arrendamentos. A operação tem foco na autorregularização,
buscando o compliance, a maximização da presença fiscal no segmento econômico e
a mudança de comportamento dos contribuintes.
A operação tem origem na análise dos bancos
de dados de notas fiscais eletrônicas emitidas por pessoas jurídicas
adquirentes de produtos provenientes do exercício de atividades rurais. Por
meio do cruzamento dessas notas fiscais com dados contidos nos sistemas
informatizados da RFB, entre os exercícios de 2017 e 2021, constatou-se a
existência de 24.215 contribuintes com indícios de omissão de declaração de
ajuste anual, alguns, inclusive, com omissão em vários anos. Somente no
exercício de 2021 são 12.787 contribuintes nessa condição.
Nos anos abrangidos pela operação há
indícios de que cerca de R$ 23 bilhões em receitas da atividade rural não foram
declaradas e devidamente tributadas. Estima-se que sobre esse valor deixaram de
ser apurados quase R$ 320 milhões em Imposto de Renda a serem recolhidos aos
cofres públicos.
Desde o início da operação 6.582
contribuintes, até então omissos, localizados em mais de 402 municípios,
apresentaram 15.260 novas declarações relativas aos períodos sob análise,
resultando na constituição de créditos tributários que ultrapassam a cifra dos
R$ 58,28 milhões de reais. Outros 200 contribuintes ajustaram as informações
relacionadas ao pagamento ou recebimento de arrendamentos resultando em R$ 4,3
milhões de crédito tributário.
Na Fase 3 da Operação DeclaraGrãos, que
está sendo iniciada neste mês, também serão alvo da fiscalização as aquisições
de veículos e a sonegação de receitas na Declaração do Imposto de Renda 2021.
Nas declarações apresentadas no exercício
2021 pelos contribuintes gaúchos foram identificados mais de 1.200 veículos
classificados como despesas da atividade rural, avaliados em aproximadamente R$
184 milhões.
No entanto, muitos desses veículos
(avaliados em mais de R$ 35 milhões), em que pese poderem ser classificados
como de carga ou como utilitários, podem ter sido deduzidos equivocadamente
como despesas da atividade rural, uma vez que, por suas características, podem
não ter sido utilizados exclusivamente na atividade rural. Trata-se de veículos
tradicionalmente de uso urbano ou rodoviário como SUVs e Pickups (cabine
dupla), automóveis sedã, motocicletas de alta cilindrada e caminhões.
Também foram constatadas divergências,
entre os valores de receitas declaradas por produtores rurais e as informações
constantes nas notas fiscais eletrônicas, que superaram R$ 4,54 bilhões.
Em 6.684 declarações apresentadas por
produtores rurais analisadas, há indícios de omissão de receitas superior a
80%, algumas delas com omissão total.
Serão enviadas Cartas de Regularização aos
contribuintes selecionados informando as divergências constatadas e orientando
pela autorregularização. Essas correspondências também serão enviadas para a
caixa postal dos contribuintes no Centro de Atendimento Virtual da Receita
Federal (e-CAC). Os contribuintes que tenham cadastrado números de telefone
celular ou endereços de e-mail receberão aviso da postagem dessas cartas.
Nesta fase da operação estima-se a
regularização de aproximadamente 4 mil contribuintes omissos, com a
constituição de crédito tributário superior a R$ 25 milhões.
A Receita Federal, ao promover um aumento
de eficiência e eficácia na gestão tributária, com maior risco aos
inadimplentes e combate à sonegação, auxilia na redução da carga tributária,
além de ajudar a proteger a justa concorrência.
Fonte: Receita Federal do Brasil
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