Novas diretrizes
sobre o tema entraram em vigor em 10/02/2022
Na esteira da Consolidação do Marco
Regulatório Trabalhista Infralegal, o Decreto nº 10.854/2021 e a Portaria n°
671/2021 trouxeram nova regulamentação sobre o registro eletrônico de controle
de jornada. O Decreto já está em vigor e os itens da Portaria começaram a valer
em 10/02/2022. Para ajudar empregadores, contadores, empregados e sindicatos, a
Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) preparou um Perguntas e Respostas -
inicialmente com 25 itens - com vários esclarecimentos sobre o tema (no final
desta matéria consta as perguntas e respostas).
A nova regulamentação atende aos anseios dos atores
das relações de trabalho por modernização, praticidade e celeridade, sem perda
da segurança jurídica nos controles de jornada. Agora, os registradores ficam
classificados em três tipos: REP-C (Registrador Eletrônico de Ponto
Convencional), REP-A (Registrador Eletrônico de Ponto Alternativo) e REP-P
(Registrador Eletrônico de Ponto via Programa).
O novo REP-P, por exemplo, possibilita aos
empregadores disponibilizar registradores de ponto com a utilização de novas
tecnologias, como a marcação de ponto mobile.
Já o REP-C, modelo criado em 2009, continuará existindo e atendendo às
necessidades dos vários setores da economia, em especial os estabelecimentos e
plantas produtivas fixas. A negociação coletiva continua a ser contemplada e
celebrada, ao permitir a autocomposição na formulação dos sistemas REP-A, por
meio de instrumentos coletivos de trabalho.
As disposições referentes ao controle manual e ao
controle mecânico de jornada foram mantidas e agora passam a constar de um
único normativo que abarca, também, os controles eletrônicos de jornada.
"O Decreto e a Portaria cumprem seu papel de
modernizar os controles de jornada, na medida em que abarca o desenvolvimento
tecnológico e mantém a segurança jurídica. Preparamos um conteúdo inicial de
esclarecimentos, que será ampliado com frequência. Estamos também prevendo a
realização de lives, para ajudar", afirma o
subsecretário de Inspeção do Trabalho, Romulo Machado e Silva.
Perguntas e Respostas -
Portaria n° 671/2021
Este documento de Perguntas e Respostas tem
natureza dinâmica, portanto será complementada com novas perguntas e respostas,
conforme forem surgindo novas dúvidas.
1. Qual é o objetivo da Portaria n° 671/2021
em relação ao tema controle de jornada?
A regulamentação através do Decreto nº
10.854/2021 e da Portaria n° 671/2021 espelha o anseio dos atores das relações
de trabalho por modernização, praticidade e celeridade, sem perda da segurança
jurídica nos controles de jornada. O novo REP-P possibilitará aos empregadores
disponibilizar registradores de ponto com a utilização das novas tecnologias,
como a marcação de ponto mobile. O REP-C, modelo criado em 2009 pela Portaria
1.510/2009, continuará existindo e atendendo às necessidades dos vários setores
da economia, em especial, para os estabelecimentos e plantas produtivas fixas.
A negociação coletiva continua a ser contemplada e celebrada, ao permitir a
autocomposição na formulação dos sistemas REP-A, por meio de instrumentos
coletivos de trabalho. Além dos objetivos supracitados, a portaria possui o
intuito de centralizar o tema em um único normativo.
2. Quais são as normais gerais que devem ser observadas por todos
os tipos de REP previsto na Portaria n° 671/2021?
Todos os REPs devem seguir os princípios e
normas estabelecidos nos art. 31 e 32 do Decreto nº 10.854/2021.
3. Quando a Portaria n° 671/2021 entrará em vigor em relação ao
Capítulo V, Seção IV "Da anotação da hora de entrada e de saída em registro
manual, mecânico ou eletrônico"?
Em 10/02/2022, conforme art. 401, inciso I.
4. A partir da publicação da Portaria n° 671/2021 quais serão os
tipos de SREP (Sistema de Registro Eletrônico de Ponto) existentes?
I - SREP convencional: composto pelo
registrador eletrônico de ponto convencional - REP-C e
pelo Programa de Tratamento de Registro de Ponto;
II - SREP alternativo: composto pelo
registrador eletrônico de ponto alternativo - REP-A e pelo
Programa de Tratamento de Registro de Ponto;
III - SREP via programa:
composto pelo registrador eletrônico de ponto via programa - REP-P, pelos coletores de marcações, pelo
armazenamento de registro de ponto e pelo Programa de Tratamento de
Registro de
Ponto.
5. Com a publicação da Portaria n° 671/2021, houve algum impacto
no sistema CAREP?
Sim, a Portaria 671/2021 não prevê mais a
obrigatoriedade para o empregador efetuar o cadastro de Registrador Eletrônico
de Ponto convencional (REP-C) no sistema CAREP (exigência antes contida no
artigo 20 da Portaria 1.510/2009). Portanto, o sistema sofrerá processo de
descontinuação.
6. Com a publicação da Portaria n° 671/2021, os fabricantes de
REP-C precisam homologar seus equipamentos junto ao Ministério?
Sim, os fabricantes permanecem com a
obrigação de realizar o registro dos modelos de REP convencionais (REP-C) junto
ao Ministério (art. 92 da Portaria 671/2021).
OBS: O registro supracitado feito pelo
fabricante se refere tão somente ao processo de homologação e publicação de
modelo de equipamento REP-C no Diário Oficial da União (DOU) e não ao cadastro
do modelo que era feito no sistema CAREP após publicação no DOU. Os procedimentos
que envolvem o Sistema CAREP não existirão mais.
7. Com a publicação da Portaria n° 671/2021, os empregadores que
utilizem REP-C ainda precisam ter Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade
para seus equipamentos?
Sim, os empregadores permanecem com a obrigação de
possuir Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade emitido pelos
fabricantes de REP-C (art. 89, § 4º da Portaria 671/2021). O Atestado Técnico e
Termo de Responsabilidade emitido pelo fabricante deve ser emitido na forma de
documento eletrônico, nos termos do art. 10 da Medida Provisória nº 2.200-2, de
2001, e possuir assinatura eletrônica qualificada, nos termos do inciso III do
art. 4° da Lei nº 14.063, de 2020, pertencente exclusivamente à pessoa física,
além deve conter o nome do algoritmo de hash, a chave
pública e o nome do algoritmo de criptografia assimétrica utilizados na
assinatura eletrônica definida no art. 87 da Portaria 671/2021.
8. Como o empregador poderá saber
se o modelo de equipamento REP-C é certificado e homologado?
Os modelos de equipamentos homologados e certificados
podem ser consultados por meio do endereço eletrônico https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/fiscalizacao-do-trabalho/rep.
9. O REP-C somente poderá conter
empregados do mesmo empregador?
Sim, salvo registro de jornada do trabalhador
temporário regido pela Lei 6.019/1974 no REP-C do tomador de serviços, bem como
empresas de um mesmo grupo econômico, nos termos do § 2º do art. 2º do
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943 - CLT, que podem determinar a consignação das
marcações de ponto no mesmo REP-C dos seus empregados que compartilhem o mesmo
local de trabalho ou que estejam trabalhando em outra empresa do mesmo grupo
econômico (art. 76, § 3º, da Portaria 671/2021). Nas exceções acima, o Programa
de Tratamento de Registro de Ponto deverá identificar o empregado e considerar
as respectivas marcações para o controle de ponto da empresa empregadora.
10. Os modelos de REP-C já certificados na vigência da Portaria
1.510/2009 poderão continuar a ser fabricados?
Sim, conforme art. 96 da Portaria 671/2021.
11. Os modelos de REP-C já certificados na vigência da Portaria n°
1.510/2009 precisam gerar o AFD (Arquivo Fonte de Dados) conforme o Anexo V da
Portaria n° 671/2021?
Não, os REPs-C podem continuar a gerar o AFD
em conformidade com o leiaute especificado à época de sua certificação conforme
art. 96, § 1º, da Portaria 671/2021.
12. Os modelos de equipamentos REP-P precisam de certificação e
homologação junto ao Ministério do Trabalho e Previdência?
Conforme art. 91 da Portaria 671/2021, o
REP-P precisa apenas de certificado de registro de programa de computador no
Instituto Nacional da Propriedade Industrial - INPI.
13. Os modelos de equipamentos REP-A precisam de homologação junto
ao Ministério do Trabalho e Previdência?
Não, a Portaria 671/2021 não traz nenhuma
obrigação em relação à homologação junto ao Ministério. A condição de validade
para o REP-A é ser autorizado por convenção ou acordo coletivo, bem como a sua
utilização é permitida apenas durante o seu período de vigência do instrumento
coletivo de trabalho (art. 77).
14. O que diferencia o REP-P do REP-A?
A principal diferença é que o REP-A deve ser
autorizado por convenção ou acordo coletivo. Essa autorização não é necessária
para o REP-P, que possui requisitos técnicos definidos na Portaria 671 (Anexo
IX) e necessita de registro de programa de computador no Instituto Nacional da
Propriedade Industrial - INPI.
15. O Anexo VIII da Portaria n° 671/2021 apresenta requisitos
técnicos para o REP-C. Existem outros requisitos a serem observados?
Sim, novos REP-C deve seguir os Requisitos de Avaliação
da Conformidade, nos termos da Portaria INMETRO 4/2022 (https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-4-de-4-de-janeiro-de-2022-372818695).
16. Como gerar a assinatura eletrônica dos arquivos AFD e AEJ?
Esse tipo de assinatura já é utilizado no
REP-C. O arquivo texto deve ser assinado com um arquivo binário, exceto a
última linha para evitar recursividade. A assinatura deve ser inserida (base64)
na última linha do arquivo como especificado no leiaute.
17. No caso do REP-P, em relação ao atestado técnico, há alguma
instrução para o preenchimento de versão sobre os sistemas em nuvem? É
permitido o preenchimento, nestes casos, como N/A?
Para permitir a evolução do REP-P, pode ser
colocada a versão inicial que o cliente começou a utilização do REP-P. Por
exemplo: caso o cliente tenha aderido à versão 1.2, pode ser utilizado
">= 1.2".
18. Com a Portaria n° 671/2021, como fica a geração dos arquivos
AFDT (Arquivo Fonte de Dados Tratado) e ACJEF (Arquivo de Controle de Jornada
para Efeitos Fiscais)?
Com a entrada em vigor da Portaria n°
671/2021, esses arquivos foram substituídos pelo AEJ (Arquivo Eletrônico de
Jornada). Os Programas de Tratamento de Registro de Ponto (PTRP) têm até
10/11/2022 para serem adaptados ao novo leiaute.
19. O que é AEJ (Arquivo Eletrônico de Jornada)?
O AEJ é um arquivo que contém informações
relativas ao pós-processamento dos dados gerados pelo REP-C, REP-A ou REP-P e
deve ser gerado pelo Programa de Tratamento de Ponto (PTRP), conforme leiaute
definido no Anexo VI da Portaria 671/2021.
20. Qual deve ser a nomenclatura do AEJ (Arquivo Eletrônico
de Jornada)?
A Portaria 671/2021 não exigiu uma
nomenclatura específica para o AEJ.
21. No Registro tipo 4 do AEJ (Arquivo Eletrônico de Jornada) -
Como deve ser preenchida a duração da jornada (campo "durJornada") do
horário contratual? É a jornada diária, exemplo 8h, semanal 44h ou mensal?
O campo "durJornada" do registro
tipo 4 do AEJ deve ser preenchido com a jornada diária do empregado em minutos.
22. Em relação ao Atestado Técnico e Termo de Responsabilidade,
pode-se omitir os campos empresa, razão social e CNPJ do atestado?
Não, esses campos são de preenchimento
obrigatório e devem ser informados, conforme modelo previsto no Anexo VII da
Portaria n° 671/2021.
23. O REP-A é um programa (software) ou um dispositivo eletrônico (hardware)?
O REP-A pode ser um programa (software),
um dispositivo eletrônico ou a combinação de ambos. Assim, por exemplo, as
marcações podem ser feitas em dispositivos eletrônicos e a geração do Arquivo
Fonte de Dados - AFD em software separado
do dispositivo. Vale ressaltar que, apesar de liberdade na arquitetura do
sistema, o REP-A deve seguir o que foi determinado em acordo ou convenção
coletiva e na Portaria n° 671/2021 no que couber.
24. Qual a diferença entre o REP-A e o ponto por exceção previsto
no art. 74, § 4º, da CLT?
O controle de jornada por exceção não é um
tipo de REP. É uma forma de consignação das marcações em qualquer tipo de
controle de jornada admitido pelo caput do art. 74 da CLT, que pode ser manual,
mecânico ou eletrônico. O REP-A é um tipo de registrador eletrônico de ponto e
possui como condicionante de validade estar autorizado expressamente em
instrumento coletivo de trabalho (acordo coletivo ou convenção coletiva de
trabalho). A consignação por exceção pode ser admitida via instrumento coletivo
de trabalho (acordo coletivo ou convenção coletivo) ou acordo individual de
trabalho. Portanto, um acordo coletivo de trabalho pode autorizar a utilização
de ponto por exceção e autorizar também a utilização de um REP-A. O acordo
individual de trabalho pode autorizar apenas a consignação por exceção, não
possuindo previsão legal para autorizar a utilização de REP-A.
25. Os REP-C, REP-P e REP-A podem trabalhar com o ponto por
exceção?
Sim, conforme o § 4º do art. 74 do
Decreto-Lei nº 5.452, de 1943 - CLT, não somente os tipos de registrador
eletrônico (REP-C, REP-A e REP-P), mas também o registro manual ou mecânico de
ponto, podem trabalhar com a consignação por exceção, desde que autorizado por
instrumento coletivo de trabalho ou acordo individual.
26. As convenções e acordos coletivos firmados com base na
Portaria 373/2011 e vigentes após 10/02/2022 continuam tendo validade para
efeitos da utilização de ponto alternativo?
Sim, os acordos coletivos ou convenções
coletivas firmados anteriormente com base na Portaria n° 373/2011 terão
validade para efeitos da utilização de ponto alternativos até a data final de
sua vigência. Importante ressaltar que o § 3º do art. 614 do Decreto-Lei nº
5.452, de 1943 - CLT não permite a ultratividade de instrumentos coletivos após
a data do término de sua vigência.
27. O comprovante de registro de ponto previsto no art. 79 da
Portaria 671/2021 deve ser gerado pelo REP-A?
O REP-A deve seguir as especificações
determinadas no instrumento autorizador (acordo coletivo ou convenção
coletiva). Portanto, depende do que ficou acordado no instrumento coletivo de
trabalho.
Fonte: Ministério do Trabalho e Previdência
Social
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