INSS esclarece que não faz este
tipo de contato e pede que segurados desliguem o telefone em caso de ligação e
não forneçam documentos
O INSS (Instituto Nacional do Seguro
Social) alerta que golpistas estão se aproveitando da suspensão da prova de
vida para tentar obter dados pessoais de aposentados e pensionistas. As
abordagens podem ocorrer por carta, e-mail, telefonema ou mensagem de celular
(WhatsApp ou SMS). O INSS alerta ao segurado para não passar nenhuma informação
pessoal, enviar fotos ou documentos.
Nos
contatos, os criminosos geralmente possuem informações sobre o beneficiário.
Depois, eles enviam uma mensagem por WhatsApp, pedindo para que o aposentado
envie uma foto de um documento para finalizar o processo. E aí se aproveitam
para fazer empréstimos consignados e outros golpes que lesam os indivíduos.
O
INSS alerta para que no caso de receber essa ligação, que o aposentado ou
pensionista encerre a chamada e não forneça nenhuma informação. O órgão ressalta
que não faz contato por telefone para procedimento de prova de vida, visto que
essa obrigação está suspensa.
Especialista
em direito digital e crimes cibernéticos, o advogado Francisco Gomes Júnior
destaca que o fim da obrigatoriedade teve como objetivo diminuir a burocracia e
facilitar a vida do aposentado. "A portaria nº 1.408/22 esclarece que a prova
de vida será digital e feita pelo próprio INSS, ou seja, com o cruzamento de
dados oficiais será possível verificar que a pessoa está viva e exercendo direitos.
Não há nenhum contato telefônico previsto", afirma Gomes Júnior, que também é
presidente da ADDP (Associação de Defesa de Dados Pessoais e do
Consumidor).
"Infelizmente, os golpes digitais se multiplicam e os golpes
em nome do INSS e outros ministérios estão crescendo, como, por exemplo, o
envio de links fraudulentos informando a concessão de algum suposto benefício.
Saiba que se você se vacinou (contra a Covid-19), este dado bastará para que o
INSS saiba que você está vivo", complementa o advogado.
O
INSS esclarece que o segurado é contatado somente por meio das informações
fornecidas em seu cadastro (e-mail, telefone e endereço) e, por isso, é
importante que mantenha os dados junto ao INSS atualizados com caminhos para
contato. A atualização pode ser feita pelo Meu INSS e por meio da Central 135.
Por
sua vez, quando o segurado entra em contato com o INSS, o Instituto poderá
solicitar informações como CPF e nome da mãe para confirmação da identidade do
interessado e para que seja respeitado o sigilo das informações.
Caso
o cidadão que tenha sido notificado e tenha alguma dúvida, ele poderá ligar no
135, o telefone oficial do INSS para ter mais informações. Poderá ainda buscar
atendimento por meio do chat humanizado da assistente virtual do INSS, a Helô.
CONSIGNADO
Outra
forma de lesar os aposentados e pensionistas é por meio da efetivação de
empréstimos consignados não contratados ou a insistência para que eles venham a
tomar valores, mesmo que não necessitem. Em 2021 os bancos aplicaram 585 medidas
administrativas contra irregularidades em ofertas deste tipo de
empréstimo.
Esse
número representa um salto de 137% em relação a 2020, que registrou 247
intervenções do tipo. Também aumentaram as advertências e punições para
empresas. As ações mais severas indicam que os correspondentes não podem mais
trabalhar em nome das instituições financeiras. Essas informações são da
Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da ABBC (Associação Brasileira de
Bancos).
O
consignado é uma modalidade de crédito muito usada pelos aposentados e
pensionistas do INSS. Segundo a Associação dos Aposentados do Grande ABC, 70%
dos 354,5 mil segurados da região recorrem a essa fórmula de empréstimo.
A
Autorregulação do Crédito Consignado, instituída em janeiro de 2020 pela Febraban
e ABBC, foi criada com objetivo de melhorar o atendimento ao público que deseja
adquirir o empréstimo consignado. No último ano, 245 companhias foram
notificadas por suas atitudes, enquanto que em 2020 foram emitidos 134 alertas.
Agosto foi o mês de 2021 com mais advertências, registrando 32 casos. As
punições geradas contavam com suspensões que variam entre cinco e 30 dias, mas,
no total, 26 empresas foram retiradas permanentemente do vínculo com bancos.
"Algo
recorrente é a pessoa receber ligações de alguém que tem ciência que ela possui
um benefício do INSS, por exemplo, e oferece um empréstimo. Como soube disso?
Possivelmente, dados estão sendo vazados ou do próprio INSS ou dos banco",
afirma o presidente da ADDP.
Fonte:
Diário do Grande ABC
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