LEI COMPLEMENTAR Nº 150, DE 1º DE JUNHO DE 2015
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Dispõe sobre o
contrato de trabalho doméstico; altera as Leis no 8.212,
de 24 de julho de 1991, no 8.213, de 24 de julho de
1991, e no 11.196, de 21 de novembro de 2005; revoga o
inciso I do art. 3o da Lei no 8.009,
de 29 de março de 1990, o art. 36 da Lei no 8.213, de
24 de julho de 1991, a Lei no 5.859, de 11 de dezembro
de 1972, e o inciso VII do art. 12 da Lei no 9.250, de
26 de dezembro 1995; e dá outras providências.
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A PRESIDENTA
DA REPÚBLICA Faço saber que o
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei Complementar:
CAPÍTULO I
DO CONTRATO DE TRABALHO DOMÉSTICO
Art. 1o
Ao empregado doméstico, assim considerado aquele que presta serviços de forma
contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa
ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por
semana, aplica-se o disposto nesta Lei.
Parágrafo
único. É vedada a contratação de menor de 18 (dezoito) anos para
desempenho de trabalho doméstico, de acordo com a Convenção no 182,
de 1999, da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e com o Decreto no 6.481,
de 12 de junho de 2008
Art. 2o A
duração normal do trabalho doméstico não excederá 8 (oito) horas diárias e 44
(quarenta e quatro) semanais, observado o disposto nesta Lei.
§ 1o A
remuneração da hora extraordinária será, no mínimo, 50% (cinquenta por cento)
superior ao valor da hora normal.
§ 2o O
salário-hora normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se
o salário mensal por 220 (duzentas e vinte) horas, salvo se o contrato
estipular jornada mensal inferior que resulte em divisor diverso.
§ 3o O
salário-dia normal, em caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o
salário mensal por 30 (trinta) e servirá de base para pagamento do repouso
remunerado e dos feriados trabalhados.
§ 4o Poderá
ser dispensado o acréscimo de salário e instituído regime de compensação de horas,
mediante acordo escrito entre empregador e empregado, se o excesso de horas de
um dia for compensado em outro dia.
§ 5o No
regime de compensação previsto no § 4o:
I -
será devido o pagamento, como horas extraordinárias, na forma do § 1o,
das primeiras 40 (quarenta) horas mensais excedentes ao horário normal de
trabalho;
II -
das 40 (quarenta) horas referidas no inciso I, poderão ser deduzidas, sem o
correspondente pagamento, as horas não trabalhadas, em função de redução do
horário normal de trabalho ou de dia útil não trabalhado, durante o mês;
III
- o saldo de horas que excederem as 40 (quarenta) primeiras horas mensais de
que trata o inciso I, com a dedução prevista no inciso II, quando for o caso,
será compensado no período máximo de 1 (um) ano.
§ 6o
Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a
compensação integral da jornada extraordinária, na forma do § 5o,
o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas
sobre o valor da remuneração na data de rescisão.
§ 7o
Os intervalos previstos nesta Lei, o tempo de repouso, as horas não
trabalhadas, os feriados e os domingos livres em que o empregado que mora no
local de trabalho nele permaneça não serão computados como horário de
trabalho.
§ 8o
O trabalho não compensado prestado em domingos e feriados deve ser pago em
dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao repouso semanal.
Art. 3o
Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda
25 (vinte e cinco) horas semanais.
§ 1o
O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será proporcional
a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas mesmas funções, tempo
integral.
§ 2o
A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo parcial poderá ser
acrescida de horas suplementares, em número não excedente a 1 (uma) hora
diária, mediante acordo escrito entre empregador e empregado, aplicando-se-lhe,
ainda, o disposto nos §§ 2o e 3o do
art. 2o, com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias.
§ 3o
Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 (doze) meses
de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias, na
seguinte proporção:
I -
18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 (vinte e
duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas;
II -
16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 (vinte)
horas, até 22 (vinte e duas) horas;
III
- 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 (quinze)
horas, até 20 (vinte) horas;
IV -
12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) horas,
até 15 (quinze) horas;
V -
10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) horas,
até 10 (dez) horas;
VI -
8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 (cinco)
horas.
Art. 4o
É facultada a contratação, por prazo determinado, do empregado doméstico:
I - mediante
contrato de experiência;
II - para
atender necessidades familiares de natureza transitória e para substituição
temporária de empregado doméstico com contrato de trabalho interrompido ou
suspenso.
Parágrafo
único. No caso do inciso II deste artigo, a duração do contrato de
trabalho é limitada ao término do evento que motivou a contratação, obedecido o
limite máximo de 2 (dois) anos.
Art. 5o
O contrato de experiência não poderá exceder 90 (noventa) dias.
§ 1o
O contrato de experiência poderá ser prorrogado 1 (uma) vez, desde que a soma
dos 2 (dois) períodos não ultrapasse 90 (noventa) dias.
§ 2o
O contrato de experiência que, havendo continuidade do serviço, não for
prorrogado após o decurso de seu prazo previamente estabelecido ou que
ultrapassar o período de 90 (noventa) dias passará a vigorar como contrato de
trabalho por prazo indeterminado.
Art. 6o
Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o,
o empregador que, sem justa causa, despedir o empregado é obrigado a pagar-lhe,
a título de indenização, metade da remuneração a que teria direito até o termo
do contrato.
Art. 7o
Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o,
o empregado não poderá se desligar do contrato sem justa causa, sob pena de ser
obrigado a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato lhe
resultarem.
Parágrafo
único. A indenização não poderá exceder aquela a que teria direito o
empregado em idênticas condições.
Art. 8o
Durante a vigência dos contratos previstos nos incisos I e II do art. 4o,
não será exigido aviso prévio.
Art. 9o A
Carteira de Trabalho e Previdência Social será obrigatoriamente apresentada,
contra recibo, pelo empregado ao empregador que o admitir, o qual terá o prazo
de 48 (quarenta e oito) horas para nela anotar, especificamente, a data de
admissão, a remuneração e, quando for o caso, os contratos previstos nos
incisos I e II do art. 4o.
Art. 10. É
facultado às partes, mediante acordo escrito entre essas, estabelecer horário
de trabalho de 12 (doze) horas seguidas por 36 (trinta e seis) horas
ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso
e alimentação.
§ 1o
A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste
artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo
descanso em feriados, e serão considerados compensados os feriados e as
prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e
o § 5º do art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, e o art. 9o da
Lei no 605, de 5 de janeiro de 1949.
§ 2o
(VETADO).
Art. 11.
Em relação ao empregado responsável por acompanhar o empregador prestando
serviços em viagem, serão consideradas apenas as horas efetivamente trabalhadas
no período, podendo ser compensadas as horas extraordinárias em outro dia,
observado o art. 2o.
§ 1o
O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será condicionado à
prévia existência de acordo escrito entre as partes.
§ 2o
A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte e cinco por
cento) superior ao valor do salário-hora normal.
§ 3o
O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante
acordo, convertido em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério
do empregado.
Art. 12. É
obrigatório o registro do horário de trabalho do empregado doméstico por
qualquer meio manual, mecânico ou eletrônico, desde que idôneo.
Art.
13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou
alimentação pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas)
horas, admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e
empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
§ 1o
Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser
desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1
(uma) hora, até o limite de 4 (quatro) horas ao dia.
§ 2o
Em caso de modificação do intervalo, na forma do § 1o, é
obrigatória a sua anotação no registro diário de horário, vedada sua
prenotação.
Art. 14.
Considera-se noturno, para os efeitos desta Lei, o trabalho executado entre as
22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 1o
A hora de trabalho noturno terá duração de 52 (cinquenta e dois) minutos e 30
(trinta) segundos.
§ 2o
A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% (vinte
por cento) sobre o valor da hora diurna.
§ 3o
Em caso de contratação, pelo empregador, de empregado exclusivamente para
desempenhar trabalho noturno, o acréscimo será calculado sobre o salário
anotado na Carteira de Trabalho e Previdência Social.
§ 4o
Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e
noturnos, aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus
parágrafos.
Art. 15.
Entre 2 (duas) jornadas de trabalho deve haver período mínimo de 11 (onze)
horas consecutivas para descanso.
Art.
16. É devido ao empregado doméstico descanso semanal remunerado de,
no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos
domingos, além de descanso remunerado em feriados.
Art. 17. O
empregado doméstico terá direito a férias anuais remuneradas de 30 (trinta)
dias, salvo o disposto no § 3o do art. 3o,
com acréscimo de, pelo menos, um terço do salário normal, após cada período de
12 (doze) meses de trabalho prestado à mesma pessoa ou família.
§ 1o
Na cessação do contrato de trabalho, o empregado, desde que não tenha sido
demitido por justa causa, terá direito à remuneração relativa ao período
incompleto de férias, na proporção de um doze avos por mês de serviço ou fração
superior a 14 (quatorze) dias.
§ 2o
O período de férias poderá, a critério do empregador, ser fracionado em até 2 (dois)
períodos, sendo 1 (um) deles de, no mínimo, 14 (quatorze) dias corridos.
§ 3o
É facultado ao empregado doméstico converter um terço do período de férias a
que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria
devida nos dias correspondentes.
§ 4o
O abono de férias deverá ser requerido até 30 (trinta) dias antes do término do
período aquisitivo.
§ 5o
É lícito ao empregado que reside no local de trabalho nele permanecer durante
as férias.
§ 6o
As férias serão concedidas pelo empregador nos 12 (doze) meses subsequentes à
data em que o empregado tiver adquirido o direito.
Art. 18. É
vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por
fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, bem como por
despesas com transporte, hospedagem e alimentação em caso de acompanhamento em
viagem.
§ 1o
É facultado ao empregador efetuar descontos no salário do empregado em caso de
adiantamento salarial e, mediante acordo escrito entre as partes, para a
inclusão do empregado em planos de assistência médico-hospitalar e
odontológica, de seguro e de previdência privada, não podendo a dedução
ultrapassar 20% (vinte por cento) do salário.
§ 2o
Poderão ser descontadas as despesas com moradia de que trata
o caput deste artigo quando essa se referir a local diverso da
residência em que ocorrer a prestação de serviço, desde que essa possibilidade
tenha sido expressamente acordada entre as partes.
§ 3o
As despesas referidas no caput deste artigo não têm natureza salarial
nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos.
§ 4o
O fornecimento de moradia ao empregado doméstico na própria residência ou em
morada anexa, de qualquer natureza, não gera ao empregado qualquer direito de
posse ou de propriedade sobre a referida moradia.
Art. 19.
Observadas as peculiaridades do trabalho doméstico, a ele também se aplicam
as Leis nº 605, de 5 de janeiro de 1949, no 4.090, de
13 de julho de 1962, no 4.749, de 12 de agosto de 1965,
e no 7.418, de 16 de dezembro de 1985, e,
subsidiariamente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
Parágrafo
único. A obrigação prevista no art. 4º da Lei nº 7.418, de 16 de
dezembro de 1985, poderá ser substituída, a critério do empregador, pela
concessão, mediante recibo, dos valores para a aquisição das passagens
necessárias ao custeio das despesas decorrentes do deslocamento
residência-trabalho e vice-versa.
Art. 20. O
empregado doméstico é segurado obrigatório da Previdência Social, sendo-lhe
devidas, na forma da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991,
as prestações nela arroladas, atendido o disposto nesta Lei e observadas as
características especiais do trabalho doméstico.
Art. 21. É
devida a inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), na forma do regulamento a ser editado pelo Conselho Curador e
pelo agente operador do FGTS, no âmbito de suas competências, conforme disposto
nos arts. 5o e 7o da Lei no 8.036,
de 11 de maio de 1990, inclusive no que tange aos aspectos técnicos de
depósitos, saques, devolução de valores e emissão de extratos, entre outros
determinados na forma da lei.
Parágrafo
único. O empregador doméstico somente passará a ter obrigação de promover
a inscrição e de efetuar os recolhimentos referentes a seu empregado após a
entrada em vigor do regulamento referido no caput.
Art. 22. O
empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros e dois
décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada
empregado, destinada ao pagamento da indenização compensatória da perda do
emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao
empregado doméstico o disposto nos §§ 1o a 3o do
art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.
§ 1o
Nas hipóteses de dispensa por justa causa ou a pedido, de término do contrato
de trabalho por prazo determinado, de aposentadoria e de falecimento do
empregado doméstico, os valores previstos no caput serão movimentados
pelo empregador.
§ 2o
Na hipótese de culpa recíproca, metade dos valores previstos
no caput será movimentada pelo empregado, enquanto a outra metade
será movimentada pelo empregador.
§ 3o
Os valores previstos no caput serão depositados na conta vinculada do
empregado, em variação distinta daquela em que se encontrarem os valores
oriundos dos depósitos de que trata o inciso IV do art. 34 desta Lei, e somente
poderão ser movimentados por ocasião da rescisão contratual.
§ 4o
À importância monetária de que trata o caput, aplicam-se as disposições
da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, e da Lei no 8.844,
de 20 de janeiro de 1994, inclusive quanto a sujeição passiva e equiparações,
prazo de recolhimento, administração, fiscalização, lançamento, consulta,
cobrança, garantias, processo administrativo de determinação e exigência de
créditos tributários federais.
Art. 23.
Não havendo prazo estipulado no contrato, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindi-lo deverá avisar a outra de sua intenção.
§ 1o
O aviso prévio será concedido na proporção de 30 (trinta) dias ao empregado que
conte com até 1 (um) ano de serviço para o mesmo empregador.
§ 2o
Ao aviso prévio previsto neste artigo, devido ao empregado, serão acrescidos 3
(três) dias por ano de serviço prestado para o mesmo empregador, até o máximo
de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.
§ 3o
A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse
período ao seu tempo de serviço.
§ 4o
A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de
descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
§ 5o
O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio
indenizado.
Art. 24. O
horário normal de trabalho do empregado durante o aviso prévio, quando a
rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo
único. É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas)
horas diárias previstas no caput deste artigo, caso em que poderá
faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral, por 7 (sete) dias
corridos, na hipótese dos §§ 1o e 2o do
art. 23.
Art. 25. A
empregada doméstica gestante tem direito a licença-maternidade de 120 (cento e
vinte) dias, sem prejuízo do emprego e do salário, nos termos da Seção V do
Capítulo III do Título III da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio
de 1943.
Parágrafo
único. A confirmação do estado de gravidez durante o curso do contrato de
trabalho, ainda que durante o prazo do aviso prévio trabalhado ou indenizado,
garante à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na alínea "b"
do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias.
Art. 26. O
empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao benefício do
seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de
janeiro de 1990, no valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3
(três) meses, de forma contínua ou alternada.
§ 1o
O benefício de que trata o caput será concedido ao empregado nos
termos do regulamento do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (Codefat).
§ 2o
O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das demais
sanções cíveis e penais cabíveis:
I -
pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente
com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração
anterior;
II -
por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à
habilitação;
III
- por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do
seguro-desemprego; ou
IV -
por morte do segurado.
Art. 27.
Considera-se justa causa para os efeitos desta Lei:
I - submissão a
maus tratos de idoso, de enfermo, de pessoa com deficiência ou de criança sob
cuidado direto ou indireto do empregado;
II - prática de
ato de improbidade;
III -
incontinência de conduta ou mau procedimento;
IV - condenação
criminal do empregado transitada em julgado, caso não tenha havido suspensão da
execução da pena;
V - desídia no
desempenho das respectivas funções;
VI - embriaguez
habitual ou em serviço;
VII -
(VETADO);
VIII
- ato de indisciplina ou de insubordinação;
IX - abandono de
emprego, assim considerada a ausência injustificada ao serviço por, pelo menos,
30 (trinta) dias corridos;
X - ato lesivo à
honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas em serviço contra qualquer
pessoa, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
XI - ato lesivo
à honra ou à boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
doméstico ou sua família, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
XII - prática
constante de jogos de azar.
Parágrafo
único. O contrato de trabalho poderá ser rescindido por culpa do
empregador quando:
I - o empregador
exigir serviços superiores às forças do empregado doméstico, defesos por lei,
contrários aos bons costumes ou alheios ao contrato;
II - o empregado
doméstico for tratado pelo empregador ou por sua família com rigor excessivo ou
de forma degradante;
III
- o empregado doméstico correr perigo manifesto de mal considerável;
IV - o
empregador não cumprir as obrigações do contrato;
V - o empregador
ou sua família praticar, contra o empregado doméstico ou pessoas de sua
família, ato lesivo à honra e à boa fama;
VI - o
empregador ou sua família ofender o empregado doméstico ou sua família
fisicamente, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
VII
- o empregador praticar qualquer das formas de violência doméstica ou familiar
contra mulheres de que trata o art. 5o da Lei no 11.340,
de 7 de agosto de 2006.
Art. 28.
Para se habilitar ao benefício do seguro-desemprego, o trabalhador doméstico
deverá apresentar ao órgão competente do Ministério do Trabalho e
Emprego:
I - Carteira de
Trabalho e Previdência Social, na qual deverão constar a anotação do contrato
de trabalho doméstico e a data de dispensa, de modo a comprovar o vínculo
empregatício, como empregado
doméstico, durante pelo menos 15 (quinze) meses
nos últimos 24 (vinte e quatro) meses;
II - termo de
rescisão do contrato de trabalho;
III - declaração
de que não está em gozo de benefício de prestação continuada da Previdência
Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e
IV - declaração
de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua
manutenção e de sua família.
Art.
29. O seguro-desemprego deverá ser requerido de 7 (sete) a 90
(noventa) dias contados da data de dispensa.
Art. 30.
Novo seguro-desemprego só poderá ser requerido após o cumprimento de novo
período aquisitivo, cuja duração será definida pelo Codefat.
CAPÍTULO
II
DO
SIMPLES DOMÉSTICO
Art. 31. É
instituído o regime unificado de pagamento de tributos, de contribuições e dos
demais encargos do empregador doméstico (Simples Doméstico), que deverá ser
regulamentado no prazo de 120 (cento e vinte) dias a contar da data de entrada
em vigor desta Lei.
Art.
32. A inscrição do empregador e a entrada única de dados cadastrais
e de informações trabalhistas, previdenciárias e fiscais no âmbito do Simples
Doméstico dar-se-ão mediante registro em sistema eletrônico a ser
disponibilizado em portal na internet, conforme regulamento.
Parágrafo
único. A impossibilidade de utilização do sistema eletrônico será objeto
de regulamento, a ser editado pelo Ministério da Fazenda e pelo agente operador
do FGTS.
Art. 33. O
Simples Doméstico será disciplinado por ato conjunto dos Ministros de Estado da
Fazenda, da Previdência Social e do Trabalho e Emprego que disporá sobre a
apuração, o recolhimento e a distribuição dos recursos recolhidos por meio do
Simples Doméstico, observadas as disposições do art. 21 desta Lei.
§ 1o
O ato conjunto a que se refere o caput deverá dispor também sobre o
sistema eletrônico de registro das obrigações trabalhistas, previdenciárias e
fiscais e sobre o cálculo e o recolhimento dos tributos e encargos trabalhistas
vinculados ao Simples Doméstico.
§ 2o
As informações prestadas no sistema eletrônico de que trata o § 1o:
I -
têm caráter declaratório, constituindo instrumento hábil e suficiente para a
exigência dos tributos e encargos trabalhistas delas resultantes e que não
tenham sido recolhidos no prazo consignado para pagamento; e
II -
deverão ser fornecidas até o vencimento do prazo para pagamento dos tributos e
encargos trabalhistas devidos no Simples Doméstico em cada mês, relativamente
aos fatos geradores ocorridos no mês anterior.
§ 3o
O sistema eletrônico de que trata o § 1o deste artigo e
o sistema de que trata o caput do art. 32 substituirão, na forma
regulamentada pelo ato conjunto previsto no caput, a obrigatoriedade de
entrega de todas as informações, formulários e declarações a que estão sujeitos
os empregadores domésticos, inclusive os relativos ao recolhimento do
FGTS.
Art. 34. O
Simples Doméstico assegurará o recolhimento mensal, mediante documento único de
arrecadação, dos seguintes valores:
I - 8% (oito por
cento) a 11% (onze por cento) de contribuição previdenciária, a cargo do
segurado empregado doméstico, nos termos do art. 20 da Lei nº 8.212, de 24
de julho de 1991;
II - 8% (oito
por cento) de contribuição patronal previdenciária para a seguridade social, a
cargo do empregador doméstico, nos termos do art. 24 da Lei no 8.212,
de 24 de julho de 1991;
III - 0,8% (oito
décimos por cento) de contribuição social para financiamento do seguro contra
acidentes do trabalho;
IV - 8% (oito
por cento) de recolhimento para o FGTS;
V - 3,2% (três
inteiros e dois décimos por cento), na forma do art. 22 desta Lei; e
VI - imposto
sobre a renda retido na fonte de que trata o inciso I do art. 7o da
Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, se incidente.
§ 1o
As contribuições, os depósitos e o imposto arrolados nos incisos I a VI incidem
sobre a remuneração paga ou devida no mês anterior, a cada empregado, incluída
na remuneração a gratificação de Natal a
que se refere a Lei no 4.090,
de 13 de julho de 1962, e a Lei no 4.749, de 12 de agosto
de 1965.
§ 2o
A contribuição e o imposto previstos nos incisos I e VI
do caput deste artigo serão descontados da remuneração do empregado
pelo empregador, que é responsável por seu recolhimento.
§ 3o
O produto da arrecadação das contribuições, dos depósitos e do imposto de que
trata o caput será centralizado na Caixa Econômica Federal.
§ 4o
A Caixa Econômica Federal, com base nos elementos identificadores do
recolhimento, disponíveis no sistema de que trata o § 1o do
art. 33, transferirá para a Conta Única do Tesouro Nacional o valor arrecadado
das contribuições e do imposto previstos nos incisos I, II, III e VI
do caput.
§ 5o
O recolhimento de que trata o caput será efetuado em instituições
financeiras integrantes da rede arrecadadora de receitas federais.
§ 6o
O empregador fornecerá, mensalmente, ao empregado doméstico cópia do documento
previsto no caput.
§ 7o
O recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, e a exigência
das contribuições, dos depósitos e do imposto, nos valores definidos nos
incisos I a VI do caput, somente serão devidos após 120 (cento e vinte)
dias da data de publicação desta Lei.
Art. 35. O
empregador doméstico é obrigado a pagar a remuneração devida ao empregado
doméstico e a arrecadar e a recolher a contribuição prevista no inciso I do
art. 34, assim como a arrecadar e a recolher as contribuições, os depósitos e o
imposto a seu cargo discriminados nos incisos II, III, IV, V e VI do caput do
art. 34, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência.
§ 1o
Os valores previstos nos incisos I, II, III e VI do caput do
art. 34 não recolhidos até a data de vencimento sujeitar-se-ão à incidência de
encargos legais na forma prevista na legislação do imposto sobre a renda.
§ 2o
Os valores previstos nos incisos IV e V, referentes ao FGTS, não recolhidos até
a data de vencimento serão corrigidos e terão a incidência da respectiva multa,
conforme a Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.
CAPÍTULO III
DA LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA E
TRIBUTÁRIA
Art. 36. O
inciso V do art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de
1991, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art.30..........................................................................
............................................................................................
V
- o empregador doméstico é obrigado a arrecadar e a recolher a
contribuição do segurado empregado a seu serviço, assim como a parcela a seu
cargo, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência;
...................................................................................."
(NR)
Art. 37.
A Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar
com as seguintes alterações:
"Art.18...........................................................................
.............................................................................................
§ 1o Somente
poderão beneficiar-se do auxílio-acidente os segurados incluídos nos incisos I,
II, VI e VII do art. 11 desta Lei.
...................................................................................."
(NR)
"Art.
19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço de empresa ou de empregador doméstico ou pelo exercício do trabalho dos
segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão
corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
.................................................................................."
(NR)
"Art.
21-A. A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando
constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o
agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa ou do empregado
doméstico e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na
Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com o que
dispuser o regulamento.
...........................................................................................
§ 2o A
empresa ou o empregador doméstico poderão requerer a não aplicação do nexo
técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso, com efeito suspensivo,
da empresa, do empregador doméstico ou do segurado ao Conselho de Recursos da
Previdência Social." (NR)
"Art.
22. A empresa ou o empregador doméstico deverão comunicar o acidente do
trabalho à Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência
e, em caso de morte, de imediato, à autoridade competente, sob pena de multa
variável entre o limite mínimo e o limite máximo do salário de contribuição,
sucessivamente aumentada nas reincidências, aplicada e cobrada pela Previdência
Social.
................................................................................."
(NR)
"Art.
27. Para cômputo do período de carência, serão consideradas as
contribuições:
I -
referentes ao período a partir da data de filiação ao Regime Geral de
Previdência Social (RGPS), no caso dos segurados empregados, inclusive os
domésticos, e dos trabalhadores avulsos;
II -
realizadas a contar da data de efetivo pagamento da primeira contribuição sem
atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas com
atraso referentes a competências anteriores, no caso dos segurados contribuinte
individual, especial e facultativo, referidos, respectivamente, nos incisos V e
VII do art. 11 e no art. 13." (NR)
"Art.
34. No cálculo do valor da renda mensal do benefício, inclusive o
decorrente de acidente do trabalho, serão computados:
I -
para o segurado empregado, inclusive o doméstico, e o trabalhador avulso, os
salários de contribuição referentes aos meses de contribuições devidas, ainda
que não recolhidas pela empresa ou pelo empregador doméstico, sem prejuízo da
respectiva cobrança e da aplicação das penalidades cabíveis, observado o
disposto no § 5o do art. 29-A;
II -
para o segurado empregado, inclusive o doméstico, o trabalhador avulso e o
segurado especial, o valor mensal do auxílio-acidente, considerado como salário
de contribuição para fins de concessão de qualquer aposentadoria, nos termos do
art. 31;
.................................................................................."
(NR)
"Art.
35. Ao segurado empregado, inclusive o doméstico, e ao trabalhador avulso
que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado,
mas não possam comprovar o valor de seus salários de contribuição no período
básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta
renda ser recalculada quando da apresentação de prova dos salários de
contribuição." (NR)
"Art.
37. A renda mensal inicial, recalculada de acordo com o disposto no art.
35, deve ser reajustada como a dos benefícios correspondentes com igual data de
início e substituirá, a partir da data do requerimento de revisão do valor do
benefício, a renda mensal que prevalecia até então." (NR)
"Art.
38. Sem prejuízo do disposto no art. 35, cabe à Previdência Social manter
cadastro dos segurados com todos os informes necessários para o cálculo da
renda mensal dos benefícios." (NR)
"Art.
63. O segurado empregado, inclusive o doméstico, em gozo de
auxílio-doença será considerado pela empresa e pelo empregador doméstico como
licenciado.
................................................................................"
(NR)
"Art.
65. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado empregado,
inclusive o doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na proporção do
respectivo número de filhos ou equiparados nos termos
do § 2o do art. 16 desta Lei, observado o disposto
no art. 66.
..................................................................................."
(NR)
"Art.67...........................................................................
Parágrafo
único. O empregado doméstico deve apresentar apenas a certidão de
nascimento referida no caput." (NR)
"Art.
68. As cotas do salário-família serão pagas pela empresa ou pelo
empregador doméstico, mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a
compensação quando do recolhimento das contribuições, conforme dispuser o
Regulamento.
§ 1o
A empresa ou o empregador doméstico conservarão durante 10 (dez) anos os
comprovantes de pagamento e as cópias das certidões correspondentes, para
fiscalização da Previdência Social.
.............................................................................."
(NR)
Art. 38. O
art. 70 da Lei no 11.196, de 21 de novembro de 2005, passa
a vigorar com a seguinte redação:
"Art.70.........................................................................
I -
................................................................................
...........................................................................................
d) até
o dia 7 do mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores, no caso de
pagamento de rendimentos provenientes do trabalho assalariado a empregado
doméstico; e
e)
até o último dia útil do segundo decêndio do mês subsequente ao mês de
ocorrência dos fatos geradores, nos demais casos;
................................................................................"
(NR)
CAPÍTULO IV
DO PROGRAMA DE RECUPERAÇÃO
PREVIDENCIÁRIA DOS EMPREGADORES DOMÉSTICOS (REDOM)
Art. 39. É
instituído o Programa de Recuperação Previdenciária dos Empregadores Domésticos
(Redom), nos termos desta Lei.
Art. 40.
Será concedido ao empregador doméstico o parcelamento dos débitos com o
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) relativos à contribuição de que
tratam os arts. 20 e 24 da Lei no 8.212, de 24
de julho de 1991, com vencimento até 30 de abril de 2013.
§ 1o
O parcelamento abrangerá todos os débitos existentes em nome do empregado e do
empregador, na condição de contribuinte, inclusive débitos inscritos em dívida
ativa, que poderão ser:
I -
pagos com redução de 100% (cem por cento) das multas aplicáveis, de 60%
(sessenta por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre os
valores dos encargos legais e advocatícios;
II -
parcelados em até 120 (cento e vinte) vezes, com prestação mínima no valor de
R$ 100,00 (cem reais).
§ 2o O
parcelamento deverá ser requerido no prazo de 120 (cento e vinte) dias após a
entrada em vigor desta Lei.
§ 3o A
manutenção injustificada em aberto de 3 (três) parcelas implicará, após
comunicação ao sujeito passivo, a imediata rescisão do parcelamento e, conforme
o caso, o prosseguimento da cobrança.
§ 4o Na
hipótese de rescisão do parcelamento com o cancelamento dos benefícios
concedidos:
I -
será efetuada a apuração do valor original do débito, com a incidência dos
acréscimos legais, até a data de rescisão;
II -
serão deduzidas do valor referido no inciso I deste parágrafo as parcelas
pagas, com a incidência dos acréscimos legais, até a data de rescisão.
Art. 41. A
opção pelo Redom sujeita o contribuinte a:
I - confissão
irrevogável e irretratável dos débitos referidos no art. 40;
II - aceitação
plena e irretratável de todas as condições estabelecidas;
III - pagamento
regular das parcelas do débito consolidado, assim como das contribuições com
vencimento posterior a 30 de abril de 2013.
CAPÍTULO V
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 42. É
de responsabilidade do empregador o arquivamento de documentos comprobatórios
do cumprimento das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias, enquanto
essas não prescreverem.
Art. 43. O
direito de ação quanto a créditos resultantes das relações de trabalho
prescreve em 5 (cinco) anos até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do
contrato de trabalho.
Art. 44.
A Lei no 10.593, de 6 de dezembro de 2002, passa a vigorar
acrescida do seguinte art. 11-A:
"Art.
11-A. A verificação, pelo Auditor-Fiscal do Trabalho, do cumprimento
das normas que regem o trabalho do empregado doméstico, no âmbito do domicílio
do empregador, dependerá de agendamento e de entendimento prévios entre a
fiscalização e o empregador.
§ 1o
A fiscalização deverá ter natureza prioritariamente orientadora.
§ 2o
Será observado o critério de dupla visita para lavratura de auto de infração,
salvo quando for constatada infração por falta de anotação na Carteira de
Trabalho e Previdência Social ou, ainda, na ocorrência de reincidência, fraude,
resistência ou embaraço à fiscalização.
§ 3o
Durante a inspeção do trabalho referida no caput, o Auditor-Fiscal do
Trabalho far-se-á acompanhar pelo empregador ou por alguém de sua família por
este designado."
Art. 45.
As matérias tratadas nesta Lei Complementar que não sejam reservadas
constitucionalmente a lei complementar poderão ser objeto de alteração por lei
ordinária.
Art. 46.
Revogam-se o inciso I do art. 3o da Lei no 8.009,
de 29 de março de 1990, e a Lei no 5.859, de 11 de
dezembro de 1972.
Art. 47. Esta
Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 1o de
junho de 2015; 194o da Independência e 127o da
República.
DILMA
ROUSSEFF
Marivaldo de Castro Pereira
Tarcísio José Massote de Godoy
Manoel Dias
Carlos Eduardo Gabas
Miguel Rossetto
Giovanni Benigno Pierre da Conceição
Harvey
Eleonora Menicucci de Oliveira