Programa de regularização permite o parcelamento de
dívidas do Simples com até 90% de desconto sobre multas e juros.
Foi
publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 29 de abril de 2022, a
Instrução Normativa RFB nº 2.078, que regulamenta, no âmbito da Receita
Federal, o Programa de Reescalonamento do Pagamento de Débitos no Âmbito do
Simples Nacional (Relp) instituído pela Lei Complementar nº 193, de 17 de março
de 2022.
O
programa se aplica às micro e pequenas empresas, inclusive o MEI, estando ou
não atualmente no Simples Nacional. Ou seja, mesmo que tenha sido excluída ou
desenquadrada do regime, a empresa poderá aderir ao programa e parcelar suas
dívidas, desde que tenham sido apuradas pelo Simples, com vencimento até
fevereiro de 2022.
A
Receita Federal estima que cerca de 400 mil empresas farão adesão ao programa,
parcelando aproximadamente 8 bilhões de reais junto ao órgão.
O
pagamento poderá ser realizado em até 180 vezes, com redução de até 90%
(noventa por cento) das multas e juros, dependendo do volume da perda de
receita da empresa durante os meses de março a dezembro de 2020 (calculado em
relação a 2019). Parcelamentos rescindidos ou em andamento também poderão ser
incluídos.
O
objetivo do Relp é proporcionar melhores condições para que as microempresas e
empresas de pequeno porte e MEI possam enfrentar os efeitos econômicos causados
pela pandemia da Covid-19, permitindo que se mantenham regularizadas.
Como aderir?
Para
aderir ao programa o representante da empresa deve acessar o portal e-CAC,
disponível no site da Receita Federal, em gov.br/receitafederal, e clicar em Pagamentos e
Parcelamentos, seguido de "Parcelar dívidas do SN pela LC 193/2022
(RELP)" ou "Parcelar dívidas do MEI pela LC 193/2022 (RELP)",
conforme o caso. As adesões também estão disponíveis pelo Portal do Simples
Nacional, em gov.br/receitafederal/simples. O
prazo de adesão acaba no dia 31 de maio de 2022.
Durante
a adesão, a empresa deverá indicar as dívidas que serão incluídas no programa.
Se optar por incluir dívidas parceladas ou em discussão administrativa,
precisará desistir do parcelamento ou processo, conforme o caso.
A aprovação do
pedido de adesão fica condicionada ao pagamento da primeira prestação e quem
não pagar integralmente os valores de entrada até o 8º (oitavo) mês de ingresso
no Relp (previstos no art. 4º da IN), terá a adesão cancelada.
Quais as modalidades?
Quem teve a receita
bruta reduzida em:
· 80% ou mais (ou ficou
inativo): paga
1% da dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante
parcelado em até 180 vezes, com 90% de desconto sobre multas e juros.
· 60%: paga 2,5% da
dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante parcelado
em até 180 vezes, com 85% de desconto sobre multas e juros.
· 45%: paga 5,0% da
dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante parcelado
em até 180 vezes, com 80% de desconto sobre multas e juros.
· 30%: paga 7,5% da
dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante parcelado
em até 180 vezes, com 75% de desconto sobre multas e juros.
· 15%: paga 10% da
dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante parcelado
em até 180 vezes, com 70% de desconto sobre multas e juros.
· Sem perda (0): paga 12,5% da
dívida total, sem redução, em até 8 vezes (até novembro) e o restante parcelado
em até 180 vezes, com 65% de desconto sobre multas e juros.
Atenção! O saldo da
dívida referente especificamente às contribuições previdenciárias retidas de
segurados (Art. 195, I, 'a', e II da CF/88) poderá ser parcelado em no máximo
60 vezes.
Como pagar as parcelas?
O saldo parcelado em
até 180 vezes deve respeitar os seguintes valores mínimos:
· do 1ª à 12ª parcela
(primeiro ano): 0,4% do saldo consolidado da dívida;
· da 13ª à 24ª parcela
(segundo ano): 0,5% do saldo consolidado da dívida;
· da 25ª à 36ª parcela
(terceiro ano): 0,6% do saldo consolidado da dívida; e
· a partir da 37ª
parcela, o saldo, dividido em até 144 vezes.
As parcelas também
não poderão ser inferiores a R$ 300,00 para micro e pequenas empresas, ou R$
50,00 para MEI.
A
cada parcela é acrescido juros equivalentes à taxa Selic, acumulada
mensalmente, calculados a partir do mês subsequente ao da consolidação (pedido
de adesão) até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento)
relativamente ao mês em que o pagamento for efetuado.
O que não entra no Relp?
Não entram no Relp
as multas por descumprimento de obrigação acessória, como as por atraso na
entrega de declarações, as contribuições previdenciárias apuradas na forma dos
anexos IV e V da Lei Complementar nº 123/2006, os demais débitos não abrangidos
pelo Simples Nacional e as dívidas de empresas com falência decretada.
Para mais
informações sobre o RELP leia a Instrução Normativa RFB nº
2.078/2022.
Fonte:
Receita Federal do Brasil