Para a Receita
Federal, PIX é uma modalidade de pagamento à vista análoga ao dinheiro em
espécie. Vendas pagas com PIX estão inclusas no faturamento para efeito dos
limites do Simples.
Vendas de empresas via PIX são análogas às
operações pagas pelos clientes à vista, em dinheiro vivo, quando há
transferência imediata do valor da mercadoria. E, segundo a Secretaria da Receita
Federal, são consideradas no faturamento das empresas para fins de
enquadramento no Simples Nacional.
Implementado pelo
Banco Central, o PIX é um sistema de transferências em tempo real e 24 horas
por dia, que também vem sendo utilizado por empresas como uma forma de pagamento
de produtos e serviços.
"O PIX é
análogo ao dinheiro em espécie. As vendas pagas com PIX estão inclusas no
faturamento para efeito dos limites do Simples Nacional", declarou a
Secretaria da Receita Federal ao ser questionada pelo g1.
As vendas por meio de transferências
eletrônicas, entretanto, são mais fáceis de serem fiscalizadas pela Receita
Federal. Porque, ao contrário do dinheiro em espécie, deixam rastro no
sistema de pagamentos.
Questionada
pelo g1, a Receita Federal informou que não estão sendo
notificadas empresas do Simples com base nas movimentações financeiras do PIX,
assim como também não foram lavrados autos de infração.
As fiscalizações do
Simples, porém, também são realizadas pelas receitas estaduais e municipais,
pois a arrecadação é compartilhada.
Limites do Simples
O Simples Nacional é o regime
simplificado de tributação destinado a microempresas e empresas de pequeno
porte.
Microempreendedor
individual: limite de R$ 81 mil por ano e, para transportador autônomo de
cargas, de R$ 251.600,00 por ano.
No caso das
microempresas, o limite de faturamento anual é de até R$ 360 mil. Para as
empresas de pequeno porte, o valor é R$ 4,8 milhões.
Em janeiro de 2022 o governo editou medidas para regularizar
dívidas de microempreendedores individuais (MEIs) e de pequenas empresas optantes
do programa.
Fisco e as movimentações financeiras
Em 2020, assim que o
PIX foi implementado, a Receita Federal informou que acompanharia de perto as movimentações financeiras efetuadas pelos
brasileiros e pelas empresas por meio do novo sistema instantâneo de
pagamentos.
"As informações
sobre movimentação financeira dos contribuintes permanecem sendo importantes
para identificar irregularidades e dar efetividade ao cumprimento das leis
tributárias", informou o órgão ao g1 naquele
momento.
De acordo com a
Receita, a prestação de dados financeiros pelos bancos assegura os
"elementos mínimos necessários para garantir os meios para que a
Administração Tributária consiga ser efetiva no cumprimento de sua
missão".
E acrescentou:
"Portanto os valores globais de movimentação financeira e saldos continuam
sendo declarados [pelas instituições financeiras ao Fisco] da mesma forma, sem
diferenciar se são oriundos do PIX ou de TED, por exemplo".
O órgão lembra que
os bancos informam transferências bancárias de contribuintes por meio da
"e-Financeira". "Apenas os valores globais a débito e crédito
consolidados mensalmente por conta e por contribuinte", explicou a
Receita, em 2020.
Na avaliação do
órgão, os dados da e-Financeira "são uma base importante de dados para a
Receita Federal e têm ganhado uma importância crescente no mundo todo em razão
da necessidade de transparência, conformidade e combate a ilícitos".
Fonte:
G1
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