Cafeterias oferecem estrutura para ser mais confortável e funcional, mas
clientes também precisam se ajustar quanto à sua permanência na casa
Juntar o útil ao agradável é mesmo um talento
brasileiro. Que o diga o gosto pela tendência universal de unir o serviço de cafeteria à rotina de trabalho, no
recém-chamado 'coffee office'.
Entre uma planilha e outra, que antecede aquela reunião virtual, possível
apenas com a ajudinha do wi-fi, a brecha perfeita para algumas xícaras de café e vários copos d'água. Vai consumir
algo mais da cozinha, senhor?
A pergunta ilustra o
questionamento de qualquer atendente de salão. É que antes de o lugar se tornar
o escritório do momento, há uma origem voltada para outros consumos. Logo,
algumas adaptações já podem ser vistas nesse mercado, a fim de agradar os dois
lados da história.
"Se visitarmos cafeterias pelo Brasil, teremos outros exemplos de ações como a
vinculação de um consumo mínimo, ligado à liberação de acesso à internet. Houve
um tempo em que a liberação de acesso ao wi-fi estava vinculado a fazer o
'check-in no Facebook', entre outras ações", diz o presidente da Associação dos
Empresários de Cafeterias de Especialidades de Pernambuco (ASCAPE), Daniel
Oliveira - também sócio do Fridda Café.
Impulso
da pandemia
Por mais que a
pandemia tenha forçado as pessoas a viverem o modelo remoto de trabalho, essa
dinâmica já vinha acontecendo em tempos anteriores. Ainda segundo Daniel, o que
se vê, atualmente, é o aumento acentuado.
"Temos
dois movimentos importantes que vêm acontecendo. Cafeterias que possuem um
espaço maior e que podem direcionar esses consumidores para uma área de
'coworking' têm criado alternativas para receber esse público que, normalmente,
passa um grande tempo na cafeteria e não consome tanto. Por outro lado, aquelas
de pequeno porte e que precisam que o consumo e giro de clientes seja maior,
estão reduzindo, por exemplo, o número de tomadas disponíveis para ligar os
notebooks", destaca.
A estrutura de salão colorido, café especial e cardápio abastecido de comfort
food formam o cenário ideal para quem lida com criatividade. Assim tem sido para
o público do Café
com Dengo, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife.
"Foi com a mudança de espaço físico em janeiro, junto com a volta da
circulação das pessoas, devido à pandemia, que percebemos o maior número de
pessoas vindo trabalhar por aqui. Acredito que tanto o espaço mais amplo, mais
iluminado, com mais tomadas ajudou, como também a mudança que a pandemia trouxe
em relação ao home office, nesse caso um 'coffee office'", diz a proprietária
Natália Valença, que tem capacidade para atender até 50 pessoas.
Para o barista e proprietário do Café do Brejo, em
Santo Amaro, Gabriel Althoff, o café de procedência é um dos grandes
estimuladores. "Hoje, com nossa mudança de negócio para ser uma cafeteria
voltada ao café exclusivo, vimos uma turma bacana chegar e aproveitar para
trabalhar. O consumidor tem que entender que o local é voltado para a venda e
que precisa funcionar na troca. Disponibilizamos o espaço com wi-fi e
ar-condicionado, além de funcionários treinados na área do café", aponta. Seu
espaço comporta até 15 pessoas, com média de 30 minutos no local.
Em geral, nenhum estabelecimento nessa área pode delimitar uma quantidade
mínima de consumo que dê direito a usufruir do ambiente. O que muitos baristas
e donos de cafeterias têm contado é com o bom senso do público na utilização
desses espaços. Aqui, vai uma ajudinha na hora de escolher o próximo endereço
de trabalho.
Regrinhas de etiqueta no
'coffee office'
- Fique atento à
proporção dentre o tempo e o consumo
- Se está sozinho,
não ocupe mesa para quatro pessoas
- Se a mesa for
compartilhada, também convém não espalhar bolsas, notebook, caderno e outros
itens
- Respeito o horário
de funcionamento da casa
- Vai fazer uma
reunião em grupo? Não exceda no barulho
Fonte:
Folha de Pernambuco
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