Brasil
ocupa o sexto lugar em lista de países com maior número de vazamentos de
informações na web.
Além
disso, um em cada três brasileiros foi vítima ou conhece alguém que caiu em
armadilhas de criminosos. A chance de cair em um golpe é alta, principalmente,
em grupos com menos instrução tecnológica.
O avanço da tecnologia e o uso mais intenso da internet por meio de aparelhos
celulares proporcionou muitas comodidades aos usuários. Ao mesmo tempo, aumentou
o perigo de que informações pessoais sejam usadas por hackers ou pessoas mal
intencionadas para a prática de crimes.
O vazamento de dados é algo que ocorre
há muito tempo, mas, atualmente, ganhou proporções significativas. Portanto,
todo cuidado é pouco para não se tornar mais uma vítima de crimes cibernéticos.
Em um levantamento publicado no site da empresa holandesa de segurança virtual
Surfshark, o Brasil aparece como o sexto país em número de dados vazados no ano
passado - 24,2 milhões. Mesmo assim, o número pode ser muito maior, visto que
foi em janeiro de 2021 que houve no país o maior megavazamento de dados
pessoais, quando 232 milhões de informações foram violadas.
O número divulgado na época assustou muitos brasileiros, visto que era maior do
que a própria população do país, estimada em 212 milhões pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre as informações violadas,
constavam números de CPF, telefone, e-mail, domicílios e salários, entre
outros.
Nas informações vazadas também havia dados pessoais relacionados ao Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS). O repórter cinematográfico Lucio Alves, de 53
anos, foi um dos que tiveram dados do INSS vazados, embora não possa afirmar se
essas informações foram violadas em decorrência daquele episódio. O que ele
sabe é que um criminoso utilizou os dados para contratar um empréstimo
consignado de R$ 52 mil em uma conta com seu nome.
"Descobri que uma pessoa de Alagoas tinha
feito esse registro com alguns dados meus. O CPF estava certo, o nome também,
mas o endereço era de Maceió e não era o meu telefone. Aí, peguei todos os
documentos, fiz um boletim de ocorrência e meu advogado deu entrada no
processo", relata Alves.
Ele ainda conta que recebia muitas ligações de telemarketing de bancos com os
quais não possuía nenhum vínculo. "É um assédio violento. Você imagina quantos
aposentados não caíram, sem saber, em um golpe desses - a pessoa que não tem
acesso à tecnologia, o idoso de 70 a 80 anos que mexe no aplicativo", afirma.
Armadilhas
A chance de cair em um golpe é alta, principalmente, em grupos com menos
instrução tecnológica. Segundo levantamento do Instituto Datafolha, um em cada
três brasileiros foi vítima ou conhece alguém que caiu em armadilhas de
criminosos na internet. Para evitar transtornos, o delegado de Repressão Contra
Crimes Cibernéticos da Polícia Civil-DF, Dário Freitas, diz que o usuário deve
sempre ter cuidado antes de clicar em links desconhecidos e evitar se expor
pela internet. "Outra precaução é tentar saber quais são as principais fraudes
que estão ocorrendo no momento. Isso ajuda, e muito, a não ser vítima de algum
crime que esteja sendo cometido pela internet", afirma.
Fique
esperto!
Veja as dicas do delegado Dário Freitas, da Polícia Civil do DF, para ajudar as
pessoas a não serem vítimas de crimes virtuais.
»
Utilize a confirmação em duas etapas
- As redes sociais disponibilizam essas opções de segurança, que vão além da
própria senha. Elas são chamadas de confirmação em duas etapas ou autenticação
em dois fatores. No caso de a pessoa perder a senha, haverá a solicitação dessa
verificação.
» Converse com a pessoa que está vendendo
- A dica vale para quem usa sites de compras. Conversar ajuda a perceber
se você está em contato com pessoa de confiança, e não com um golpista que, em
regra, não quer perder muito tempo respondendo a perguntas de teor particular.
»
Não empreste dinheiro atendendo pedidos pela internet
- Caso receba mensagem em que um familiar ou amigo pede ajuda financeira
urgente, entre em contato com essa pessoa para saber se foi ela, de fato, quem
fez o pedido. Nunca transfira dinheiro antes de fazer essa verificação simples.
» Nunca passe a senha bancária para outras
pessoas, ainda que sejam familiares, amigos ou pessoas próximas.
» Tenha cuidado antes de clicar em links
desconhecidos
- É preciso ter muita cautela com esses
links, que são recebidos, sobretudo, por meio das redes sociais ou por
aplicativos de mensagem.
» Evite se expor na internet
- É preciso atenção para evitar que
pessoas mal intencionadas tenham a chance de utilizar suas informações
pessoais, como nome e CPF para a aplicação de golpes.
»
Tente saber quais são os golpes que estão ocorrendo no momento
- Isso ajuda, e muito, que você não seja vítima de algum crime que esteja sendo
cometido pela internet.
Fonte: Correio Brasiliense
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