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100 anos de Imposto de Renda - curiosidades - parte II


Publicada em 18/12/2022 às 10:00h 

Quem não tinha filho, pagava mais imposto; quem pagava antes, tinha desconto no Imposto de Renda; alíquota de 65%.


Neste ano de 2022 está completando 100 anos da instituição do Imposto de Renda no Brasil.



Veja alguns fatos interessantes da história deste tributo - que teve suas versões embrionárias, temporárias, desde os tempos do Império mas que só transformou-se no IRPF que conhecemos hoje.



Em 1941, não ter filhos gerava acréscimos!



Um dos grandes dilemas do Brasil no começo do século XX era sua reduzida população e o esparso povoamento do território. Por isso, o governo Vargas chegou a dar prêmios a famílias que produzissem quatro filhos ou mais.



Neste mesmo sentido, em 1941, o Imposto de Renda ganhou uma regra especial: homens solteiros ou viúvos, maiores de 25 anos de idade e sem filhos, pagariam 15% a mais do que aqueles com filhos. Já os casados sem filhos pagariam 10%.


Ainda, quem tivesse mais de 45 anos de idade e um único filho pagaria adicional de 5%.


Quem pagava antes, pagava menos


Em 1947, foi criado um desconto para quem pagasse o IRPF antes do prazo. Eram 5% para quem pagasse em janeiro, 3% em fevereiro e 1% em março. A regra valeu até 1974.


Confusões e mal entendidos às vezes eram engraçados


Em 1963, os contribuintes passaram a ter que declarar não só rendimentos mas também a relação de seus bens, como ocorre até hoje.


Isso levou a algumas confusões e exageros nos primeiros anos.


Em 1982, um cidadão chegou a ficar momentaneamente famoso (virou "meme" bem antes de os memes existirem) após entregar uma lista tão detalhada que incluía até discos, livros, panelas e peças de roupas íntimas.


Preocupações ecológicas há 60 anos atrás


Em 1966, as regras do IR passaram a dar incentivos fiscais a quem despendia dinheiro em ações de florestamento ou reflorestamento. Esses valores podiam ser deduzidos integralmente do cálculo do imposto.


Para isso, era preciso ser proprietário da área reflorestada e apresentar um projeto aprovado pelo Ministério da Agricultura.



Houve um tempo em que os super-ricos pagavam, e pagavam muito!


A progressividade (quem pode mais, paga mais) do IRPF atingiu seu auge entre os anos 1960 e 1980.


O período em que mais se tributou os super-ricos foi entre 1963 e 1965, quando existia uma faixa máxima de 65% dos rendimentos dessa classe.



Este caráter progressivo e proporcional do imposto foi sendo amenizado mas, em 1989, a tabela do Imposto de Renda ainda tinha nove faixas, indo de 10% até 45%.


De 1989 em diante esta progressividade foi sendo reduzida - com os percentuais para maiores rendas diminuindo. Em 1996, os lucros e dividendos (principais fontes de renda dos grandes empresários) passaram a ser isentos de tributação de renda.



Com isso, o peso da tributação foi recaindo, cada vez mais, sobre os ombros da classe média e dos trabalhadores em geral.








Fonte: Receita Federal do Brasil, com edição do texto pela M&M Assessoria Contábil





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