Quem não tinha filho,
pagava mais imposto; quem pagava antes, tinha desconto no Imposto de Renda;
alíquota de 65%.
Neste ano de 2022 está
completando 100 anos da instituição do Imposto de Renda no Brasil.
Veja alguns fatos interessantes da história deste tributo - que teve suas
versões embrionárias, temporárias, desde os tempos do Império mas que só
transformou-se no IRPF que conhecemos hoje.
Em 1941, não ter filhos gerava
acréscimos!
Um dos grandes dilemas do Brasil no começo do século XX era sua reduzida
população e o esparso povoamento do território. Por isso, o governo Vargas
chegou a dar prêmios a famílias que produzissem quatro filhos ou mais.
Neste mesmo sentido, em 1941, o Imposto de Renda ganhou uma regra especial:
homens solteiros ou viúvos, maiores de 25 anos de idade e sem filhos, pagariam
15% a mais do que aqueles com filhos. Já os casados sem filhos pagariam 10%.
Ainda, quem tivesse mais de 45
anos de idade e um único filho pagaria adicional de 5%.
Quem pagava antes, pagava menos
Em 1947, foi criado um desconto
para quem pagasse o IRPF antes do prazo. Eram 5% para quem pagasse em janeiro,
3% em fevereiro e 1% em março. A regra valeu até 1974.
Confusões e mal entendidos às vezes eram engraçados
Em 1963, os contribuintes
passaram a ter que declarar não só rendimentos mas também a relação de seus
bens, como ocorre até hoje.
Isso levou a algumas confusões
e exageros nos primeiros anos.
Em 1982, um cidadão chegou a
ficar momentaneamente famoso (virou "meme" bem antes de os memes existirem)
após entregar uma lista tão detalhada que incluía até discos, livros, panelas e
peças de roupas íntimas.
Preocupações ecológicas há 60 anos atrás
Em 1966, as regras do IR
passaram a dar incentivos fiscais a quem despendia dinheiro em ações de
florestamento ou reflorestamento. Esses valores podiam ser deduzidos
integralmente do cálculo do imposto.
Para isso, era preciso ser proprietário
da área reflorestada e apresentar um projeto aprovado pelo Ministério da
Agricultura.
Houve um tempo em que os super-ricos pagavam, e pagavam muito!
A progressividade (quem pode
mais, paga mais) do IRPF atingiu seu auge entre os anos 1960 e 1980.
O período em que mais se
tributou os super-ricos foi entre 1963 e 1965, quando existia uma faixa máxima
de 65% dos rendimentos dessa classe.
Este caráter progressivo e proporcional do imposto foi sendo amenizado mas, em
1989, a tabela do Imposto de Renda ainda tinha nove faixas, indo de 10% até
45%.
De 1989 em diante esta
progressividade foi sendo reduzida - com os percentuais para maiores rendas
diminuindo. Em 1996, os lucros e dividendos (principais fontes de renda dos
grandes empresários) passaram a ser isentos de tributação de renda.
Com isso, o peso da tributação foi recaindo, cada vez mais, sobre os ombros da
classe média e dos trabalhadores em geral.
Fonte: Receita Federal do Brasil, com
edição do texto pela M&M Assessoria Contábil
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