Diante
da omissão dos últimos governos em relação à correção da tabela do Imposto de Renda, estamos
vivenciando uma grande injustiça social, em que cidadãos com 1,5 salário mínimo
terão que prestar contas ao Fisco.
Desde 2015, a tabela do Imposto de Renda não é reajustada e acumula uma
defasagem de aproximadamente 148%, de acordo com um levantamento feito pela
Unafisco - Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do
Brasil.
Enquanto isso, o Projeto de Lei (PL) 2.337/2021, que atualiza a tabela do IR
pela inflação desde 2015, aguarda votação no Congresso Nacional há meses.
O problema afeta principalmente os trabalhadores com renda mais baixa, que
acabam tendo uma parcela maior do seu salário comprometida pelo imposto de
renda.
É o efeito "Robin Hood às avessas", com os mais pobres pagando impostos maiores
em relação aos mais ricos.
Além disso, a defasagem da tabela do IR prejudica a economia do país como um
todo.
Com uma carga tributária excessiva, as pessoas acabam tendo menos dinheiro para
gastar com bens e serviços, o que desacelera a economia e pode levar a uma
queda na arrecadação de impostos a longo prazo.
A correção automática pela inflação anual ou a vinculação da tabelado IR com a
quantidade de salários mínimos evitaria a defasagem constante e ajudaria a
manter a carga tributária justa para todos os contribuintes.
Outra opção seria a criação de novas faixas de isenção,
especialmente para aqueles que ganham até um salário mínimo. Dessa forma, os
trabalhadores com menor renda não seriam tão penalizados pelo
imposto de renda, e a carga tributária seria mais justa e equilibrada.
O atual governo alega não ter havido tempo hábil para cumprir a promessa de
campanha de isentar quem ganha até R$5.000,00. Isso livraria 28 milhões de
brasileiros de declarar o Imposto de Renda, gerando um rombo de até R$ 238
bilhões aos cofres públicos.
Mas se não seria possível cumprir essa promessa, por que ela foi colocada como
destaque na campanha?
Diante deste caos tributário resta aos brasileiros atender às regras da Receita
Federal do Brasil e torcer para a tabela do Imposto de Renda ser agraciada pela
tão sonhada reforma tributária.
Autor: Márcio Massao Shimomoto, presidente
do Grupo King Contabilidade