Qualquer empreendedor conhece o valor de um
cliente para fazer o seu negócio prosperar. Causar boa impressão, atender aos
anseios do consumidor e entender o que faz da sua marca a escolhida é a fórmula
do sucesso. Chegar lá, no entanto, não parece ser tão simples.
Mas é possível, segundo Fernando Gambôa, sócio-líder de consumo e varejo da
KPMG no Brasil e na América do Sul. Durante a 11ª edição da Retail Conference,
promovida pela Associação Comercial de Campinas (Acic), o executivo falou sobre
o caminho percorrido por empresas líderes no mundo para entender os clientes
nos mercados em que operam.
A partir de experiências positivas, Gambôa aponta que essas companhias têm se
posicionado para serem cada vez mais flexíveis, próximas dos clientes, ágeis e
preparadas para um mundo em constante evolução.
"Elas [empresas líderes] estão elaborando sistemas básicos e arquiteturas de
tecnologia com flexibilidade embutida e sistemas de mensuração que permitem o
refinamento contínuo das operações, do relacionamento e dos negócios", diz.
A fala do especialista tem como base algumas das conclusões do "Relatório
Global de Excelência na Experiência do Cliente de 2022", conduzido pela KPMG no
último ano com mais de 89 mil consumidores em 25 mercados do mundo.
O material retrata seis pilares essenciais de excelência da experiência do
cliente que, interligados, fazem de uma organização líder em seu segmento.
Veja a lista a seguir:
1- Tempo e esforço: os clientes não querem apenas tornar as interações mais
rápidas, mas também menos estressantes. Por isso, há algum tempo as empresas
têm focado em criar processos sem fricção. Seguindo as regras da psicologia, o
estudo mostra que quanto menor o esforço (ou a dificuldade) para ser cliente,
mais leal ele será.
2- Expectativas: em tempos de expectativa x realidade, é importante trabalhar a
forma como se é visto pelo público e quais expectativas são estabelecidas. A
tecnologia está ressignificando os limites e tornando as expectativas mais
fluidas, porém, mais voláteis também. Nesse sentido, proporcionar experiências
novas e interessantes aos clientes nas plataformas virtuais, como metaverso e
realidade aumentada, é fundamental. Tão relevante quanto ter estratégias
digitais é também estabelecer processos que permitam uma fluidez e sustentação
da experiência qualquer que seja o canal utilizado pelo cliente - digital ou
físico.
3- Integridade: à medida que os clientes compartilham cada vez mais dados
pessoais, dentro do que está previsto nas legislações de privacidade vigentes
nos países, em troca de experiências altamente personalizadas, a ênfase em
segurança e privacidade de dados continua aumentando. Um aspecto central para
isso é obter o equilíbrio certo entre benefícios para a empresa vender mais e
as vantagens para os clientes, considerando que eles confiarão mais em
organizações que enfatizem o cuidado com privacidade e segurança.
4- Personalização: os clientes de hoje já não se impressionam mais com
recordações de aniversário ou saudações pelo nome em e-mails. Eles esperam
experiências altamente personalizadas e sabem que as empresas têm ferramentas
disponíveis. De uma forma bem simples, isso pode chegar à recomendação
inteligente de produtos ou ofertas e recompensas individualizadas no momento
certo.
5- Resolução: serviços apoiados por Inteligência Artificial são importantes,
mas a estratégia deve estar cada vez mais voltada para tecnologias preditivas
para mitigar os problemas dos clientes antes que eles, de fato, aconteçam. Por
isso, detectar, resolver e remover a dor do cliente é um pré-requisito para
experiências mais completas. Em vez de tentar entender o que ocorreu de errado
internamente, é preciso priorizar a solução para depois investigar a causa.
6- Empatia: humanizar as experiências do cliente é crucial, mas ser capaz de
manter a personalidade única de uma marca durante toda a jornada do cliente por
meio da tecnologia é mais difícil.
Acessibilidade e conveniência são o melhor dos dois mundos ao combinar serviços
on-line e off-line com um toque humano.
Nas palavras de Gambôa, no fim das contas, é tudo uma questão de equilíbrio -
complicado, mas inteiramente possível. Nesse contexto, o relatório da KPMG
mostra que as empresas líderes estão utilizando seus recursos de maneira
conectada, ao mesmo tempo em que permitem iniciativas de flexibilidade para
respaldar estratégias inovadoras.
São empresas que pensam de maneira holística, sendo que a experiência do
consumidor representa uma série de interações respaldadas por equipes,
processos e tecnologias multifuncionais em toda a jornada do cliente.
Por fim, Gambôa destaca que o foco na experiência do cliente não deve ser
apenas dirigido à força de vendas, na etapa de pré-venda, mas sim no seguinte
mantra: "de nada adianta uma super experiência na atração de clientes e na
conversão de vendas se o desdobramento operacional em relação à entrega,
atendimento pós-venda e responsividade das áreas administrativas não
sustentarem o mesmo nível de experiência do início".
Fonte: Diário do Comércio
Gostou da matéria e quer
continuar aumentando os seus conhecimentos com os nossos conteúdos?
Assine, gratuitamente, a
nossa Newsletter Semanal M&M Flash, clicando no link a seguir:
https://www.mmcontabilidade.com.br/FormBoletim.aspx, e
assim você acompanha as nossas atualizações em primeira mão!